Está feliz com o título? Pois é. Eu também. Depois de quase dois meses e mais de cem páginas de Microsoft Word, finalmente concluirei aquela que é provavelmente a maior série de um assunto irrelevante que um tonto qualquer se dispôs a escrever. Poderia ter terminado esse mastodonte ainda em julho, mas não deu para conciliar o blog com as coisas terrenas. Paciência. E fico felizão pela história acabar justamente numa semana movimentada para a Fórmula 1. Terminando isso aqui, poderei voltar a falar sobre assuntos ligeiramente mais contemporâneos.
Sentirei saudades da Automobiles Gonfaronnaises Sportives, ou simplesmente AGS para os preguiçosos. De escrever uma tonelada de coisas para um restritíssimo grupo de pessoas com algum interesse em uma equipe que não existe mais. De abrir duzentas abas no meu browser apenas para conferir se tal informação é correta ou não. De interromper alguma coisa mais importante apenas para escrever tais irrelevâncias. De olhar para mim mesmo e perguntar “cara, você é doente da cabeça?”. E em seguida concluir que, sim, sou. Então sigamos adiante com nossas doenças particulares. Continuemos a falar do ponto onde parei, o fim da primeira metade da temporada de 1991.
Depois de não conseguiu classificar seus dois carros para o GP da Inglaterra, a AGS foi novamente rebaixada à pré-classificação. Isso significava que todo mundo teria de voltar a acordar às cinco da manhã para disputar uma merda de um treino de uma hora de duração cujo único propósito era o de abrir a porteira para que alguns iludidos pudessem participar dos treinamentos oficiais. A pequena equipe de Gonfaron foi acompanhada no descenso por duas rivais aparentemente muito mais saudáveis, a Footwork e a Brabham. Fariam companhia a elas duas tradicionais participantes da sessão, a Fondmetal e a Coloni.
Hockenheim seria o primeiro ato da velha nova fase da AGS. Pista veloz, encravada no meio da Floresta Negra, não exatamente o melhor dos circuitos para o raquítico JH25B. Os dois carros da Brabham e o Fondmetal de Olivier Grouillard eram os favoritos francos para o sucesso nas sextas-feiras de manhã. Restaria à AGS trocar tiros, paus e pedras com a Footwork pelo direito de assumir, na mais realista das hipóteses, a quarta vaga para os treinos oficiais. Os caras de Gonfaron sabia que, muito provavelmente, pelo menos um dos seus pilotos não teria mais nada para fazer depois das nove da manhã da sexta.
Fabrizio Barbazza não decepcionou ninguém: tendo feito apenas 1m46s604, o italiano ficou apenas em sétimo e, como esperado, não passou para as próximas fases. Gabriele Tarquini, por outro lado, foi bem e marcou 1m43s939, garantindo a segunda posição entre os oito participantes da sessão. A diferença de 1s1 para o primeiro colocado, Martin Brundle, comprovava que a AGS realmente não tinha chance nenhuma contra a Brabham. Contudo, o quinto lugar de Grouillard soava um alento para a equipe francesa. A Fondmetal poderia até estar crescendo lentamente, mas ainda não era uma força tão assustadora assim.
Na sexta-feira, Tarquini mandou muito bem no primeiro treino oficial. A volta em 1m43s787 posicionou o cidadão em 21º, resultado excelente para alguém sempre assombrado com a possibilidade de carregar a lanterninha dali em diante. O problema é que Gabriele não conseguiu sequer repetir esse tempo no sábado, quando a pista havia melhorado o suficiente para a concorrência baixar suas voltas. Com isso, ele terminou o dia apenas em 29º, ficando de fora da corrida do domingo. Mau começo.
Mas nada que não pudesse ficar pior. A etapa seguinte foi o GP da Hungria, décima da temporada. A pista de Hungaroring, travada e sinuosa como uma estradinha do interior mineiro, poderia ser um lugar menos cruel para a AGS, cujos bons pilotos poderiam ser capazes de compensar um carro mais fraco. Contudo, não foi bem assim.
Como esperado, a Brabham massacrou a concorrência a pré-classificação, colocando seus dois pilotos nas duas primeiras posições. Grouillard e seu Fondmetal terminaram em terceiro e também asseguraram sua vaga. A quarta e última posição relevante acabou ficando com a Footwork de Michele Alboreto, que derrotou Gabriele Tarquini por apenas dois décimos. Fabrizio Barbazza foi ainda pior, tomou 4s4 do primeiro colocado e só conseguiu superar a Coloni de Pedro Chaves por apenas dois décimos. O total fracasso da AGS na Hungria veio como um recado doloroso à equipe: caso nada mudasse, Brabham, Footwork e Fondmetal não dariam chance alguma a Tarquini e Barbazza nas pré-classificações seguintes.
Se as coisas não deram certo em Hungaroring, quais seriam as possibilidades de sucesso em uma pista como Spa-Francorchamps, próximo palco da temporada 1991? A bordo de dois tratores coloridos, Gabriele Tarquini e Fabrizio Barbazza teriam de arriscar seus pescoços um pouco mais do que o recomendável se fizessem questão de se livrar da pré-classificação. Numa pista como Spa, esse tipo de atitude nem sempre resulta em coisa boa. Uma pista perigosa, um carro inviável e um piloto ansioso compõem a receita do desastre.
Tanto Tarquini como Barbazza destruíram um chassi JH25B na sessão de uma hora. O acidente de Fabrizio foi razoavelmente forte e danificou bastante o carro, mas não causou nenhuma consequência ao piloto. Desagradável foi terminar a pré-classificação na última posição, com um tempo 1s9 mais lento que o do Coloni de Pedro Chaves. Mas não se iluda, ele só ficou na lanterna porque bateu no início do treino e não teve carro para mais nada. Se tivesse participado até o fim, teria superado Chaves facilmente – e só ele.
O acidente de Gabriele Tarquini foi um pouco pior. Dias antes do GP da Bélgica, os organizadores do evento decidiram recapear alguns dos trechos da pista de Spa-Francorchamps. Como os caras não se deram ao trabalho de fazer um trabalho decente, o resultado ficou uma verdadeira porquice em alguns pontos. A veloz curva Blanchimont, por exemplo, se tornou ainda mais perigosa por conta das ondulações que surgiram com o novo asfalto. Carros mais sensíveis certamente teriam problemas de estabilidade ao passarem por lá, isso se não ocorresse algo pior.
Ao atravessar a Blanchimont, o JH25B de Tarquini bateu com força em uma das tais ondulações recém-surgidas e a suspensão dianteira simplesmente arrebentou no momento do choque. Descontrolado, o carro da AGS escapou da pista e atingiu uma barreira de pneus com bastante violência. Gabriele não se machucou, mas também não conseguiu mais entrar na pista naquele dia. O tempo de 1m59s972 só lhe garantiu a sexta-posição na pré-classificação, apenas meio décimo mais lento do que o último pré-classificado. Mas mesmo que ele tivesse conseguido seguir adiante, dificilmente teria um carro inteiro para isso.
Se dá para considerar um ponto positivo nesse festival de destruição, pode-se dizer que os acidentes aconteceram numa hora adequada. Preocupada com o andamento das coisas naquele momento, a AGS decidiu apressar o lançamento do JH27, carro que estava sendo projetado por Christian Vanderpleyn e Mario Tolentino desde maio. Sei lá eu quando a equipe realmente queria colocar sua nova criação na pista, mas o fato é que o GP da Itália, 12ª etapa da temporada, ainda não parecia ser uma boa ocasião. Só que não havia jeito. O JH27 era a última cartada da AGS em 1991.
Os mecânicos trabalharam por quatro dias e três noites seguidas para aprontar um único chassi JH27 para a etapa de Monza. À primeira vista, tratava-se de um carro bem mais moderno que o antecessor. Nova entrada de ar, asa dianteira mais alta, sidepod ligeiramente mais robusto, o mesmíssimo motor Cosworth DFR do modelo anterior, a mesma pintura histriônica, estas eram as características mais relevantes do JH27. Quer dizer, o novo carro da AGS tinha basicamente uma casquinha mais bonitinha, uma ou outra novidade mecânica e só. Sem dinheiro, revoluções eram impossíveis.
Com apenas um JH27 pronto para uso, a equipe não pensou duas vezes em deixar Fabrizio Barbazza penando mais um fim de semana com o JH25B. Coube a Tarquini, portanto, fazer a grande estreia do novo chassi. Mas a sorte não esteve ao lado do piloto italiano. Ele deixou os pits e parou não muito depois, sem conseguiu completar uma volta sequer devido a um motor estourado. O primeiro dia de vida do JH27 não poderia ter sido pior.
Após ficar momentaneamente a pé, Tarquini conseguiu dar um pique até os boxes para pegar seu carro-reserva, um antiquado JH25B. O esforço foi válido, mas inútil: Gabriele fez apenas 1m27s401 e ficou em sexto, mais de 1s6 atrás do último pré-classificado, Michele Alboreto. Barbazza, sempre andando com o JH25B, conseguiu um tempo apenas nove estúpidos milésimos melhor que o de Tarquini e terminou em quinto, igualmente distante de Alboreto. Mais uma vez, não haveria nenhum carro da AGS nas demais atividades do fim de semana.
Com ou sem carro novo, o clima na AGS estava terrível. A jornalistas brasileiros, Fabrizio Barbazza não se preocupou em esconder sua frustração. “Não imaginava que a AGS fosse tão decadente. Lembro que quando andei pela primeira vez num carro da equipe, senti que ele tinha menos efeito-solo que um monoposto da Fórmula 3000. Creio que seja, sem dúvida, o pior carro da Fórmula 1. Nem mesmo Nigel Mansell conseguiria classificá-lo”, dramatizou o piloto. Exagerado, mas não irreal.
A etapa seguinte foi realizada em Estoril, palco do GP de Portugal. Dessa vez, a AGS teria dois exemplares do JH27 para Gabriele Tarquini e Fabrizio Barbazza. Os mecânicos não precisaram varar noites colando as peças com cuspe, o que já representava um enorme avanço em relação a Monza. Pelo visto, trabalhar sem tanta pressa trouxe alguns resultados minimamente positivos.
Tarquini foi o grande destaque da pré-classificação lusitana. O ótimo tempo de 1m18s020 o colocou na terceira posição da sessão, a apenas dois décimos da volta mais rápida marcada pela Brabham de Martin Brundle. Com isso, ele garantiu sua participação nos treinos oficiais pela primeira vez desde Hockenheim. Infelizmente, Barbazza não conseguiu o mesmo sucesso. No entanto, também não foi tão mal. Fez 1m19s292 e ficou a apenas um segundo da pré-classificação, superando o Fondmetal de Olivier Grouillard e o Footwork de Alex Caffi. Devagar e sempre, o cabeludo estava melhorando.
Tarquini seguiu em frente. No primeiro treino classificatório, fez 1m18s295 e terminou o dia em 26º, começando o sábado como um dos participantes do GP do domingo. O problema é que sua carruagem virou abóbora de um dia para o outro e a pista melhorou bastante, permitindo que as demais carruagens melhorassem seus tempos. Com isso, Gabriele só conseguiu 1m18s022 e acabou ficando à frente apenas dos dois carros da Lambo na contagem total das duas sessões oficiais. Mais uma vez, ele e sua equipe só puderam acompanhar a corrida pela televisão.
A etapa seguinte da temporada de 1991 foi o GP da Espanha, realizado no inédito circuito de Barcelona, aquele que todos nós aprendemos a odiar nas últimas duas décadas. Para a maioria das equipes do meio e do fim do pelotão, seria apenas mais uma prova para bater ponto. Elas mal imaginavam a semana louca que a AGS teve até o domingo da corrida.
Tudo começou com um pequeno quebra-pau ocorrido ainda no Estoril nos boxes da Fondmetal, outra típica equipe do fundão. Faltando alguns minutos para o fim da pré-classificação, o piloto Olivier Grouillard ainda estava fora do grupo dos quatro classificados e precisava melhorar seu tempo em pelo menos um segundo para sonhar em passar para as próximas fases. Seu carro vinha apresentando sérios problemas na caixa de câmbio e o chefe da equipe, Gabriele Rumi, ordenou que o piloto francês desistisse de seu carro titular e pulasse logo de uma vez para o reserva.
Grouillard, um cara de cabeça bem quente, decidiu não escutar o chefe e preferiu permanecer na pista com o errático bólido titular. A atitude não valeu a pena, pois Olivier não conseguiu melhorar seu tempo e acabou ficando de fora das demais atividades do fim de semana do GP de Portugal. Ao voltar para os boxes, o francês deu de cara com uma equipe irritadíssima, que gostaria muito de vê-lo morto.
Na segunda-feira seguinte, Olivier Grouillard recebeu um fax bem simpático de Gabriele Rumi: você está demitido, seu estrupício de merda. Faltando menos de uma semana para o GP da Espanha, a Fondmetal não quis continuar com seu piloto insolente e teve de correr atrás de alguém que pudesse substitui-lo de forma imediata. Ela precisava de um piloto experiente, rápido e barato. Falar italiano e ser careca eram dois diferenciais.
Havia um sujeito assim no grid, o próprio Gabriele Tarquini. Na terça-feira, o piloto recebeu a ligação esbaforida de Gabriele Rumi. E aí, quer correr para nós já a partir da prova de Barcelona? Você terá um carro mais veloz e mais bonito. A Fondmetal é uma família, todos nós conversamos apenas em italiano e a macarronada preparada pelo Giuseppe é muito boa. Aceita? Tarquini não era burro. A AGS foi a equipe que lhe salvou do ostracismo em 1989, mas seu futuro era incerto e o careca tinha de garantir a continuidade de sua carreira. Sim, aceito.
A Fondmetal simplesmente resolveu seu problema transferindo-o para a AGS, que agora teria de correr atrás de um substituto para Gabriele Tarquini em pouquíssimos dias. Na quarta-feira, a diretoria da equipe francesa entrou em contato com dois pilotos. Um deles era o próprio Roberto Moreno, que já havia corrido com ela em 1987 e que estava momentaneamente desempregado após ter sido dispensado por Benetton e Jordan. O outro era o desconhecido Roberto Colciago, que havia sido campeão da Fórmula 3 italiana em 1990 e que estava correndo na Fórmula 3000 pela equipe Crypton, pertencente a um dos donos da AGS. Mas nenhum deles acabou sendo admitido. A AGS optou pela solução mais conservadora e óbvia.
Ainda na quarta-feira, um representante da escuderia telefonou para Olivier Grouillard, ainda magoado com a desfeita da Fondmetal. E aí, cara, quer correr pra nós em Barcelona? Você terá um carro mais colorido e lisérgico. A AGS é uma família, todos nós conversamos apenas em francês e o crepe preparado pelo Pierre é muito bom. Aceita? Olivier não era burro. Era isso ou ficar aparando o jardim no domingo do GP da Espanha. Oui, monsieur, j’accepte.
O acesso aos treinos oficiais era o único objetivo realista de Grouillard e Barbazza na última etapa europeia no ano. Para sorte de ambos, principalmente do piloto francês, a Fórmula 1 promoveu um dia extra de treinos no circuito de Barcelona na quinta-feira anterior à corrida. Grouillard, piloto da AGS havia apenas algumas horas, teve de moldar banco e macacão já nos boxes espanhóis. Pelo menos, deu para fazer um pouco de quilometragem na sessão de aclimatação. O melhor de tudo foi ter superado Barbazza tanto na manhã como na tarde, ainda que nenhum deles tivesse conseguido ficar entre os trinta primeiros.
Olivier aproveitou a pré-classificação da sexta-feira de manhã para fazer o máximo de quilometragem possível. Completou 25 voltas, 15 delas cronometradas, tendo sido o cara que mais andou na sessão. Apesar do esforço, o francês foi o último dos sete pilotos que brigavam pelo direito de participar dos demais treinamentos. O companheiro Fabrizio Barbazza foi seis décimos mais rápido que ele, mas terminou o treino em sexto e também não foi admitido para as sessões oficiais. A única coisa que o italiano fez de relevante na Espanha foi machucar o tornozelo esquerdo de Nigel Mansell num jogo de futebol envolvendo pilotos de Fórmula 1. E assim acabou a temporada europeia para a AGS.
As duas últimas etapas do ano de 1991 aconteceriam no Japão e na Austrália. Viagens longas, duras, demoradas e custosas. Por não ter conseguido terminar entre as dez melhores construtoras em 1990, a AGS não tinha o direito ao transporte de equipamentos pago pela FOCA, sendo sempre obrigada a custeá-lo do próprio bolso. Além dos gastos logísticos, havia ainda despesas com alimentação, hotéis, locomoção, comunicação… Tudo isso apenas pelo duvidoso prazer de participar de um treino de apenas uma hora de duração sem a menor garantia de poder tomar parte das demais atividades de um Grande Prêmio. Valia a pena?
Em Barcelona, comentava-se que a AGS não estava com muita vontade de participar do GP do Japão. Sabendo que tinha chances quase nulas de conseguir participar da corrida, a escudeira francesa preferia guardar uns trocados no bolso enquanto tentava encontrar uma solução para a temporada de 1992. As conversas com a Larrousse, que também estava no bico do corvo, sobre uma possível fusão foram retomadas. Negociações com pilotos pagantes e possíveis apoiadores também estavam sendo levadas a cabo. Mas os tempos estavam difíceis. Até mesmo as equipes médias estavam disputando patrocínios na porrada. A verdade é que o sonho de Henri Julien parecia estar chegando ao fim.
Sem saber ainda se disputava a prova de Suzuka ou não, a AGS decidiu mandar para o Japão uma parte de seus equipamentos. Olivier Grouillard recebeu os mais sinceros agradecimentos da cúpula e foi dispensado sem muita conversa. Inicialmente, surgiram alguns rumores de que seu substituto poderia ser o americano Ross Cheever, irmão de Eddie Cheever e piloto da Fórmula 3000 japonesa. No fim das contas, nenhuma substituição foi anunciada. Se os caras de Gonfaron realmente fossem tentar disputar o GP nipônico, apenas Fabrizio Barbazza entraria na pista.
Só que isso não aconteceu. No dia 11 de outubro, pouco mais de uma semana antes do GP do Japão, a AGS anunciou a todos que não participaria das duas etapas finais da temporada de 1991. Sem qualquer menção a respeito do seu futuro definitivo, tudo indicava que nunca mais veríamos um carro da escuderia de Gonfaron na Fórmula 1.
E foi isso mesmo. A equipe de corrida AGS desapareceu para todo sempre.
Fim.
Fim deprimente e chocho. Querem um epílogo? OK.
A equipe de corrida AGS acabou, mas a empresa Automobiles Gonfaronnaises Sportives existe até hoje e vai muito bem, obrigado. Depois do fechamento da escuderia, Henri Julien e amigos recompraram os ativos da empresa e fundaram uma escola de pilotagem dentro do autódromo de Le Luc. Longe da competição em si, Julien resolveu ganhar dinheiro oferecendo a ricos empolgados a possibilidade de ser um Ayrton Senna ou um Gregor Foitek por um dia.
Por singelos € 9.300,00, você tem o direito de pilotar um carro de Fórmula 1 moderno (há modelos como o Prost AP02 e o Arrows A20, ambos de 1999) por algumas voltas na pista de Le Luc. Caso você não tenha toda essa grana, não se preocupe. Há pacotinhos ligeiramente mais baratos para pessoas que se contentam com um pouco menos. Desembolsando € 1.339,00, é possível guiar um JH24 utilizado por Gabriele Tarquini em 1989. Ainda um programa caríssimo, mas certamente espetacular.
Quer mais informações? Você pode acessar o site da AGS neste link. Sim, a velha equipe reject tem um site ativo!
E que fim levou toda a galera da AGS? Henri Julien faleceu em julho desse ano, vocês se lembram bem. Christian Vanderpleyn também já não está mais entre nós, vítima de um acidente rodoviário em 1992. Cyril de Rouvre chegou a comprar a Ligier em meados dos anos 90 e acabou preso em 1999 após acusações de fraudes fiscais em seus negócios. Gabriele Tarquini está competindo profissionalmente até hoje, sendo um dos astros do WTCC. Roberto Moreno está trabalhando como empresário do piloto Lucas Foresti. Stefan Johansson ganha a vida comandando uma empresa de relógios. Joachim Winkelhock é embaixador da Opel. Philippe Streiff trabalha como consultor do governo francês na área de qualidade de vida para deficientes físicos. Fabrizio Barbazza virou dono de hotel em Cuba. Olivier Grouillard, Yannick Dalmas e Ivan Capelli estão por aí, trabalhando com coisas relacionadas a automobilismo.
A série acabou, amigos. Agradeço a todos que tiveram paciência para ler tudo. A propósito, descanse em paz, Henri Julien. Você merece uma homenagem desse tamanho unicamente porque construiu uma das equipes mais bacanas da história.






12 de setembro de 2013 at 21:16
Sentirei saudades desta série.Me acostumei,nos ultimos dois meses,a vir sempre aqui,esperando a postagem do próximo capitulo.Gostaria sinceramente,que a maluquice fosse repetida,com alguma outra equipe…Quem sabe?
13 de setembro de 2013 at 9:24
Será, certamente. Mas nas férias.
12 de setembro de 2013 at 22:08
Que pena que a série acabou!!! Valeu, li e acompanhei todas as partes!!! Obrigado pela paciência em escrever tudo!! Valeu, cara!!!!!!!!!!!
13 de setembro de 2013 at 9:25
Valeu, cara!
13 de setembro de 2013 at 0:00
Excelente, Verde! Adorei a saga, tá ótimo para um livro meu amigo. Junta mais algumas equipas, cola tudo e faz crowdfuning para arranjar dinheiro. Era capaz de comprar um! :) Grande saga, grande!
13 de setembro de 2013 at 9:26
A se pensar, vamos ver, essa série me tomou um tempo desgraçado.
Valeu, Paulo!
13 de setembro de 2013 at 1:31
Clap! Clap! Clap!
Aguardo a próxima equipe. Sério, cara: adorei. Li cada capítulo sofregamente. Adoraria ver isso em versão impressa. Parabéns pela pesquisa, pelo trabalho, pela paciência. Poderá ser pouco lida, mas não deixa de ser excelente. Abraços!
13 de setembro de 2013 at 9:30
Valeu, Panda.
Lógico que devo dizer que o interesse pelas histórias mais obscuras começou lá nos tempos em que descobri o GPTotal, heheh
13 de setembro de 2013 at 1:43
Parabéns pela saga! Sempre curti as equipes rejects e suas trajetórias tortuosas, acompanhei esta desde o número 1.
13 de setembro de 2013 at 9:30
Valeu, Carlos!
13 de setembro de 2013 at 2:56
Uma pena que acabou! Mergulhei nessa história e não queria mais sair. Mal posso esperar pelo livro!
13 de setembro de 2013 at 9:30
Livro? Mas olha só, hehehehe
Valeu, mano. Tem mais lá na frente.
13 de setembro de 2013 at 3:45
Faça um livro sobre a AGS. História completa, real,
com momentos difíceis, mostrando todo o sofrimento
de uma equipe do fundão. Uma dica, faça a próxima
história sobre a Hispania, equipe recentemente extinta,
mas que era muito similar às equipes pequenas daquela
época. Um especial Midland poderia ser interessante
também, para acompanhar o sofrimento de Albers e
Tiago Vagaroso Monteiro.
13 de setembro de 2013 at 9:32
HRT e MF1, não é má ideia, não. Mas precisa de um pouco mais de tempo. Sacumé, falências ainda frescas e tal.
Prioridade é escrever sobre coisas mais antigas. Mas fica anotado pro futuro.
13 de setembro de 2013 at 4:20
Verde, sua maior e melhor reportagem sem dúvida! E agora, que tal Osella?
PS: Fabrizio Barbazza virou dono de hotel em Cuba. Mais alternativo, impossível!
13 de setembro de 2013 at 9:32
Valeu, Rodrigão!
Osella? Com mais de dez anos de Fórmula 1? Vou passar um ano inteiro escrevendo sobre ela, hahahah
13 de setembro de 2013 at 9:32
Li todas as partes dessa fantástica serie, como fã das equipes pequenas da Formula 1, gostei demais.
Meus parabéns Verde!!!
13 de setembro de 2013 at 9:32
Valeu, mano!
13 de setembro de 2013 at 10:57
Fala sobre a Life (q nas pistas se tornou “death” rsrs), q era uma equipe q conseguiu a proeza de terminar uma temporada inteira na F1 mesmo sem ter estrutura nem pra disputar corrida de jegue… :)
Tá certo q tu já falaste algo sobre ela qdo citaste a curta saga de Gary Brabham na F1… No entanto tu ainda não mencionaste a equipe na época do Bruno Giacomelli… Enfim, tu já tens meio caminho andado aí, agora é só finalizar…
P.S.: parabéns pela sua super-produção, q no fim das contas foi + q o triplo das trilogias de Matrix e O Sr. dos Anéis juntas!!! :) Abç.
13 de setembro de 2013 at 18:27
Valeu! E a Life, obviamente, é candidatíssima a aparecer aqui.
14 de setembro de 2013 at 1:23
Ah, me ocorreu outra ideia aqui: vc poderia de repente dar uma olhada nos teus posts + antigos (dede 2010) e verificar fatos, histórias, pessoas, etc. q tu disseste q “um dia valeria um post por aqui”… Enfim, uma boa oportunidade pra “quitar” essas dívidas pode ser agora…
E pensar q eu fico parando meus afazeres do mestrado e do MBA só pra dar uma “bizoiada” no seu blog… Coisa de maluco mesmo… rs
13 de setembro de 2013 at 12:35
Caralho verde, muito bom. Agora é melhor voce continuar a história até como a AGS seguiu na Formula 1 e ganhou uma corrida épica em 97 no canadá, agraciada por uma bandeira vermelha causada pela almofadinha Ligier de Panis, que permitiu que a AGS, evidentemente com Bertrand Gachot e motores Peugeot, ganhasse a posicao apos a parada no box de Michael Schumacher. Essa historia nao pode acabar assim!
13 de setembro de 2013 at 18:26
Só uma correção, a AGS trocou os motores Peugeot pelos Citroën em 1996.
13 de setembro de 2013 at 14:45
Obrigado verde! Grande trabalho !!!
13 de setembro de 2013 at 15:06
Sugestão para a próxima saga:basta mudar uma letra….ATS.Ou quem sabe,contar a história da Brabham pós Ecclestone,de 1989 a 1992.
13 de setembro de 2013 at 17:52
Ou contar a partir da saída do Piquet…
13 de setembro de 2013 at 18:26
ATS é uma possibilidade boa, já que estou pensando na história da Rial
E a ideia da Brabham também é sedutora. Histórias envolvendo crimes financeiros são as melhores, hehehe.
13 de setembro de 2013 at 18:13
Escrever tanto sobre tão pouco é uma arte. Pra você, Verde, com certeza número mínimo de páginas no TCC não é problema.
Ainda bem que não te pediram a história da Ferrari (Imagina quanta canastrice à italiana pra transcrever…) ou uma análise geral da geopolítica de Game of Thrones.
13 de setembro de 2013 at 18:25
História da Ferrari, tava pensando nisso hoje. Fico imaginando quanto tempo eu ia perder numa merda dessa, hahahahaha!
Valeu!
13 de setembro de 2013 at 18:17
Verde, você é o George R. R. Martin da literatura automobilística!
13 de setembro de 2013 at 19:38
verde, poderia fazer, se vc quisesse, uma biografia de alguns pilotos. hunt, raikonnen, piquet, mansell, ou algum outro piloto, ou mesmo dirigente.
13 de setembro de 2013 at 21:25
=\, Se fosse 9 mil Reais e não 9 EUROS eu desembolsa essa nota com um sorriso de orelha orelha… Mas hoje(sexta-feiara 13) 1 euro seria 3 reais, entao essa brincadeira sairia por 27 mil contos e uns quebrados….
Ser pobre é triste ='(
13 de setembro de 2013 at 22:09
Cara, parabens pelo trabalho. Mas uma boa sugestão seria escrever sobre a primeira temporada da IRL que é um poço de obscuridade.
13 de setembro de 2013 at 23:04
Foi foda!
Li cada linha!
Ou melhor,leio sempre cada linha do seu blog…
Tu escreve pra caralho cara!
Ross Cheever já foi cogitado na AGS?!?!
de Cesaris,Schneider e Moreno também?!?!?!
Sensacional cara!
Esses boatos antigos que me deixam maluco!
13 de setembro de 2013 at 23:17
Verde se a historia da AGS rendeu 19 otimas partes, eu imagino quantas voce escreveria pra contar a historia da Minardi!
14 de setembro de 2013 at 1:06
Parabéns pelo Best Seller Verde, já pode se candidatar a ABL.Por essas e outras que seu blog está no topo dos meus favoritos, ao lado do Forix, StatsF1, F1Rejects e Aerogi.
Mais uma vez, parabéns!
Abraços
Fábio Mandrake
14 de setembro de 2013 at 1:33
Mais um texto sensacional teu cara, li do começo ao fim. Por mim, podia ser até uma série de 500 posts, que eu não deixaria de ler uma letra. Teus textos são do caralho.
14 de setembro de 2013 at 1:46
Sensacional Verde. A série foi espetacular, pena que chegou ao fim. Parabéns pelo trabalho!
14 de setembro de 2013 at 17:29
Excelente, Verde! Pena que acabou, agora pode escrever sobre outras obscuridades, tipo Coloni, Osella, Rial, ou até mesmo sobre algumas sumidades da Indy, por exemplo
15 de setembro de 2013 at 0:01
Espetacular o seu trabalho! Li cada linha da Saga e não poderia deixar de te parabenizar! Mal posso esperar pela próxima.
15 de setembro de 2013 at 19:59
Parabéns! Belo trabalho!
Não descarte a ideia de um livro.no futuro.
16 de setembro de 2013 at 1:22
Parabéns Verde, ótimo texto, muito gostoso de ler, a ideia do livro não é ruim. Você nos deixou mal acostumados, continue postando o que você quiser que nós vamos curtindo, sem pressa, sem pressão. Abraço
16 de setembro de 2013 at 10:24
Uma equipe que seria interessante de se contar a história seria a Stewart. Das quebradeiras de 1997 a vitória em 1999.
16 de setembro de 2013 at 19:26
Parabens. Uma excelente crónica.
No meio de tantas sugestões, dou mais uma: Connew.
Um abraço
16 de setembro de 2013 at 21:38
Parabéns, Verde. Tu tens o melhor texto do automobilismo hoje, uma espécie de gonzo jornalismo aplicado às corridas. E me impressiono como tu consegue cada detalhe foda, tipo os tempos de volta do cabras da Pré-Qualificação. Alguma coisa a Wikipedia inglesa tem, mas alguns detalhes tu tiras dos confins da internet.
E faço coro pela história da Coloni, até porque ela continua na GP2 querida, tem os carros confiscados, muda de nome, ganha com Luiz Razia depois disso tudo, e antes do fim, Luca Filippi desanda a ganhar corridas pelos carcamanos
17 de setembro de 2013 at 17:34
Mais um texto viciante, Verde. Assim, como os colegas acima, só comento agora, mas li toda a “saga” .
Siga em frente! Estaremos acompanhando. Abs.
6 de fevereiro de 2015 at 19:20
Muito tempo depois descobri seu blog, parabens! Já li sobre a onix. Mais uma equipe lida. Fori-corse sera a proxima!!!!