Este título tem um quê de dejà vú, já que eu escrevi um texto sobre os pilotos novatos há um tempo e utilizei algo muito parecido. O interessante é que o raciocínio utilizado para explicar os casos de Nico Hülkenberg e Vitaly Petrov serve para explicar também o que acontece com Lotus, Virgin e Hispania e por que não teremos uma 13ª equipe em 2011.

Eu falo muito sobre as equipes novatas. Se eu pudesse, só escreveria sobre elas. Mesmo que seus carros sejam umas jabiracas, mesmo que sua desorganização faça corar uma família italiana, mesmo que sua participação na atual temporada tenda ao despropósito, eu tenho muito mais prazer em noticiar ou comentar algo sobre elas do que, por exemplo, sobre umas certas equipes carcamanas por aí. E já andei comentando sobre o motivo disso. Gosto das equipes pequenas. São muito simpáticas e arejadas. Mas não é todo mundo que tem o mesmo bom gosto.

Ontem, a FIA anunciou que não haveria uma décima terceira equipe na Fórmula 1 em 2011. Sem muitas delongas, o argumento era que nenhuma das candidatas havia cumprido os muitos requisitos exigidos pela entidade. Não se sabe exatamente que requisitos são estes, mas imagina-se que há uma série de questões técnicas, financeiras, comerciais e até mesmo políticas e geopolíticas que existem apenas para evitar os lunáticos. Afinal, a Fórmula 1 é um esporte de respeito e a equipe que quiser entrar na fraternidade tem de merecer. Até aí, tudo bem. Na semana que vem, escrevo um outro texto sobre os critérios de escolha da tal vaga. O problema maior, no entanto, não envolve grana ou politicagem. É tudo uma questão de expectativa.

Jean Todt queria uma novata como a Brawn? Faz-me rir...

Quando a FIA anunciou, no ano passado, o tal teto orçamentário de 40 milhões de libras, muitos atacaram a federação com paus e pedras. O inconformismo era geral. Como pode a Fórmula 1 se rebaixar ao ponto de aceitar um monte de miseráveis? Max Mosley é um sadomasoquista nazista que quer destruir o esporte! A Fórmula 1 é para quem pode! Se o cara não tem bala na agulha, não deveria nem ter equipe de kart! É melhor ter 10 carros realmente bons no grid do que 30 Minardis! Se todas estas besteiras fossem ditas apenas por ferraristas pirados ou jornalistas de oitava categoria, tudo bem, irreleva-se e a vida segue em frente. Mas não eram apenas eles. Bernie Ecclestone, o dono da bola, demonstrava um ceticismo absolutamente preconceituoso com as futuras novatas. Jornalistas e dirigentes sensatos, aves rarae do automobilismo, concordavam.

De fato, nenhuma das três novatas está fazendo um trabalho de encher os olhos. A Lotus verdinha e malaia é a que está melhor. A Virgin vermelhinha e pretinha belisca a Lotus e a Hispania com uma inconsistência típica do patrão Richard Branson. E a Hispania, tadinha, só espera por verões mais auspiciosos. E as dasluzetes da Fórmula 1, aquelas pessoas que acham que equipe de corrida é igual a grife francesa, apontaram seus dedos na cara da FIA dizendo que estavam certas. Lugar de pobre é na fila do INSS e no auditório do Sílvio Santos, afinal. É evidente que estão todos errados. O Bernie, o Briatore, o Montezemolo, o Gracia, os ferraristas pirados, os jornalistas de oitava categoria e as dasluzetes.

Como eu disse acima, o problema é de expectativa. Nos tempos atuais, tempos em que todo mundo acha que a vida é um grande Twitter, não há qualquer pensamento a longo prazo. Semana passada é outra era geológica e semana que vem é futuro utópico. Não há mais paciência, aquele campo vasto que permite florescer a razão e a sensatez. Diante disso, todos acham que é obrigação moral e cívica de uma equipe novata fazer algo de relevante logo em seu primeiro ano. Não há mais aquela margem de tempo, aquele discurso de “queremos obter um pódio em, no máximo, cinco anos”. As equipes devem aparecer prometendo mundos e fundos. Como Orestes Quércia, promete-se vitórias e títulos em prazos não tão longos. E se uma equipe não faz esse tipo de prognóstico, ela é perdedora e não merece estar na Fórmula 1. Simples assim.

Não é um fenômeno tão antigo. As pessoas eram tolerantes com equipes novas até uns 15 anos atrás. A frescura se iniciou a partir do momento em que as vagas se tornaram limitadas e os custos dispararam. Entre 1998 e 2005, apenas a Toyota se dispôs a criar uma equipe do zero. E ela apareceu gastando meio bilhão de dólares por ano e anunciando que brigaria por vitórias “em três anos”. Tudo bem que estes três anos nunca existiram, mas o fato é que ela iniciou um novo padrão de equipes, aquele em que uma estrutura só entra na Fórmula 1 se for um colosso dos mais pretensiosos. Desde então, a dificuldade para abrir uma equipe cresceu exponencialmente. E todos passaram a pensar, de maneira completamente equivocada, que uma equipe novata deveria aparecer com uma estrutura toyotiana.

A Williams foi a Hispania dos anos 70. Resultado: nove títulos de construtores nos anos 80 e 90

Em 2009, no entanto, surgiu a Brawn. Equipe comandada pelo engenheiro Ross Brawn, ela virou a queridinha de todos tão logo os resultados vieram. A novela era perfeita: um engenheiro talentoso comprou o espólio da Honda, criou uma pequena equipe nova em apenas um mês, contratou dois pilotos virtualmente aposentados e deu a tremenda sorte de ter um foguete em mãos. Quando todos se deram conta, a Brawn estava vencendo corridas e levando, para casa, os títulos de pilotos e construtores. E o que não passava de uma belíssima exceção se tornou uma desagradável exigência. Se a Brawn, que começou sem dinheiro e sem a menor expectativa, conseguiu vencer o campeonato, por que as novatas não podem sequer marcar pontos? Para muitos, a equipe foi a prova de que não havia a necessidade de haver uma estrutura toyotiana para apresentar resultados a curto prazo. Tudo errado.

Ninguém tem a obrigação de nada. Por menos que pareça aos olhos dos infantes, abrir uma equipe de Fórmula 1 dá uma dor de cabeça dos infernos. As pessoas que dizem que o teto de 40 milhões de libras, algo próximo de 130 milhões de reais, banaliza o esporte só podem estar cheirando meia velha. Uma equipe de GP2, Indy ou NASCAR nunca irá gastar mais do que 20 milhões de dólares anuais. A Hispania, com muito esforço, conseguiu juntar 50 milhões de dólares para competir. A Ferrari gasta dez vezes mais do que isso. Pensem: a Hispania é pobre ou a Ferrari gasta demais? 50 milhões de dólares não é pouco dinheiro nem mesmo em Liechtenstein.

E exatamente por isso que ninguém deve encher o saco das equipes novatas. Tudo é muito difícil e elas precisam de tempo para se desenvolver. Eu acredito que Lotus, Virgin e até mesmo a Hispania possuem potencial o suficiente para subir de patamar no tempo certo. E o mesmo vale para as equipes que não foram selecionadas para 2011. Se a Epsilon Euskadi entrasse no grid, ela provavelmente andaria atrás até mesmo da Hispania. O pessoal da equipe teria isso em mente, até porque sabe que o crescimento é gradual e os planos são sempre de longo prazo.

Termino trazendo a lembrança de equipes como a Williams e a Jordan, que começaram de maneira quase amadora e precisaram de um bom tempo para se desenvolverem corretamente. Seria muito, mas muito estranho ver a equipe de Frank Williams nos anos 70 sendo chamada de amadora e dispensável pela geração Twitter, que acha que todo mundo tem de ser Lewis Hamilton e Brawn. Nesse exato momento.

Li essa há pouco. O site MTV3 está sugerindo que o possível acordo entre Lotus e Renault com relação a motores pode significar uma migração de Heikki Kovalainen da equipe anglo-malaia para a equipe franco-luxemburguesa em 2011. Segundo essa fonte, Eric Boullier, chefão da Renault, gostaria de tê-lo por lá. Em troca, a Lotus poderia adquirir os motores da marca francesa a um precinho camarada.

Heikki já competiu na Renault em 2007 e foi bem, batendo Giancarlo Fisichella. Se isso viesse a acontecer, a Finlândia voltaria a ter um piloto em uma equipe razoável.

Luca di Montezemolo: "eu tenho horror a pobre!"

Eu torço pelos underdogs. Em qualquer esporte. Underdog é a zebra, é aquele que não costuma frequentar o rol dos vencedores. Na Copa, torço por um inédito sucesso americano. É estranho falar em Estados Unidos como underdog, já que eles não costumam ser underdogs em nada. No soccer, no entanto, são. E seria engraçado vê-los esfregando o título na cara daqueles que enchem a boca para dizer que os yankees não sabem jogar futebol com o pé. Na Fórmula 1, aquele esporte onde um vence e 23 fazem cara feia, é mais fácil torcer para uma zebra. Nesse caso, me simpatizo com as paupérrimas Sauber e Hispania. Aliás, contrariando a opinião geral, acho o carro espanhol muito bonito.

Por quê torço pra eles? A lógica é simples. Não faz muito sentido, para mim, torcer para quem está vencendo. Fica chato. Fica monótono. Fica previsível. É óbvio que o torcedor fanático está pouco se lixando se é chato ou não. Para ele, nada mais bonito do que ver a McLaren ganhando 15 das 16 corridas ou o Schumacher levando 13 em um ano só. Mas eu não sou assim. Gosto de ver impérios ruindo. E, de preferência, pela plebe mais baixa.

Pobrismo? Com certeza, não. Mas nada mais legal do que ver uma zebra se dando bem. Me lembro de Jos Verstappen marcando o melhor tempo com um Minardi nos treinos de sexta do GP da França. Chovia pacas e apenas os dois carros italianos deram a sorte tremenda de pegar uma pista seca. Todo mundo comemorou. Até mesmo Kimi Raikkonen, juro.

Hoje, Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, atacou as equipes novatas mais uma vez. Disse que carros com desempenho do nível da GP2 não deveriam poder largar nas corridas de Fórmula 1. Não é a primeira e nem a última vez que o cretiníssimo cazzo dispara contra Virgin, Lotus e Hispania. Ele fez isso na semana passada, quando disse que era necessário evitar tantas equipes pequenas. Ele fez isso no início do ano, quando falou que os novos times baixavam o nível da categoria. Para Luca, bom mesmo seria ter um terceiro carro para as equipes grandes. Bastante conveniente, afinal: teríamos mais carros competitivos, o grid não ficaria menor e daria para colocar uns astros ao volante. Seria ótimo para a Ferrari ter Felipe Massa, Fernando Alonso e Valentino Rossi. Ou Massa, Alonso e Robert Kubica. Ou Massa, Alonso e Sebastian Vettel. Ou qualquer porcaria que o valha.

É uma visão tacanha de alguém que tem o rei e a rainha na barriga. Gente como Montezemolo e Flavio Briatore acham que estão em uma espécie de eldorado do século XXI, aonde só há bilionários felizes, xeiques deslumbrados, grid girls fáceis e carros velocíssimos. Esporte a motor? Bobagem. A Fórmula 1 sublima a competitividade, o espírito esportivo e os torcedores. O ideal, para esta gente, é colocar carros para correr em locais sofisticadíssimos, com festas, badalação, futilidade e dinheiro jorrando. Imaginem uma Fórmula 1 de 12 carros (Mercedes, Ferrari, Red Bull e McLaren com três carros cada) correndo em Abu Dhabi, Mônaco, Cingapura, Nova York, Dubai e por aí vai. Sensazionale, como diria Montezemolo.

Equipes pobres fazem parte do espetáculo. Pensando pelo lado mais pragmático, são elas que farão o árduo trabalho de fechar o grid, poupando os ricos de tamanha vergonha. Pensando pelo lado mais humano, o esporte está lá. É em uma Lotus que há a esperança de dias melhores. E em uma Virgin que há a motivação de despender o parco trabalho e dinheiro unicamente pela presença na categoria máxima. É em uma Hispania que há histórias de superação individual de dificuldades. Fiquei feliz pelos caras da equipe espanhola quando conseguiram ligar os motores Cosworth na quinta-feira anterior ao GP do Bahrein. É algo inaceitável para os padrões contemporâneos da Fórmula 1? Taquem fogo nos tais dos padrões.

Viva Hispania, alzad los brazos, hijos del pueblo español...

É óbvio que pobreza é modo de falar. O bilionário Richard Branson pode ser qualquer coisa, menos pobre. O mesmo vale para os milionários José Ramón Carabante e Tony Fernandes. Mas fortuna pessoal não é sinônimo de orçamento livre. Os caras das equipes pequenas ralam muito em estruturas muito mais simples do que as equipes de ponta. A Virgin e a Hispania mal têm peças sobressalentes. O maior pânico destes caras é a possibilidade de um acidente violento. Essas equipes representam o lado B da Fórmula 1. A Fórmula 1 da parcimônia.

Em tempos anteriores, as pessoas se incomodavam menos com as equipes pequenas. Os retardatários, até os não tão remotos tempos da Jordan e da Minardi, tomavam várias voltas e ninguém falava nada. A categoria abria espaço para 28, 30, 32 carros sem chiar. Em 1989, houve um número recorde de 39 carros. As equipes que participavam da pré-classificação dividiam boxes. Em alguns casos, faltavam boxes e elas eram obrigadas a se abrigar em tendas montadas em uma área externa. E dividiam espaço. Onyx com Eurobrun. Zakspeed com Coloni. Rial com Osella. Separadas por um minúsculo alambrado. As pessoas sentiam um misto de pena e admiração. Os Montezemolos e Briatores não abriam a boca para dizer bobagens. O irônico da história é que tanto Luca quanto Flavio vivenciaram este período. O crescimento insuportável da categoria, pelo visto, apagou estes momentos da memória de ambos.

E até que algumas equipes pequenas conseguem, vez por outra, entrar no bojo das grandonas. Nos anos 70, Frank Williams fazia seus negócios em um telefone público ao lado de sua minúscula oficina em Grove. As pessoas não levavam sua equipe a sério. Os anos 80 e 90 vieram e muitos tiveram de engolir os risos a fórceps. A antiga Lotus, Brabham, BRM e outras garageiras inglesas começaram com estruturas minúsculas perante as montadoras italianas, alemãs e francesas. A Jordan estreou na Fórmula 1 em 1991 com um staff bastante reduzido. Oito anos depois, estava brigando pelo título. Isso porque eu nem falei da precária estrutura da Brawn, a campeã do ano passado. Alegar que as equipes pequenas não possuem o menor potencial é demonstrar uma extrema falta de conhecimento do negócio.

Luca di Montezemolo, mais uma vez, demonstrou uma lamentável mistura de prepotência e ignorância histórica. O diabo da situação é que, como se trata de um homem público e de um presidente de uma das marcas mais celebradas no mundo, muitos acabam acatando suas abominações verbais. E o elitismo boçal vigora, talvez por medo de surgir aí novas concorrentes ou por pura repulsa aos menos abastados. Tenho certeza, porém, de que o sr. Luca não pensaria duas vezes antes de defender o garagista Enzo Ferrari, que quis abrir uma pequena equipe de corridas utilizando antigos Alfa Romeo nos anos 30.

A essa foto, só digo: puta que o pariu! Primeira vitória de Ayrton Senna em Mônaco. Primeira de seis. Que deveriam ser oito. Não consigo engolir, principalmente, a pataquada de 1988. Mas tudo bem.

Vou ser breve, que o tempo me é precioso. Senna tinha um carro menos rápido e mais constante em 99T. Sem os motores Renault de classificação, que ultrapassavam com folga os 1000cv e eram uma enorme ajuda para Ayrton nos treinos, a vantagem de Senna nos treinos diminuiu enormemente. Pelo menos, o motor Honda era confiável e os próprios problemas estruturais de confiabilidade da Lotus nos últimos anos foram resolvidos. Ayrton Senna fez o segundo tempo, logo atrás da Williams de Nigel Mansell.

A largada foi sossegada para Mansell e ele manteve a liderança, com Senna sempre atrás. A corrida seguiu assim até a volta 29, quando o turbo do motor Honda da Williams falhou e o Leão teve de deixar a prova. Ayrton, assim, passava a liderança. E com maestria, manteve-se sempre à frente até o final. Tirando um erro de troca de marcha na Piscina, que quase o mandou para o muro, Senna não teve mais percalços na corrida.

Tudo bem, não foi aquela corrida memorável. Mas que a foto é linda, convenhamos que é.

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Para dois, o GP da Austrália de 1994 representava a batalha final pelo título. Para muitos, ele representava apenas o tão desejado fim de uma temporada negra. Para uma equipe em especial, porém, ela representava o capítulo final de um livro recheado de histórias de romance, tragédia e suspense.

A equipe estava quebrada e zerada. Pela primeira vez em sua história, chegava ao final de uma temporada sem sequer um único ponto. Devia para todo mundo, estava com os salários atrasados e chegou ao ponto mais baixo de depender de um pay-driver em determinado momento, o belga Philippe Adams. Seu maior trunfo, um contrato leonino com Johnny Herbert, foi vendido a preço de banana para a Benetton em Setembro. Em Outubro, David Hunt assumiu o controle da equipe. O carro para 1995 estava sendo desenvolvido, mas quase que unicamente à base de esperança. Ninguém sabia o que aconteceria amanhã ou depois.

A Lotus apareceu na terra dos cangurus com dois problemáticos 109 equipados com defasados motores Mugen Honda V10, descendentes daqueles utilizados pela McLaren no começo da década. Dentro deles, Alessandro Zanardi e o então novato Mika Salo.

O carro era muito ruim e os pilotos reclamaram dele durante todo o tempo. Zanardi criticou os freios, o motor e os pneus. Salo, um pouco menos insatisfeito, só reclamou das saídas de traseira e da falta geral de aderência. Mesmo assim, o italiano fez algo próximo de um milagre ao se classificar em 14º. Salo, ainda se adaptando a um carro inguiável, ficou em 22º. A torcida de ambos era a mesma: que não houvesse chuva. A vida deles só ficaria mais dificultada com pista molhada.

A corrida, ao contrário do background da equipe, seguiu sem alvoroço. Zanardi teve problemas com o acelerador, chegou a andar entre os 10 primeiros, mas ficou lá atrás e abandonou na volta 40. Salo, com problemas na bateria, entrou nos boxes nove voltas depois para que os mecânicos consertassem. Mas eles não consertaram e o finlandês saiu do carro. Desse jeito, melancólico e até patético, se encerrava a participação da Team Lotus na F1.

O sempre simpático Zanardi entrou com o epílogo: “quero agradecer a todos, mecânicos, engenheiros, e o pessoal da Mugen-Honda, incluindo aqueles que não estão mais com a gente, por tudo o que fizeram, pelo esforço fantástico que desempenharam e pela paciência que tiveram com todos os nossos problemas nesta temporada. A última palavra é para Peter Collins, porque mesmo se algumas vezes nós tivemos problemas ele sempre fez o seu melhor e realmente fez muito por mim. Humanamente falando esta é, e provavelmente será, uma das melhores equipes com a qual já trabalhei“.

Semanas depois, a Lotus desistiu. O pouco que restou à equipe se associou à Pacific. A base do 110 foi utilizada no Pacific GR02. Foi o fim da Lotus original.

Mas não o fim da Lotus. Amanhã, ela estará de volta.

LOTUS RACING

Essa é a nova Lotus. Ou não. Sei lá. Isso dá uma confusão do caramba. O que importa é que esta equipe é uma das quatro novatas do campeonato. Com o nome oficial de Malaysia 1 Team, a equipe foi anunciada apenas em Setembro como a substituta da então retirante BMW Sauber. Liderada pelo empresário Tony Fernandes e financiada pelo governo malaio, a equipe pretende conquistar, com a permissão de David Hunt e a simpatia de Clive Chapman, a simpatia de torcedores nostálgicos ao utilizar a imagem da saudosa Lotus. Até aqui, o belíssimo carro verde notabilizou-se pela boa resistência e pela péssima performance. 

Sediada em Hinghan, UK
7
títulos de construtores
491 corridas (resultados da antiga equipe)
79 vitórias
107 poles-positions
1368 pontos
Estreante pela segunda vez, hehe

18- JARNO TRULLI

Ele tem motivos pra rir?

É um mistério. Azarado como ele só, mostra muita velocidade em treinos mas simplesmente desaparece nas corridas, geralmente com problemas ou acidentes alheios. Em mais de 200 corridas, venceu apenas uma, em Mônaco/2004. Além disso, na maior parte das temporadas, perdeu para o companheiro de equipe, não importando quem fosse. E mesmo assim, ainda insiste nesse negócio de Fórmula 1. Enfim… tem histórias curiosas no background. Seu nome é uma homenagem ao falecido motociclista Jarno Saarinen. Costuma carregar um dente de alho como medalhão da sorte, no que parece não funcionar. O melhor que pode ser dito a respeito é que abandonou, enfim, aquelas chuquinhas pederastas.

Italiano, de Pescara, nascido em 13 de Julho de 1974
216
GPs disputados
1 vitória
4 poles-positions
246,5 pontos
Campeão de F3 alemã em 1996

19- HEIKKI KOVALAINEN

Foto aleatória. Nunca quis insinuar que a vida dele na F1 fosse cheia de raios e trovões

Coitado dele. É um ótimo piloto, possui um excelente currículo e fez uma boa temporada em 2007, apesar dos pesares. Porém, ninguém se atreve a elogiá-lo. Torcer por ele, então, fora de cogitação. Teve dois anos desastrosos na McLaren, onde alternou uma pilotagem insuficiente com uma série de azares. Na Lotus, vai tentar renascer das cinzas, o que parece ser difícil. É mais sociável do que a média dos finlandeses. Seu inglês também é bem melhor. Explica-se: sua patroa é britânica.

Finlandês, de Suomussalmi, nascido em 19 de Outubro de 1981
52 GPs disputados
1 vitória
1 pole-position
105 pontos
Campeão da World Series by Nissan em 2004

Aprendam inglês e leiam a notícia aqui, no Autosport.

Sabe o que isso me lembra? Scott Goodyear na Indy 500 em 1995!

Se tivesse USF1, será que a CNN estaria com ela?

Se a inspiração foi aquela que estamos pensando, não sei. Mas ficou sensacional. James Rossiter testando pela KV em Barber.

Aliás, só complementando: a Lotus estaria bem interessada em investir na Indy. E sabe quem eles estavam cogitando para liderar a empreitada? O próprio Rossiter! É pra juntar os pontos?