Os inimigos da Indy não são “só” a Fórmula 1 e a NASCAR. Longe disso. O problema vai muito além das duas rivais. A verdade é que a categoria de Tony Kanaan, Hélio Castroneves e caterva está guerreando pelo simples direito de sobreviver contra um bocado de pessoas, empresas e situações. Com uma velha baioneta.
CULTURA EUROPEIA: Sejamos honestos: ninguém aqui começou a acompanhar o automobilismo assistindo às corridas da Indy. Se houver um único leitor que se encaixe nesse perfil, legal, sinta-se à vontade para se manifestar. Mas saiba que você é uma exceção tão improvável quanto um javali com duas cabeças.
O automobilismo europeu, capitaneado pela Fórmula 1 e pelas corridas de protótipos, só se tornou o mais forte de todos porque não perdeu tempo em expandir seus eventos para além do Velho Continente. O norte da África, por exemplo, recebeu suas primeiras corridas de Grand Prix nos anos 20. A América do Sul já atraia pilotos consagrados lá do Hemisfério Norte desde o final dos anos 40. O mesmo aconteceu na Austrália e na Nova Zelândia a partir dos anos 60.
O intercâmbio de ases do volante não é a única contribuição europeia ao automobilismo das periferias. Africanos, sul-americanos, australianos e neozelandeses absorviam carros, tecnologias, equipamentos, regulamentos e formatos esportivos das competições europeias. Todos eles acabaram criando categorias claramente inspiradas nos grandes prêmios de Fórmula 1 e nas competições de turismo e protótipos que eram realizados na Itália, na França, na Alemanha e na Inglaterra. Lógico que as populações autóctones acabaram se acostumando com o estilo europeu de corridas.
Os Estados Unidos, por outro lado, nunca fizeram questão de exportar seu modelo de automobilismo, baseado em circuitos ovais, grande mercantilização, priorização ao show, grids lotados e liberdade técnica. Um paradigma, diga-se, absolutamente coerente com a filosofia política do país, em que predominava a liberdade, a livre iniciativa, a meritocracia e a tecnocracia. Os europeus, mais elitistas e metódicos, nunca fizeram questão de levaram a sério o esporte a motor americano, considerado demasiado banal e populista. Onde já se viu o caipirão do Tennessee levar seu carro para correr numa pista imbecil com curvas feitas somente para a esquerda apenas pelo prazer de embolsar ten thousand bucks? Isso é um desrespeito aos nobres homens de cachecol que ignoram a morte e a reprovação dos familiares pelo desafio masculinizante de cruzar Paris a Nantes no menor tempo possível!
Até o final dos anos 80, a situação era mais ou menos essa, com o automobilismo americano permanecendo alheio ao que acontecia no restante no mundo. Exceções existiram, como as corridas da USAC em Silverstone e Brands Hatch no ano de 1978, mas no geral era uma para cá e outra para lá. O que mudou?
Emerson Fittipaldi e Nigel Mansell. O sucesso de ambos abriu os olhos de milhares de pessoas, que descobriram meio que do nada que existia uma categoria quase tão legal quanto a Fórmula 1 com a vantagem de ser muito mais barata e muito menos fresca. Emmo e Nigel fizeram com que dois grandes mercados tradicionais, o Brasil e a Grã-Bretanha, passassem a dar alguma bola para as corridas norte-americanas. Eles também abriram a porta para que inúmeros outros pilotos de fora da América do Norte explorassem o sonho americano.
Mas a aproximação não foi muito além disso. O europeu continuou tratando a Fórmula 1 como uma coisa superior e intangível, ao passo que a Indy era vista mais como uma segunda opção, uma alternativa para idosos e fracassados. Como os demais povos haviam se acostumado com o automobilismo feito na Europa, eles também não conseguiam tratar a Indy com o mesmo respeito e a mesma devoção da Fórmula 1. Para toda essa gente, a Indy era apenas uma solução no caso da falta de uma opção melhor.
Mesmo duas décadas depois, a mentalidade permanece mais ou menos a mesma. Europeus, sul-americanos, australianos e asiáticos continuam fieis à Fórmula 1 e a todas as suas peculiaridades enquanto desprezam solenemente as corridas dos EUA. Comparações são inevitáveis e quase sempre favoráveis à F-1, mais “sofisticada”, “tecnológica” e “privilegiada com os melhores pilotos”. Com relação à Indy, há um bocado de preconceito, outro tanto de desconhecimento e umas três colheres de sopa de má vontade.
Quem é fanático pela Fórmula 1 e pelo automobilismo europeu em geral não costuma tolerar circuitos ovais, pistas que não seguem os irreais padrões da FIA, companheiros de equipe que correm com pinturas diferentes, pontuações muito exageradas, pódios com apenas um piloto e bobagens do tipo. Como esse tipo de gente não costuma acompanhar a Indy com muito afinco, as atenções só se voltam a ela quando acontece alguma merda, como a sequência de acidentes bobocas em Baltimore ou a pancada de Dario Franchitti em Houston. E aí os amantes da Fórmula 1, com um sorriso maroto no canto da boca, destilam seu veneno: “a Indy é uma bosta”, “categoria de amadores”, “pura bagunça” e por aí vai.
Nada contra o sujeito achar a Indy uma merda. O problema é quando a categoria leva esse tipo de crítica a sério. Na época do acidente que matou Dan Wheldon em Las Vegas, vários jornalistas “especializados” surgiram das catacumbas e encheram a boca para afirmar que corridas em ovais são imbecis e deveriam acabar. Precisando mostrar que estava trabalhando para tornar as provas mais seguras, a diretoria da Indy adotou uma política de evitar correr em ovais com grande inclinação e 1,5 milha de extensão, mantendo apenas a pista de Texas no calendário. Além disso, o DW12 sofreu modificações aerodinâmicas que reduziram drasticamente a possibilidade de pack racing, ou seja, aquelas célebres disputas roda a roda que envolviam vários carros em altíssima velocidade. Não interessa aqui julgar se essas mudanças foram boas ou não. O que importa é que uma de suas grandes motivações foi a pressão feita pela opinião pública. Uma opinião pública que não necessariamente gosta da Indy como ela é.
Muita gente quer que a Indy mude por completo, se tornando algo semelhante à anestésica Fórmula 1. Calendários sem ovais, autódromos tão luxuosos quanto desinteressantes, punições a rodo, pilotos conservadores, grids limitados e custos nas alturas são vistos como a solução para um certame mais sério. Só que há um pequeno detalhe aí. Por mais que a Indy tente emular a Fórmula 1, ela ainda não será a Fórmula 1. E continuará sendo tratada como um produto inferior.
Um dos grandes males da Indy é a crítica que vem de gente que quer uma Fórmula 1 americana. Essa crítica está se tornando cada vez mais frequente e poderosa. Para um número cada vez maior de pessoas, uma corrida com 20 carros em Abu Dhabi é muito melhor do que uma com 30 carros no Texas. O mundo não está ficando um desastre?
MÍDIA ESCRITA: Primeira pergunta: quantos blogs cujo foco é a Indy você conhece?
No Brasil, conheço três, mas nenhum com post recente. O Blog do Borgo, do míope João Paulo Borgonove, não fala de Indy há um bocado de tempo, mas suas belas palavras sobre goleiros e torcidas compensam. O Indianista, do Rafael Marinho, é muito bacana, mas o último texto é de agosto. E há também o Blog da Fórmula Indy, que não é atualizado desde fevereiro. Fora do território tupiniquim, há este daqui, que é muito bom.
A verdade é que as motivações para criar e manter um blog diário sobre a Indy não são muitas. Além da audiência não ser excepcional, as notícias sobre a categoria não são tão numerosas como as sobre a Fórmula 1. Logo, não há, muito que discutir. É sempre mais fácil manter um site que fala sobre várias categorias e concede atenção especial à F-1. Louvo, por conta disso, o esforço de quem tenta promover a Indy aqui no Brasil.
Da mesma forma, os grandes sites de automobilismo obviamente dão mais espaço à Fórmula 1. Não estão errados, pois a Indy não costuma render muito mais audiência do que uma GP2 da vida. Num texto escrito para a revista Racing em 2001, o editor Sérgio Quintanilha confessou que a edição que contava a vitória de Hélio Castroneves em Indianápolis havia vendido menos do que aquela da vitória inútil de Ralf Schumacher no GP do Canadá de Fórmula 1. Pura constatação da realidade. Seja em revista, jornal ou internet, é muito mais lucrativo falar sobre um modorrento GP asiático vencido pelo Sebastian Vettel do que sobre o possível título do Hélio Castroneves.
Até aí, tudo bem. O problema é quando esses mesmos veículos tratam a Indy com desdém, fazendo comparações inócuas e imbecis com a Fórmula 1 ou simplesmente mencionando a categoria apenas para criticá-la de forma oportunista. Não quero citar nomes, mas o fato é que esse tipo de postura existe. O jornalismo esportivo, nesse caso, é utilizado apenas para cornetagem. O cidadão sequer acompanha a Indy e só dá as caras nos momentos negativos com escritos inflamados contra o “amadorismo” e a “precariedade”. Os dias seguintes à tragédia de Las Vegas em 2011, por exemplo, foram uma boa época para diferenciar os reais jornalistas dos carniceiros.
Antes que alguém entenda mal, sou fã do jornalismo crítico. A Indy tem mil e um pepinos a serem resolvidos, mas também tem ótimas qualidades que não são encontradas em nenhuma outra categoria. Cabe aos veículos de comunicação meter o pau quando há problemas e emitir notas positivas quando as coisas funcionam bem. Só que você também precisa de embasamento histórico para fazer qualquer julgamento. O cara que fala mal da Indy unicamente porque acha que corridas em ovais são absurdas ou que a Fórmula 1 é mais limpinha não deve ser levado a sério.
Seria essa situação diferente nos Estados Unidos? Mais ou menos.
Você tem alguma paciência para ler em inglês? Então dê uma olhada nesse artigo. Sua autora é Jenna Fryer, jornalista que cobre o automobilismo dos EUA para a Associated Press há mais de dez anos. Jenna trabalha com a NASCAR desde 2000, esta é sua praia. Sua primeira corrida de monopostos foi a Indy 500 de 2003. De lá para cá, ela começou a aparecer cada vez mais nos eventos da Indy. Mas seu negócio continuou sendo as corridas de stock-cars.
Nesse artigo, Jenna faz um apanhado de todos os problemas que a Indy teve em Houston. O calombo na curva 1, a chicane de pneus, a bagunça na definição do grid de largada para a segunda corrida, a queda de Randy Bernard, as múltiplas funções ocupadas por Mark Miles, as multas por mau comportamento, todos esses problemas foram abrigados sob um único lema: “isso é tão IndyCar…”.
É engraçado. Na Fórmula 1, se os pneus traseiros de quatro carros explodem em uma única corrida, a culpa é da Pirelli. Se um carro de serviço entra no meio da pista durante bandeira verde, a culpa é da organização da prova. Na NASCAR, se um carro voa em direção às telas de proteção e quase acerta os espectadores, ah, isso daí faz parte do show. Porém, o calombo da curva 1 e o acidente de Franchitti são “problemas da Indy”. Entendeu a diferença? Os jornalistas atribuem todos os problemas da Indy à própria Indy, coisa que não necessariamente é feita com outros certames na mesma frequência e na mesma intensidade.
Virou moda no jornalismo americano escrever verdadeiros memorandos, artigos quase tão grandes quanto os deste blog, que elencam todos os problemas da Indy de forma a atribuir a responsabilidade completa à categoria como um todo. Um bom exemplo é esse texto aqui, postado em um portal sediado no simpático estado do Iowa. Errado ele não está, pois descreve um fato, a total incompetência da Indy em se tornar popular e notória mesmo realizando corridas mais interessantes que as da NASCAR. Só que o foco da crítica, mais uma vez, se volta à Indy em si. Não é um problema “do departamento de marketing” ou “da falta de apelo midiático dos pilotos”, mas de toda a IndyCar.
Os comentaristas descobriram que é muito mais interessante e lucrativo dramatizar a situação da Indy do que expor a realidade, que tem partes boas e partes ruins. A temporada está ótima, o carro é relativamente seguro, o nível dos pilotos é alto, os carros de ponta expõem excelentes patrocinadores e a categoria como um todo parece estar em um patamar muito melhor do que aquele de 2007 ou 2008. Tudo isso daí parece não ter importância alguma diante dos problemas, como a baixíssima audiência televisiva, os erros de organização, os acidentes e a incerteza com relação à viabilidade comercial no futuro. Grande parte da mídia americana que ainda se interessa pela Indy optou por apenas ressaltar esses pontos negativos, ignorando por completo que a categoria não é um desastre completo.
Eu estaria sendo injusto se eu deixasse de mencionar os jornalistas que fazem um trabalho ótimo de debate sobre a categoria, como Robin Miller e Marshall Pruett, ambos do portal Racer. São caras que criticam duramente quando há o que ser criticado e que também sabem elogiar nos momentos oportunos. A Racer, aliás, merece aplausos por ser o único portal esportivo de relevância que concede mais atenção à Indy do que à NASCAR.
Infelizmente, são poucas andorinhas que não fazem verão. A mídia esportiva, tanto aqui como lá, simplesmente gosta de falar mal da Indy. Gratuitamente. Destrutivamente. Para quê? Para chamar a atenção, ué.
TELEVISÃO: No dia 7 de agosto de 2008, Tony George anunciou uma das parcerias mais estranhas da história do automobilismo americano. O chefão da IndyCar Series assinou um contrato de dez anos com a Versus, um obscuro canal esportivo da TV paga americana, para a transmissão da maioria das corridas da categoria em HD a partir de 2009. Pertencente à NBCUniversal, a Versus estava presente em cerca de 74 milhões de lares nos EUA. O problema é quase ninguém se dava ao trabalho de assistir à sua programação obscura. Em termos de audiência, os números da Versus eram marginalmente superiores àqueles registrados por canais que vendem badulaques e joias.
Vamos às comparações. 2008 foi o ano em que a Indy Racing League englobou a ChampCar, formando uma única categoria top de monopostos nos Estados Unidos. Quem transmitia as corridas naquela época era a ESPN por meio de seus dois canais principais e da ABC. A audiência média registrada naquela temporada foi de 778 mil espectadores por etapa. Em 2009, sabe qual foi a média obtida pela Versus? 315 mil espectadores, número cerca de 60% inferior ao ano anterior.
As coisas só pioraram de lá para cá, mesmo com a mudança de nome do canal – saiu Versus e entrou NBCSN. Hoje em dia, são poucas as etapas que conseguem atrair mais do que 370 mil espectadores, o que não significa mais do que humílimos 0,25 pontos no índice Nielsen. As duas corridas de Houston, por exemplo, só tiveram 160 mil telespectadores, audiência próxima do traço segundo o jargão televisivo.
As poucas provas ainda transmitidas pela ABC apresentam desempenho melhor, mas não muito. As 500 Milhas de Indianápolis conseguiram audiência de 3,8 pontos, algo em torno de 5,67 milhões de espectadores. Parece um número excelente, mas não é. Em 2012, a emissora conseguiu 4,3 pontos com o evento. Em 2005, foram 6,5 pontos. Em 1995, impressionantes 9,5 pontos. Dali para trás, resultados acima dos sete pontos eram frequentes para a Indy.
As razões para a queda brusca de audiência são muitas e vão desde a instabilidade política da categoria até a ausência de um piloto americano carismático e famoso no grid. Mas não é absurdo dizer que a obscuridade da NBCSN e a má divulgação das corridas são dois enormes obstáculos para seu crescimento. Se todas as corridas da Indy estivessem sendo transmitidas por um canal mais relevante, o sucesso do certame certamente seria maior. Dou um exemplo: as etapas de Pocono e Texas. Beneficiadas por um ótimo trabalho de divulgação e pela transmissão na ABC, ambas conseguiram 1,1 ponto de audiência. Longe de ser um número realmente bom, já é alguma coisa perto do descalabro da NBCSN.
No Brasil, a coisa não é muito melhor. A TV Bandeirantes transmite as corridas de forma absolutamente irregular e aleatorizada desde 2004. O horário vespertino das corridas certamente não ajuda, pois geralmente coincide com o dos jogos de futebol. Dessa forma, várias corridas são picotadas de maneira patética, isso quando são efetivamente transmitidas, o que não ocorre na maioria das vezes. E não podemos condenar a Bandeirantes. Alguém aqui seria louco de deixar de transmitir o Brasileirão para mostrar uma corrida que ninguém quer ver?
O interessante é que a afirmação “ninguém quer ver” não é exatamente verdadeira. De forma surpreendente, a Indy consegue números bastante razoáveis na Bandeirantes. A Indy 500 e a São Paulo Indy 300 registraram picos de 5 pontos, resultados notáveis para uma emissora que não está entre as três maiores do Brasil. Até mesmo outras corridas conseguiram alguma pontuação: as etapas de Long Beach e Texas deram 2 pontos, aproximadamente a metade do que o futebol consegue na emissora. Isso mostra que a Indy não é um “Show da Vida com R. R. Soares”. Há, sim, gente que liga a TV e assiste.
O foda é que as perspectivas para o futuro são muito ruins. Nos EUA, a Indy terá de aturar a NBCSN por pelo menos mais cinco temporadas. No ano que vem, ela ainda será obrigada a dividir seu espaço com a NASCAR, que terá uma parte de suas corridas transmitidas nesse canal. Haverá concorrência de horário e de atenções e é evidente que o certame da família France sai em larga vantagem. De cabeça, digo que a NBCSN pagará mais de 3 bilhões de dólares para mostrar as corridas da Sprint Cup e da Nationwide Series. Sabe quanto ela pagou pela Indy? Cerca de 50 milhões de dólares. Faça as contas.
No Brasil, corremos o risco de ficar sem ter onde assistir às corridas da Indy a partir do ano que vem. Apesar da audiência bastante razoável e dos bons lucros auferidos com a promoção da São Paulo Indy 300, a Bandeirantes não só não está mais interessada em mostrar as corridas da categoria como também provavelmente não mais cuidará da realização da etapa de Sampa. A decisão está praticamente confirmada. Se a Indy não encontrar nenhuma outra casa, algo que não parece muito fácil, seus fãs brasileiros poderão ficar sem ela pela primeira vez desde 1985, ano em que a mesma TV Bandeirantes iniciou as transmissões regulares do certame.
Quer dizer, da mesma forma que a mídia escrita não ajuda, a TV também parece fazer de tudo para não mostrar a Indy. Como alguém pode querer que ela cresça no meio de tantas adversidades?
E não acabou. Mais inimigos virão.
10 de outubro de 2013 at 18:24
eu comecei a acompanhar automobilismo em 1986 com a F1 e desde 1988 vejo a INdy….faz bastante tempo q vejo muito mais a Indy q a F1
10 de outubro de 2013 at 18:41
Uma informação. A IndyCar tem parceria com a ESPN International que manda o sinal internacional pra todo o planeta direto da IMS Productions em Indianapolis. Entretanto há um acordo, se a INDYCAR não conseguir nenhuma emissora para passar sua categoria, a ESPN repassa os direitos pras suas filiais pelo mundo. Então se ninguém acabar se interessando pela Indy no Brasil em 2014, a ESPN no Brasil acaba adquirindo os direitos de transmissão da categoria como acontece em toda America Latina, UK e entre outros países.
10 de outubro de 2013 at 18:46
Sério? Legal, bom saber!
Valeu!
10 de outubro de 2013 at 18:49
Entretanto nada impede da ESPN assumir os direitos na TV paga e outra emissora transmitir na TV aberta. Há essa flexibilidade.
14 de outubro de 2013 at 18:05
Verde, o nick do cara é impagável. . .
Torcendo para que a notícia seja verdadeira. . .
Zé Maria
10 de outubro de 2013 at 20:09
Realmente não entendo a falta de sucesso da Indy, as corridas são legais e interessantes e o campeonato esta disputado.
Pra mim muito melhor que a F1 e o confuso mundo da Nascar.
10 de outubro de 2013 at 22:49
Off-Post:
Boa noite.
Sentindo falta da participação do “Politicamente_Incorreto” nos blogs de velocidade. . .
Pede pro seu pai voltar. . .
Cabeças pensantes são sempre bem-vindas. . .
Obrigado.
Zé Maria
10 de outubro de 2013 at 21:32
Eu acho que a Rede Tv pega pra transmitir. O que não quer dizer que seja bom, diga-se de passagem.
10 de outubro de 2013 at 22:10
Post muito bacana, Verde.
Comecei a assistir a Indy um pouco depois de começar a assistir a F1, mais ou menos em 1998 (quando as provas passavam no SBT com a narração do Téo José, que sempre achei mais carismático que o zé-arruela do Galvão Bueno e seu ufanismo exagerado), e sempre achei bacana o estilo das corridas com muitas ultrapassagens e com os pilotos tendo que lutar contra eles mesmos, contra os outros pilotos, contra o próprio carro e o carro dos outros e contra a pista, pois sempre achei mais difícil lutar contra a força centrífuga das curvas anguladas de um circuito oval quanto fazer a Raidillon/Eau Rouge de pé cravado, por exemplo. Qualquer desvio minúsculo na trajetória do carro em um oval é certeza de acidente.
Fora que os pilotos, com seus carros de cores diferentes, davam uma personalidade maior a categoria que os carros iguais da F1.
10 de outubro de 2013 at 22:59
Como sempre, textos muito interessantes sobre o automobilismo. Obrigado.
Elencar os motivos da INDY não decolar (de novo) é uma tarefa complicada. Digo “de novo” porque na primeira metade dos anos 1990, parecia que INDY iria se tornar A categoria de monopostos. Mas, aconteceu aquela cisão e desde então nunca mais conseguiram chegar naquele nível.
De fato, eram outros tempos, onde dinheiro não parecia problema para AS EMPRESAS e na minha opinião, não havia essa neurose por números de audiência e retorno de publicidade.
Engraçado que naquela época que ela ainda era a somente a IRL, tenho impressão que a Bandeirantes a tratava bem melhor do que hoje. Talvez por não ter os direitos de transmissão do futebol e não ter outro “produto” para transmitir, então faziam uma cobertura bem mais abrangente que a atual (ao menos, a corrida era na íntegra e ao vivo).
11 de outubro de 2013 at 3:57
Mas a cisão teve ajuda das mãos velhas, enrugadas e (pouquíssimo) calejadas do sr. Bernie Ecclestone, como já comentaram.
Os problemas da Indy talvez vão além de brigas com a Nascar/Fom, má recepção do público e demais situações.
Talvez falte uma cultura que seja mais receptiva a outras categorias do automobilismo no mundo inteiro. Em geral a maioria dos fãs tende a idolatrar demais uma categoria e tratar outras como “tranqueira”.
E isto não acontece apenas no automobilismo, mas no futebol também, onde os fãs idolatram a Champions League/Libertadores e torcem o nariz para a Europa League/Copa Sul-Americana; na motovelocidade, com a MotoGP sendo a queridinha do público e o mundial de Superbikes sendo negligenciado; no Volei, em que dá-se mais valor a Liga Mundial e Olimpíadas e se esquece da Copa do Mundo da modalidade; no basquete é a mesma situação vivida pelas Olimpíadas – que é tratada como o principal evento – e a Copa do Mundo – que é ignorada pela maioria dos fãs.
11 de outubro de 2013 at 2:27
Comecei vendo a F1 em 91 e no mesmo ano me apaixonei pela Indy. Na era “pré-Internet” e “pré TV a cabo”, eu com 9 anos, só tinha mesmo informações da F1, as vezes sequer assistia a Indy porque não sabia o horário das corridas.
Meu ídolo na F1, Nigel Mansell, mudou para a Indy em 93. Mas a Manchete pegava mal demais na minha casa, então acabei não “trocando” de categoria junto com ele…e de lá para cá minha paixão pela Indy sempre oscilou de acordo com o bom trabalho feito pela TV. As transmissões do SBT na metade dos anos 90 e da ESPN Brasil no final dos anos 90 eram muito boas.
11 de outubro de 2013 at 4:43
Verde, está sabendo disso?
http://www.autosport.com/news/report.php/id/110476
Abraços!
11 de outubro de 2013 at 6:44
Assisto a INDY desde o inicio das transmissoes (1985), vi o auge (1993 Emmo x Leão), a divisão (1996 IRL), a era Zanardi (1997-98), o declinio (champcar x IRL), e a fusão (2008), creio que aqui no Brasil é um produto mais respeitado que fora, ja que ninguem ridiculariza o TONY ou o HELIO quando perdem corridas ou cometem barbeiragem (sera que é porque sequer conhecem eles ou as corridas) e posso dizer que ir na SP INDY 300 é o paraiso para o fã da velocidade, que outra categoria permite visitar o pavilhão do anhembi onde estão os carros e pode cruzar com algum piloto perambulando por la, acompanhar a montagem, pesagem, o deslocamento dos carros para os pits. A INDY é muito mais acessivel e simpatica, sentirei saudades da SP INDY 300.
11 de outubro de 2013 at 11:11
Hoje a Indy está bem melhor do que antes. Não gostava muito das corridas em ovais onde os pilotos demoravam 20 voltas para fazer uma ultrapassagem, aquilo pra mim se tornava monótono demais, fora que eram muitas corridas em circuitos iguais, 1,5 é coisa de nascar, ovais curtos e de 2 milhas é mais a cara da indy. Hoje do jeito que está me atrai mais. Nunca na história de indianapolis tantas trocas na liderança aconteceram numa corrida decidida só no finalzinho, isso é Indy!
Já os circuitos mistos, não dá para Laguna Seca e Road America ficar de fora do calendário. Todos os circuitos de rua que entraram na categoria ultimamente tiveram problemas: Em Houston foi a lombada na curva 1, Baltimore os trilhos do trem, Detroit é o asfalto/concreto que se solta e são Paulo a pista de sabão do sambódromo, mas foi o único lugar que aprendeu com os erros e vem evoluindo a cada ano, mesmo assim deve ficar de fora no ano que vem. A organização desses eventos (fora são Paulo) foram ruins, mas quem paga o pato é a Indy. Pra mim a Indy precisa de mais ovais, Phoenix, Homestead (sei que é de 1,5 milhas, mas o formato da pista é bem diferente do tradicional “D”, seria uma exceção então), Michigan poderiam voltar, e as atuais corridas de rua substituídas por circuitos mais tradicionais, Watkins Glen, Portland e até mesmo voltar com a corrida de Cleveland seria uma idéia melhor que correr em Baltimore por exemplo. Deve ser mais tradicional em seu calendário e arriscar menos, pois as corridas estão sendo divertidas em qualquer lugar. E os pilotos melhorando o nível a cada ano. Os novos dando cada vez mais trabalho aos macacos velhos da categoria. James Hinchcliffe, Joseph Newgarden e Simona de Silvestro são nomes interessantes para o futuro.
11 de outubro de 2013 at 15:17
Concordo com as pistas mistas. Laguna Seca, Road America e Portland são possíveis. Já Cleveland, infelizmente não. O aeroporto de Burke Lakefront foi demolido há alguns anos.
Outro caminho interessante para a Indy é volta a correr nos ovais europeus de Lausitz e Rockingham. Expande internacionalmente a categoria sem perder o jeitão americano de corridas.
11 de outubro de 2013 at 17:48
Uma coisa que incomoda a muitos é como os fãs de F1 (especialmente brasileiros) desdenham da categoria e o sonho deles é a Indy ser uma filial estadunidense da F1. Impressionante como os caras dizem sem nenhum escrupulo que a categoria é uma merda, só tem ruivos gordos rednecks caipiras. Por isso que eu sempre acho que a culpa da F1 se achar a rainha da cocada preta já começa por seus fãs que pensam que é a maior maravilha do mundo e o resto é apenas lugar pra piloto frustrado ter que correr.
11 de outubro de 2013 at 19:13
Alguem sabe se o motivo das relargadas em Houston terem sido em fila indiana e não em fila dupla como era até entao. Aboliram em razão do bate bate em BALTIMORE????
14 de outubro de 2013 at 0:26
Não não, foi por causa dos bumps monstros na curva um, seria muito perigoso relargar em fila dupla naquele ponto.
11 de outubro de 2013 at 19:15
Em 94 creio que a Indy era transmitida em 02 canais (Manchete e Gazeta)
12 de outubro de 2013 at 15:54
Eu me incluo no grupo dos que nos dias de hoje,abandonou totalmente a Indy.E houve época,que eu era grande defensor dela.Nos idos do final dos anos 80,inicio dos anos 90.Como eu não era fã do Mansell,nem do Prost,e muito menos do Senna,eu estava achando a F-1 nessa época um tédio.E acabei me interessando muito pela Indy,onde havia mais disputas,mais equilíbrio entre as equipes,mais pilotos se revesando nas vitórias,etc….
Mas,como é muito bem dito no texto,eu sempre me habituei,a uma “cultura europeia” de acompanhar corridas….E portanto,eu buscava na Indy,na verdade,uma “F-1 substituta”.
Até continuei gostando da Indy por algum tempo….Mas,de fato,aquela cisão CART/IRL,foi aos poucos tirando meu interesse pela categoria.
O que eu nem imaginava na época,é que por tras de tudo,estava o Bernie Ecclestone…
12 de outubro de 2013 at 21:07
Sobre os inimigos da Indy e tal, lembrei desse velho texto. Isso sim é um oportunismo claro, o cara nunca tinha escrito nada sobre automobilismo e manda uma dessas. Poucas vezes vi tanta merda junta. Dê uma olhada nisso Verde. http://br.omg.yahoo.com/blogs/mira-regis/acidentes-e-mortes-alimentam-o-automobilismo-e-o-235213016.html É de dar nojo.
12 de outubro de 2013 at 21:08
Sobre os inimigos da Indy e tal, lembrei desse velho texto. Isso sim é um oportunismo claro, o cara nunca tinha escrito nada sobre automobilismo e manda uma dessas. Poucas vezes vi tanta merda junta. DÊ uma olhada nisso Verde, pois exemplifica bem o que você disse. http://br.omg.yahoo.com/blogs/mira-regis/acidentes-e-mortes-alimentam-o-automobilismo-e-o-235213016.html
23 de janeiro de 2014 at 21:42
Tomara que a ESPN transmita a Indy. No Brasil é pouca gente que gosta, mas é um público fiel e a categoria ainda tem dois pilotos brasileiros de ponta. Na F1 tem o Massa comendo poeira do Alonso e só…