Olha o GP do Brasil aí, geeeeente! Pois é, e a Fórmula 1 desembarca, pela 39ª vez, em Terra Brasilis para realizar a penúltima etapa da temporada 2010 no digníssimo Autódromo José Carlos Pace. Todos ficam muito felizes. Os brasileiros tem a grande chance de ver de perto (ou não tão de perto assim) os carros, os pilotos e as grid-girls. Os estrangeiros ficam extasiados por poderem consumir caipirinha, churrasco e prostitutas a granel, não nesta ordem. Boa parte dos pilotos gosta do traçado. A prefeitura paulistana fica contentíssima pelo fato da corrida ser o evento que traz mais dinheiro e dividendos institucionais à cidade, superando até mesmo a Parada Gay (?). A Globo, então, fica em polvorosa. A corrida torna-se assunto primordial nos jornais e no programa da Ana Maria Braga.
A felicidade é tamanha que todos se esquecem de que Interlagos é um dos circuitos mais precários do calendário, que sua localização é ainda pior e que o Brasil é um país de terceiro-mundo repleto de problemas. Ao menos nós, tupiniquins, estamos acostumados com dengue, corrupção, bandidagem, asfalto esburacado e burocracia. E os gringos? A verdade é que a Fórmula 1 no Brasil é uma vitrine de como as coisas são por aqui: nós arrumamos a casa apenas para os estrangeiros. Ainda assim, varrendo a sujeira para debaixo do tapete. Mas não dá tão certo, já que eles conseguem perceber. O Top Cinq de hoje se dedica a contar algumas histórias a respeito.
Deixo bem claro: não quero tomar partido de Interlagos ou Jacarepaguá. Tanto São Paulo quanto o Rio de Janeiro são duas grandes metástases urbanas, problemáticas, sujas e violentas. É tudo farinha do mesmo saco de má qualidade.
5- A FAMA
Começo com uma declaração de James Hunt sobre Interlagos: “O Brasil é do tamanho da Europa. Então, por que escolhem realizar uma corrida de Fórmula 1 justamente em uma pista socada na maior cidade do país?”. A declaração do sempre ácido Hunt faz todo o sentido. A maioria das pistas de concepção antiga de corrida é localizada em rincões muito distantes da civilização. Afinal, o barulho dos carros não incomoda tanto e a logística é bastante facilitada.
Hunt era um dos críticos da pista. Vários outros pilotos, dirigentes e jornalistas estrangeiros já reclamaram de Interlagos, de Jacarepaguá, de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Brasil. Lembro-me de ter lido críticas de Mika Salo, Ron Dennis, The Scrutineer (o colunista da F1 Racing), Ralf Schumacher e de mais um punhado de gente sobre Interlagos e também sobre os problemas de São Paulo. É óbvio que os ufanistas irracionais pedem a cabeça dessa gente. Afinal de contas, ingleses, alemães e finlandeses não entendem nada de urbanidade. Quem entende somos nós.
Mas as críticas mais contundentes saíram das bocas de dois pilotos britânicos em 2007. David Coulthard, vice-campeão em 2001, disse simplesmente que o Brasil é uma merda. Anthony Davidson, ex-Super Aguri, foi além e falou sobre absolutamente tudo. “O autódromo do Brasil é terrível. O traçado não é bom, cheio de ondulações. O asfalto é uma porcaria. Os banheiros são uma porcaria, o paddock também é uma porcaria. E quando você deixa o autódromo, sente medo de perder sua vida. Tenho medo daquele lugar”, sentenciou. Só faltou reclamar dos impostos. E se reclamasse, não estaria errado.
Justiça seja feita. Muitos adoram Interlagos. Assim como muitos adoravam Jacarepaguá. E assim como muitos adoram São Paulo, Rio de Janeiro ou o Brasil. Tudo isso, de fato, tem lá suas muitas qualidades. Mas os defeitos também saltam aos olhos. E devem ser corrigidos. Não é porque Silverstone ou Istambul têm lá seus problemas que nós podemos usá-los como desculpa.
4- OS PROBLEMAS DE INTERLAGOS…
Não vou dar uma de Anthony Davidson e criticar coisas comezinhas, como o fato de não haver papel higiênico nos banheiros do paddock. Interlagos é um autódromo muito legal, mas que tem muitas coisas a resolver. Muitas mesmo.
Um dos problemas históricos do circuito é a qualidade do asfalto, terrível e cheio de ondulações. Lembro-me de ter lido certa vez uma declaração do jornalista e piloto Sérgio Quintanilha sobre isso. “As ondulações podem ser percebidas no meu Corsa de competição, imagine então em um carro de Fórmula 1”, relatou. Não por acaso, vários pilotos reclamavam de dores de cabeça, enjoos e tonturas após a corrida. O pior é que a prefeitura tinha o terrível costume de recapear o traçado com asfalto de má qualidade, piorando a situação. Caso notável foi o recapeamento de 1995, empreendido pelo então prefeito Paulo Maluf. Os pilotos, em uníssono, disseram que o novo asfalto era basicamente muito pior que o anterior, que já não era aquelas coisas. O problema só foi amenizado em 2007, na gestão de Gilberto Kassab.
Se o asfalto fosse o único problema, estávamos bem. Infelizmente, não é. Defasados, os apertados boxes não estão conseguindo comportar direito as 12 equipes da atual temporada. O sistema de escoamento e drenagem de água não é dos melhores. Em 2003, a corrida teve seu andamento prejudicado devido à formação de enormes poças na Curva do Sol. Fora do autódromo, a presença de cambistas incomoda um bocado. E olha que estes são os problemas que costumam atingir apenas a Fórmula 1. A situação piora muito nas categorias nacionais. O mato toma conta das áreas de escape e algumas das arquibancadas desaparecem após a corrida de Fórmula 1. Nunca entendi o porquê do uso ostensivo de arquibancadas móveis, de instalação cara e de qualidade menor que as fixas.
3- … E DE JACAREPAGUÁ
Eu até me arrisco a dizer que Jacarepaguá (mesmo o atual) supera Interlagos em vários pontos. A localização é boa. O Autódromo Nelson Piquet está localizado a alguns quilômetros da Barra da Tijuca, rodeado por belos morros e apartamentos da nova classe média. Até onde eu sei, não há grandes problemas de tráfego. Os problemas não estão, definitivamente, na questão logística ou geográfica. É lá dentro que o bicho pega, especialmente nos tempos de Fórmula 1.
O problema maior de Jacarepaguá na Fórmula 1 é que as coisas não eram levadas a sério. A sala de imprensa é um ótimo exemplo. Quente, apertada e desorganizada, fazia com que jornalistas se acotovelassem em busca de um pequeno espaço. Aliás, não havia apenas jornalistas: alguns penetras sempre conseguiam credenciais para entrar e encher o saco. Geralmente, estas credenciais eram dadas a amigos de pessoas que trabalhavam na organização das corridas. O escambo delas, aliás, representava um dos grandes problemas da corrida e levou a uma situação extrema em 1986. Falo dela depois. Voltando à abafada sala de imprensa, enquanto os penetras entravam, alguns jornalistas, notadamente os de rádio, acabavam ficando de fora.
A torcida em Jacarepaguá protagonizava um espetáculo à parte. A alegria da torcida, geralmente vinda de outros estados, era um ponto positivíssimo da corrida carioca. Uns jogavam sacos de urina e garrafinhas de água nos outros como se fossem crianças no primário. Mas e quando há a morte de uma criança de verdade, como ocorreu na edição de 1989? E quando alguns torcedores invadiam a pista na bandeirada? No mesmo ano de 1989, um maluco atravessou na pista quase que no momento em que Nigel Mansell cruzava a linha de chegada com sua Ferrari. Imagine se o Leão acertasse o cara em plena bandeirada.
Muitos diziam que a pista de Jacarepaguá era segura. De fato, os acidentes graves não eram frequentes, já que as áreas de escape eram consideráveis. Mas havia trechos bem perigosos, como a curva do Cheirinho. Foi lá que Philippe Streiff destroçou seu AGS na pré-temporada de 1989. Seu carro deu uma cambalhota e caiu de cabeça para baixo, com o santantônio arrebentado. O precário atendimento dos despreparados fiscais permitiu até que Philippe tentasse se levantar do carro, o que agravou ainda mais sua lesão na coluna. A demora no atendimento e os problemas que obrigaram o helicóptero a desistir do primeiro hospital e seguir para um segundo teriam enterrado de vez qualquer chance de recuperar os movimentos, que ainda existiam nos primeiros instantes após o acidente.
2- CACHORROS, PLACAS E POLICIAIS
Às vezes, temos a impressão de que algumas coisas só acontecem no Brasil. Conto algumas histórias sobre eventos bastante curiosos que causaram riso em alguns, constrangimento em outros e indignação para os mais revoltados. É óbvio que algumas delas também já ocorreram em outros países, mas o Brasil é o Brasil e acaba sempre despertando atenção maior.
Animais invadindo a pista são absolutamente comuns nas pistas ao redor do mundo. Já tivemos marmotas passeando por Montreal, sapos invadindo Enna-Pergusa e cervos saltitando alegremente em direção à morte em Österreichring e em Elkhart Lake. No Brasil, país que, segundo Nelson Rodrigues, sofria de síndrome de vira-lata, eram os cachorros que davam o ar da graça. Em 1996, um pobre vira-lata invadiu a pista durante os treinos. O canino deu a maior sorte do mundo: adotado por Michael Schumacher, ganhou o nome de Flöh (pulga, em alemão) e foi levado para a Europa. Se bobear, almoça melhor do que eu e você. Em 2000, outro cachorro invadiu os treinos. Os fiscais de pista não conseguiam capturar o animal, o que gerou risos em muitos.
Naquele mesmo ano, 2000, nada menos do que três placas de publicidade caíram no meio da pista durante o treino oficial. Três! Em cada uma das ocasiões, a bandeira vermelha foi acionada. A última placa, localizada no fim da reta dos boxes, quase atingiu o Prost de Jean Alesi, como pôde ser visto no vídeo acima. Na época, até mesmo o sempre ufanista e otimista Galvão Bueno ficou revoltado com a precariedade da instalação das tais placas.
Mas nada supera o absurdo ocorrido nos treinos de sexta-feira da corrida de 1986, ainda em Jacarepaguá. Alguns policiais militares invadiram o paddock e impediram a realização do treino por cerca de 45 minutos. A confusão foi grande e um fiscal de pista chegou a ser agredido. A alegação oficial dos policiais era a retirada de algumas pessoas que não podiam circular por lá, mas os rumores apontavam uma espécie de chantagem dos policiais, que exigiam credenciais para que as coisas seguissem normalmente. Como sanção pela bagunça, a FISA aplicou uma multa de 50 mil dólares à organização. Vale lembrar que eram conhecidas por todos as picuinhas entre a polícia militar carioca, a organização da corrida, a FOCA e a Riotur.
1- CRIMES
Falemos agora de algo mais sério. Os estrangeiros morrem de medo de vir para cá por causa das notícias pouco auspiciosas a respeito dos corriqueiros crimes violentos que costumam ocorrer nas grandes cidades brasileiras. Desacostumados com aquela paranoia que caracteriza a classe média dessas cidades, eles não sabem como se portar no Brasil. E acabam sendo presa fácil para os meliantes.
É verdade que há muito exagero por trás disso. Em 2001, funcionários da Jaguar e da Minardi deram falta de alguns objetos da equipe. Respectivamente, laptops e rodas. A comunidade internacional saiu dizendo que algum marginalzinho brasileiro conseguiu invadir o paddock e levou as bugigangas para revendê-las e arranjar algum para comprar um prato de comida ou crack. No fim das contas, descobriram que os laptops haviam sido esquecidos na Malásia e as rodas estavam muito bem escondidas no motorhome da equipe italiana. Esta é a fama que nós criamos e que nos rende até mesmo acusações injustas.
Mas não pensem que o primeiro lugar fica no campo das fantasias de europeus assustados. Em 1986, dois ingleses relacionados à Fórmula 1 foram assaltados no Rio de Janeiro. O piloto Jonathan Palmer, da Zakspeed, andava pela praia à noite quando foi atingido pelas costas por uma garrafa quebrada, obra de um assaltante. Ferido na perna, ele foi a um hospital público e detestou o atendimento que lhe deram. Como o piloto era formado em Medicina, ele mesmo acabou costurando o corte, que cicatrizou e não lhe impediu de correr no domingo.
Dias depois, o ex-piloto e jornalista Innes Ireland caminhava pela praia à noite com sua namorada quando foi abordado por nada menos que cinco trombadinhas. Os moleques tentaram roubar seu relógio Ferrari, mas não pensem que Ireland, ex-oficial do Exército Britânico, deixou barato. Aos 56 anos e em excelente forma, ele simplesmente dominou os cinco e conseguiu reaver o relógio. Até mesmo a namorada ajudou: arrancou o salto alto do pé e deu uma pancada na cabeça de um dos bandidos, que caiu desmaiado.
Vocês podem até dar risada pelo fato dos dois ingleses branquelos terem feito papel de otário ao se arriscarem na praia à noite. Mas será que os otários não somos nós, que nos trancamos em casa sem reagir enquanto a bandidagem domina os espaços públicos?
5 de novembro de 2010 at 13:42
nunca li tanta besteira junta.. quero meu tempo de volta!
5 de novembro de 2010 at 14:23
Não há devoluções.
5 de novembro de 2010 at 22:27
Contra fatos, não há argumentos, meu chapa!
17 de dezembro de 2010 at 22:22
OWN3D
5 de novembro de 2010 at 13:49
Vou comentar por partes e de forma desordenada…
Sobre a pista ser dentro da cidade, acho que dá um charme especial… há prós e contras nisso. Acho que o Hunt não preferiria Aida, por exemplo. Ele deveria ser um dos ávidos consumidores de mulheres e churrasco, não?
Ralf e Ron Dennis reclamando…normal.
O Davidson pode criticar uma série de itens, mas criticar o traçado pra mim é coisa de piloto sem sucesso, que deve estar andando em alguma categoria menor em “traçados fabulosos” como Dubai…
Cambistas fazem parte da cultura do jeitinho brasileiro…um povo naturalmente corrupto (a frase não é minha, era do presidente de um grande banco internacional, mas eu concordo).
Sobre a segurança, até hoje só tivemos um acidente, o de Zonta em 99, em que o piloto precisou se ausentar da corrida seguinte…ok, sabemos que não é por isso que Interlagos é a pista mais segura do mundo e os acidentes de Sarrazin, Webber, Alonso e Alexandre Sperafico na curva do café mostram isso, mas é uma pista mais segura que a média. E o circuito, por ser dentro da cidade, facilita o trajeto para o Albert Einstein, um dos hospitais mais modernos do mundo num raio de 500 KM de um circuito de F1.
O vergonhoso incidente das placas foi o ponto baixo que mostrou para o mundo, centrado em 3 placas caindo, como eram as administrações paulistanas de Jânio, Erundina (que trabalhou bem pelo autódromo), Maluf e Pitta. Dois meses antes havíamos elegido uma nova administração, que de lá para cá (Marta, Serra, Kassab), por maiores que sejam as críticas de alguns, é inegável (realmente inegável) que são melhores do que as daquela época, e isso se refletiu na seriedade dos estudos de viabilidade do autódromo e da importândia do GP do Brasil para a F1. Não é a toa que o autódromo sofreu tantas melhorias nos últimos anos.
Sobre a violência, os otários somos nós…fica dificil comentar, acho que em nenhum país (e o GP do Rio deveria ser pior que em SP nesse ponto) os integrantes do circo da F1 correm tantos riscos quanto aqui. Mas vejo como um problema menor para a F1, é um problema maior para quem vive aqui, mas se nós mesmos não nos revoltamos né…
Ótimo texto Verde!
5 de novembro de 2010 at 18:47
Sensacional teu texto meu velho!
Meus parabens pelo blog, acabei de conhecer e já favoritei! se quiser da uma olhada no meu blog, podemos armar umas parcerias ai po!
abraço!
5 de novembro de 2010 at 20:09
Mais um excelente texto, Verde.
E a condição da pista de Jacarepaguá no acidente do Streiff….que coisa lamentável.
Interlagos eu curto, mas desde sua (re)inauguração em 90 e poucos (me esqueci agora) que o Alain Prost já reclamava das ondulações na pista.
Em CNTP, seria um senhor circuito. Talvez uma reforma mais radical – sem alterações no traçado, por favor – seria o melhor para Interlagos. Reformulação de boxes, arquibancadas…Enfim, colocar o Autódromo José Carlos Pace no padrão FIA de qualidade.
6 de novembro de 2010 at 23:28
Verde, o Button não lê o seu blog.
http://esporte.ig.com.br/grandepremio/formula1/2010/11/06/button+sofre+tentativa+de+assalto+na+saida+do+autodromo+de+interlagos+10014061.html
8 de novembro de 2010 at 4:38
Concordo com grande parte do texto. Entretanto, você destacou uma minoria de pilotos que não gostam de Interlagos de forma a passar uma impressão de que eles são maioria.
Outro ponto: o asfalto melhorou sensivelmente. Praticamente não há ondulações, nem mesmo na entrada do S. E a drenagem foi sensacional nesse ano, as categorias que correram sob chuva não tiveram nenhum tipo de problema, e o asfalto sempre secou muito rapidamente.
De resto, tudo muito bem pontuado.
8 de novembro de 2010 at 10:40
Li sua pagina que fala sobre o perfil de cada piloto.O que me deixou curioso, foi você dizer que o Hamilton tem um péssimo gosto para música .Você ouve o que ?Para escrever esta merda , você deve escutar Funk né ?
8 de novembro de 2010 at 11:21
Não. E continuo achando hip-hop uma tremenda MER-DA. Obrigado.
8 de novembro de 2010 at 15:07
Concordo com seu texto quase inteiro…
Na minha visão vc meio que mesclou umas teses muito interessantes de “esquerda-socialdemocrata”, com várias teses de “direita-liberal”.
Eu confesso que era meio rebelde quando se tratava de igualdade social essas coisas todas, só que um dia cai a ficha e você descobre quem efetivamente arquitetou o sistema, ou seja nem eu e nem o filhinho de papai…
Aí a gente vai vendo o outro lado da moeda, ou seja, que esportivamente, “pode ser” que a coisa só ande justamente quando as empresas privadas(que alguns odeiam) assumirem o controle, levando-se em conta que não existe nenhum mocinho ou bandido nessa história, só gente interessada em alguma coisa…
Você pinçou algo intrigante: que a maioria das críticas, isto é, as mais ácidas vêm dos países que encorajam mais a iniciativa privada, leia-se o Reino Unido.
Conhece a tal Arena da Barra, nome que as Organizações Globo adora alcunhar nas transmissões esportivas, apesar de ter feito show lá com o badaladíssimo Roberto Carlos e o “Criança Esperança”, que na verdade é o HSBC Arena e fica nessa neo-classe média que você citou com bastante propriedade?
Ela pertence a GL Events, empresa francesa e não virou elefante branco, aliás ela ganha mais dinheiro com os shows eeventos culturais do que os jogos do Flamengo no Novo Basquete Brasil. Os eventos culturais vão de Andrea Bocelli e Beyoncé, até eventos esportivos no judô e campeonatos de tênis.
Talvez falte para Interlagos, que é o mais importante dos autodrómos da Terra Brasilis dar o exemplo para que outros tomem a mesma iniciativa e para pistas como a sepultada Jacarepaguá, Curitiba isso.
Não considero o capitalismo não é uma coisa boa, mas as alternativas não trouxeram ainda algo melhor.
Um abraço.
8 de novembro de 2010 at 16:37
Sim, tem de privatizar o negócio. O Kassab fez um ótimo trabalho, mas quem garante que os próximos alcáides farão o mesmo?
Por outro lado, quem vai querer investir em automobilismo no Brasil? Eike Baptista? Jorge Paulo Lemann? Os Marinho? Nah.
17 de dezembro de 2010 at 22:22
Um dos melhores textos que li aqui. O final foi muito bom. Digno de publicação em impressos.
7 de outubro de 2011 at 12:40
Acho que vir a Interlagos realmente nao deve ser muito agradavel a certos pilotos, dada a distancia. Mas sinceridade, os melhores corriam aqui e nao reclamavam de ondulacoes. Pra mim, isso eh como perder no futebol e por a culpa em juiz. De boa: Quem eh David Coulthard? Quem eh Ralf Schumacher? Dois pilotos horriveis. Interlagos eh um templo do Automobilismo e precisa sim ser respeitado. O que eu acho que poderia ajudar (nao sei se isso ja eh feito) mas esses pilotos brasileiros que podiam exercer seu patriotismo nao apenas pegando bandeira no carro pra mostrar pro publico, mas receber feedbacks dos outros pilotos e compartilhar com a administracao. Sera mesmo que o banheiro nao tem trinca na porta nem papel higienico? A administracao iria dar um fora desses? Mas concordo que a prefeitura podia sim revitalizar aquele autodromo, fazendo uma reforma, que seja uma pintura (com tinta, nao com cal, nos muros) na jardinagem, no podio, etc. Para os amantes do automobilismo terem um local mais agradavel para curtir as corridas!
Abracos