Em um ano em que, como andei dizendo, o nível técnico foi baixo, fica difícil fazer uma lista sobre os melhores ou os piores pilotos da temporada. Há dois dias, andei chiando sobre o fato de nenhum dos quatro primeiros colocados, Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Mark Webber e Lewis Hamilton, ter me convencido. Disse que Robert Kubica foi o melhor do ano. Além dele, merecem menções convictamente positivas Heikki Kovalainen e, vá lá, Kamui Kobayashi. E só.
Muito radicalismo da minha parte, podem pensar alguns. Afinal, Rubens Barrichello, Nico Hülkenberg, Nico Rosberg e Adrian Sutil também fizeram um trabalho digno e terminaram o ano com o balanço no azul. Pode até ser, mas nenhum deles conseguiu manter desempenho bom e consistente durante todo o ano, nem mesmo “Britney” Rosberg. Minha singela opinião, fazer o quê? E é exatamente por isso que não consigo fazer um Top Cinq sobre os cinco melhores pilotos do ano. Mas fazer dos cinco piores não foi difícil. Você também pode fazer a sua lista comentada, e eu faço outro post na semana que vem. Confira:
5- VITALY PETROV
É meio chato pra mim, que tenho o russo como meu segundo piloto favorito no grid atual, ter de coloca-lo nessa lista. Ponderei muito se Jarno Trulli não era a opção ideal, mas reconheço que o italiano só sofreu com seu típico azar e com os intermináveis problemas hidráulicos de seu Lotus. Vitaly Petrov, por outro lado, perdeu muitas oportunidades por erros próprios.
De verdade, eu não esperava absolutamente nada de Petrov no início do ano, apesar de seu bom retrospecto na GP2. Sendo o segundo piloto de uma Renault que nunca foi lá muito generosa com os segundões e tendo como companheiro um inspiradíssimo Robert Kubica, restava ao ex-soviético catar o que lhe sobrasse. Para minha surpresa, ele mostrou personalidade, bom ritmo de corrida e muita combatividade em disputas de posições, como puderam perceber Lewis Hamilton em Sepang e Fernando Alonso em Abu Dhabi.
Infelizmente, as atuações ruins, que foram bem mais numerosas, se sobrepujaram sobre as boas. Vitaly bateu muito nesse ano, principalmente no final da temporada: acidentes em treinos em Shanghai, Barcelona, Mônaco, Spa-Francorchamps, Marina Bay e Interlagos e violentas porradas em Suzuka e Yeongam. E olha que nem considerei as rodadas em Melbourne e na largada da corrida de Montreal. Além dos erros, Petrov teve sérias dificuldades em treinos de classificação que comprometeram várias de suas corridas.
4- PEDRO DE LA ROSA
Quando Pedro De La Rosa foi anunciado como o primeiro piloto da Sauber em 2010, muita gente torceu o nariz. Se havia Giancarlo Fisichella e Nick Heidfeld disponíveis e prontos para o labor, por que trazer de volta das trevas um tiozão espanhol que não pilotava em corridas desde 2006? Peter Sauber alegou que queria renovar a equipe, algo assim. A explicação subjetiva escondia a real intenção: atrair patrocinadores espanhóis. Que não vieram. E De La Rosa acabou virando um elefante branco.
Justiça seja feita ao cara. Muitos que disseram que Kamui Kobayashi faria picadinho do companheiro também quebraram a cara. Nos treinos oficiais, até Monza, o placar entre os dois estava rigorosamente empatado: 8 x 8. O problema maior estava no ritmo de corrida. Tudo bem que o carro da Sauber era absolutamente quebrador no primeiro semestre, mas enquanto Kobayashi se desdobrava para tentar conseguir algo melhor, De La Rosa seguia passivamente, como se estivesse a passeio pela pista. Pouco combativo e muito conservador, raramente era visto em posições de pontos. Não por acaso, só conseguiu pontuar na corrida húngara, na qual terminou em um bom sétimo lugar. Após Monza, DLR tinha seis pontos. E Kamui, que havia pontuado em quatro corridas, tinha feito 21. Sem levar dinheiro e sem ter chances de contribuir no desenvolvimento do carro, não havia motivos para manter Pedro De La Rosa. E Nick Heidfeld entrou em seu lugar.
3- MICHAEL SCHUMACHER
A partir da terceira posição do Top Cinq, o negócio realmente pega. E quem imaginaria ver o velho Schumacão aparecendo em uma nem um pouco honrosa terceira posição nesse triste ranking? Nem ele.
Na verdade, eu até imaginaria. Muita gente ingênua acreditava que Michael Schumacher, 41 anos e fora das competições desde 2006, voltaria com tudo e ensinaria à molecada o que é dirigir um carro de Fórmula 1. Cético, eu acreditava que até mesmo um Nico Rosberg seria suficiente para pisar sobre o mito e suas histórias e derrotá-lo na pista. Infelizmente, estava certo. O MGP W01 não era lá um grande carro, mas os ingênuos ficaram decepcionados com a distância entre Rosberg e Schumacher.
Quando o piloto chega próximo dos quarenta anos, seus reflexos diminuem consideravelmente e fica cada vez mais difícil manter a forma física. Michael foi muito otimista em acreditar que poderia peitar jovens que assistiam à Xuxa e comiam Frutilly na época em que ele ganhou seu primeiro título. E o resultado foi aquele que todos nós vimos: apenas 72 pontos, nenhum pódio, uma quinta posição como melhor posição de largada e nada menos que 70 pontos atrás de Rosberg.
É verdade que Schumacher fez ótimas corridas, como em Barcelona, Istambul, Suzuka e Yeongam. E é verdade que ele ainda demonstrou ser Michael Schumacher em momentos como a fechada duríssima sobre Rubens Barrichello em Hungaroring ou a ultrapassagem malandra sobre Fernando Alonso na última curva em Mônaco. Mas não deixa de ser chato ver o heptacampeão de 2010 fazendo um mero papel de tiozão aposentado que quer se divertir.
2- FELIPE MASSA
Há dois anos, Felipe Massa era considerado o piloto que traria de volta ao Brasil as alegrias da glória na Fórmula 1. Afinal de contas, Rubens Barrichello havia falhado miseravelmente no papel ao ter se vendido aos dólares da Ferrari. O aguerrido Massa, por outro lado, era o símbolo daquilo que o esportista brasileiro era obrigado a personificar: o caráter guerreiro e obstinado de alguém que luta contra as adversidades e o “inimigo do primeiro mundo”. Tudo isso é exatamente o que o povo pensava. Dois anos depois, as coisas ficaram totalmente diferentes, para não dizer invertidas.
Enquanto o veteraníssimo Barrichello volta a ser aclamado pelas suas performances na Brawn e na Williams, Massa é acusado por todos de ser um piloto limitado, apático e, acima de tudo, subalterno. É evidente que tudo isso não passa de idiotices típicas dos irracionais fãs brasileiros. Felipe é um piloto de ponta que merece respeito e até mesmo um título na Fórmula 1. Mas a verdade deve ser dita: ele não andou bem em 2010. Aliás, vou além. Andou mal pra caramba.
Ofuscado por um Fernando Alonso que faz milagres na pista e não tem a menor vergonha de ser mandão e manipulador fora dela, Felipe Massa perdeu a primazia na Scuderia Ferrari e acabou se tornando um mero segundo piloto, assim como Rubens Barrichello e Eddie Irvine. Nós até podemos botar a culpa em Alonso e sua personalidade centralizadora e maquiavélica, mas Massa também não fez por merecer a atenção da equipe. Enquanto o espanhol sempre demonstrou combatividade, determinação e ânimo para brigar pelo título até a última volta da última corrida, Felipe se comportou de maneira passiva e até mesmo conformada, o que é absolutamente estranho para um piloto que era considerado até mesmo selvagem.
Vice-campeão, Alonso venceu cinco corridas, fez duas poles e marcou 252 pontos. Sexto colocado, Massa não venceu nenhuma, não fez nenhuma pole e marcou 144 pontos, apenas dois a mais que Nico Rosberg. Podemos dizer que suas duas únicas grandes corridas aconteceram em Sakhir, quando ele andou muito próximo de Fernando Alonso durante a prova, e em Hockenheim, aquela famosa corrida do Felipe, Fernando is faster than you. Houve algumas outras atuações razoáveis, como em Melbourne, em Yeongam e em Monza. E só. O resto foi de uma mediocridade deprimente.
1- VITANTONIO LIUZZI
Como de costume, não dei sorte aos pilotos pra quem torço. E sou torcedor de Vitantonio Liuzzi desde 2004, quando ele venceu a Fórmula 3000 de maneira absurdamente dominante. Sua carreira na Fórmula 1, no entanto, é irregular e beira a irrelevância. E 2010 foi exatamente assim, mesmo tendo em mãos um razoável Force India.
O pior é que Liuzzi começou muito bem o ano. Fez um competente nono lugar em Sakhir e foi melhor ainda em Melbourne, marcando ótimos sete pontos. Depois disso, simplesmente desapareceu das dez primeiras posições e passou o restante do ano brigando com os pilotos da Toro Rosso e levando no couro dos pilotos da Sauber e da Williams, que tinham carros piores no primeiro semestre. Só voltou a andar bem em Yeongam, quando conseguiu um milagroso sexto lugar. Fora as três corridas supracitadas, Liuzzi só marcou pontos em outras três: dois em Mônaco, dois em Montreal e um em Spa-Francorchamps. Somou 21. Enquanto isso, seu companheiro Adrian Sutil fez miséria com o mesmo Force India e o levou às dez primeiras posições com frequência, marcando 47 pontos em nove corridas.
O problema é que Liuzzi não foi mal apenas na pontuação. Nos treinos oficiais, perdeu de 16 x 3 para Sutil. Sobrou no Q1 em duas ocasiões por culpa própria e passou perto disso em várias outras. E as corridas eram tão ruins quanto. Acidentes em cinco corridas e fraco ritmo de corrida marcaram as participações do italiano de Locorotondo na temporada. Além do mais, a sorte não esteve ao seu lado. Em Montreal, ele conseguiu um milagroso quinto lugar no grid, mas foi tirado da pista por Felipe Massa na primeira curva. Coincidentemente, o mesmo aconteceu em Suzuka. E em Abu Dhabi, Liuzzi bateu feio na Mercedes de Schumacher por pura falta de visibilidade. Ou seja, o pacote estava completo para Vitantonio Liuzzi ser considerado o maior pereba da temporada.
19 de novembro de 2010 at 12:35
Piores? pra mim são esses
5)Buemi
4)Yamamoto
3)Trulli
2)Massa
1)De la Rosa
19 de novembro de 2010 at 14:08
E cade os brasileiros estreiantes que levaram um passeio dos companheiros ate em interlagos…triste realidade
19 de novembro de 2010 at 15:50
Me recuso a falar dos 6 patinhos feios de Virgin, Lotus Malaysia e Hispania. Se você tem os piores carros do grid, é clichê estar entre os piores pilotos.
Minha lista é:
5- Sebastian Buemi: tudo bem que a STR não é uma RBR, mas Buemi pouco fez. Brigando com o companheiro e com Liuzzi várias vezes para entrar no Q3.
4- De La Rosa: mesmo ainda não achando o Koba esse craque todo, o espanhol foi TOTALMENTE irrelevante, um cone na pista faria mais estrago.
3- Shummy: a là ‘Fettel’ posso dizer: se 7 títulos não me fizeram gostar do Michael, não é agora que vou gostar. Enguliu poeira do Nico e fez para mim apenas uma boa corrida: Yeongam.
2- Liuzzi: Verde, o Liuzzi é muito fraco.
1- Massa: Como aquele moleque louco da Sauber virou esse piloto? Desde o acidente Felipe deixou de ser um piloto de ponta, nunca foi genial, mas em 2008 fez corridas dignas de título. Hoje é escudeiro de Alonso, não tendo personalidade nem talento para batê-lo. Se não mudar de equipe, sucumbirá.
19 de novembro de 2010 at 16:53
Ah moleque!!
Vou fazer meu próprio Top Cinq!!
5)VITANTONIO LIUZZI
Como torcedor da Force India,posso dizer que xinguei muito o italiano.Mas mesmo assim não dou a primeira posição ao italiano porque ele correu muito em Montreal e em Yeongam.
Se o Sutil não tivesse corrido tão bem não sei se ele entraria na lista.Mas o fato é que o alemão,com um carro igual ao dele,chegou a peitar as grandes.E o nosso Tonio…
4)MICHAEL SCHUMACHER
Também já esperava um ano fraco do alemão queixudo.
Até um cara que só assiste o GP do Brasil de F1 percebe as diferenças dos carros de 2006 para os desse ano.
Fora isso,três anos parados fazem diferença.
Mas achava que o heptacampeão fosse recuperar terreno a partir da metade do ano.E não foi isso que aconteceu.
Na verdade,ele continuou a tomar sacode do Rosberg e ainda passou a jogar com sua velha e conhecida sujeira…
3)JAIME ALGUERSUARI
Fiquei na dúvida entre o espanhol e o Buemi.
Os dois conseguem ser mais figurantes que as três equipes novas.
Não andam perto de ninguém,não brigam por nada,não aprontam nennuma surpresa.
A diferença foi que o Buemi chegou a andar na frente da Sauber e perto da Williams e Force India.
O Alguersuari só deu uma melhorada no final do ano,e mesmo assim não conseguia fazer grande coisa,além de ser azarado.
Franz Tost,tira essas duas parasitas e chama logo Ricciardo e o Vergne!!
2)PEDRO DE LA ROSA
Esse me surpreendeu.
Achava que ia ser vergonhoso nas qualificações mas que usaria sua experiência para melhorar nas corridas.
Foi justamente ao contrario.
Até ia bem no sábado,mas parecia preguiçoso nas corridas.O normal era ve-lo ali no meio da pelotão fazendo apenas número e figuração com as duas Toro Rosso.
1)FELIPE MASSA
O motivo pelo qual é o meu primeiro colocado é bem simples.
Todas as características negativas dos outros pilotos da lista se encontram no Felipe Massa versão 2010.
Foi arrebentado pelo companheiro de equipe,assim como Liuzzi.
Ficou um tempo afastado mas não recuperou o ritmo no decorrer do ano.Schumacher também.
Como a Toro Rosso,só fazia figuração enquanto o coro comia entre as equipes grandes.Pode-se dizer que Massa foi a escolta das grandes em 2010.Ficava confortavelmente longe de Kubica,Sutil e Barrichello e também não ameaçava McLaren,Ferrari,Mercedes e Red Bull.
E finalmente,mostrou falta de combatividade.
Percebeu que não brigaria por mais nada no ano,então não fazia sentido brigar pelas primeiras posições.Uma atitude acomodada e que rendeu justas críticas.
19 de novembro de 2010 at 17:52
complicada essa temporada pra definir habilidade de pilotos, mas vamos lá:
5-)Sakon Yamamoto
Tá certo que teve pouco contato com o carro e mal teve tempo de mostrar suas qualidades direito (se é possível mostrar alguma qualidade na Hispania), mas o pouco que mostrou ele foi muito abaixo daquele esperado.
4-)Pedro De La Rosa
Foi muito apagado nessa quase temporada dele, tá certo que não esperava muito, mas mesmo esperava que desse pelo menos uma canseira no Kobayashi
3-)Felipe Massa
Eu esperava muito no início do ano como ele e Alonso se comportariam juntos na Ferrari, achava que ela estaria mais intere$$ada em Alonso, mas Massa esteve irreconhecível esse ano, completamente apático.
2-)Vitantonio Liuzzi
Por algum motivo tinha esperanças pra ele nesse ano, principalmente pelo começo de temporada, mas apagou-se completamente e ficou o resto do ano se engalfinhando com carros piores que o dele e ficando sempre no Q2 (isso quando passava pro Q2).
1-)Michael Schumaccer
Eu e a torcida do flamengo achávamos que ele ia se sobressair nesse campeonato (afinal, ele é Schumaccer) mas teve um desempenho muito, mais muito abaixo. Abaixo de qualquer um imaginaria, creio eu. Levou uma sova inimaginável de Rosberg (que é um ótimo piloto).
20 de novembro de 2010 at 2:57
Estou de acordo, mas talvez eu tirasse o De La Rosa, subisse o Petrov para quarto e incluísse o Buemi, embora eu reconheça que o Buemi teve mais bons momentos que os cinco citados.
20 de agosto de 2011 at 22:28
Na minha opinião o Heidfeld deveria ser incluído nesta lista, talvez não possa
pelo fato de ter disputado somente as últimas 5 provas do ano. Não por acaso foi preterido por Mclaren e Ferrari que contrataram Kimi Raikkonen para 2002 e Felipe Massa para 2006 respectivamente. Depois disso foi superado pelo Kubica quando foi parceiro do polonês na BMW Sauber.