
Las Vegas. O fato de não haver segurança em uma corrida de Indy por lá não significa que os ovais e os grids extensos devam ser demonizados
Depois da enorme tristeza, o debate. Dan Wheldon se foi, todos nós choramos e seguimos em frente. Alguns pilotos da Indy, como Paul Tracy, estão repensando a continuidade de suas carreiras. Não sei se é para tanto. Mortes sempre acontecem no automobilismo, não há como evitar por completo este tipo de coisa em um esporte no qual o risco sempre foi a tônica. No caso de Tracy, quarentão, barrigudo e com filhos para criar, a aposentadoria realmente já deveria ter sido considerada há algum tempo. Mas quem ainda tem lenha para queimar deve seguir em frente. Por isso, sigamos.
Como era de se esperar, a Indy se tornou a bola branca da vez. Morreu alguém, a categoria é perigosa. É estúpida. É inútil. Correr de carro é inútil. Eu já sabia. Ayrton Senna já havia provado isso. Quantos pais de família morrerão por causa de um capricho idiota como o automobilismo? Acabem logo com o circo de horrores, pelo amor de Deus! Não levemos estas coisas a sério. Gente escandalizada é assim mesmo. Se um filho de famoso morrer porque comeu um Kinder Ovo estragado, a multidão ignara se reunirá para colocar fogo na fábrica da Ferrero. Se um humorista idiota fizer uma piada sem-graça sobre uma cantora famosa e seu filho, até o Ministério Público se mobilizará para averiguar a possibilidade de pedofilia. Portanto, deixem estas bobagens de lado. Sorte que meus leitores são inteligentes.
Dan Wheldon morreu porque deu azar em um ambiente desfavorável. Seu carro preto e branco voou por cima do de Ernesto Viso e bateu em um ângulo totalmente desfavorável, com o cockpit atingindo violentamente o alambrado. A parte superior do Dallara foi para o saco. Outros 14 carros se envolveram no engavetamento, certamente um dos mais dramáticos da história do automobilismo. Na verdade, o saldo poderia ter sido até pior, pois a plasticidade do acidente me fez pensar que uns três ou quatro haviam se danado. Mas o fato é que um morreu, e quando isso acontece, alguma lição deve ser tirada. Nem que seja para concluir que o automobilismo é, sim, um esporte onde o azar e o imponderável não podem ser contornados.
Vamos checar todas as variáveis.
Santantônio. O de Wheldon foi para o saco. Desapareceu. Não sobrou nada acima do cockpit. Tudo virou um amontoado de fibra de carbono e kevlar. Não me lembro de nada parecido desde o acidente de Philippe Streiff na pré-temporada de 1989 da Fórmula 1, no qual o santantônio se dobrou e o francês acabou tetraplégico. No acidente de Las Vegas, houve quem criticasse a eficácia do aparato, que teria a obrigação de aguentar uma pancada dessas no muro.
Vamos com muita calma aí. O acidente de Wheldon ocorreu a cerca de 350km/h. A esta velocidade, se o carro estiver voando em direção ao muro, não há muito o que fazer a não ser rezar para que a cabeça do piloto não acerte nada. O santantônio nunca é projetado para aguentar pancadas como a do inglês em Las Vegas. Nunca. Não há um que aguente, por mais resistente que seja o material empregado. Na Fórmula 1, Mark Webber escapou ileso de uma cambalhota em Valência no ano passado, mas o santantônio do seu Red Bull RB6 sumiu. Imagine você que a cambalhota do Wheldon se deu em velocidade muitíssimo maior. Pois é.
Dallara. Antigos detratores da Indy Racing League e do carro utilizado entre os anos de 2003 e 2011 aproveitaram o acidente para descer a ripa na categoria, no carro, no Tony George e no Bush. Porque o “Merdallara” é perigoso. Porque vários pilotos morreram neste carro. Porque um carro como aquele não pode andar em ovais. Porque isso, porque aquilo. Engavetemos um pouco os porquês. Eu poderia dizer que tudo isso se trata de uma clara manifestação de recalque por parte das viúvas da falida ChampCar, mas isso é infantil e ofensivo. Portanto, vamos ao que merece ser tratado aqui, os fatos.
O Dallara IR-05 esteve presente em 150 corridas da Indy realizadas entre 2003 e 2011. Não me peçam para contabilizar todos os acidentes, que devem ter acontecido às centenas, talvez aos milhares. O que vale aqui são as mortes ocorridas dentro dele: Dan Wheldon no domingo, Paul Dana em 2006 e Tony Renna em 2003. Os três dificilmente teriam sobrevivido a bordo de outro carro. O IR-05, por mais que os críticos insistam em encher o saco, é um carro muito resistente. Airton Daré, Kenny Brack, Ryan Briscoe, Mike Conway e Vitor Meira devem suas vidas a ele. Na verdade, todo mundo que sobreviveu a estas nove temporadas deve ter escapado de algum problema graças à fortaleza italiana. O carro fez seu trabalho direitinho em quase todos os acidentes. Nas mortes, o azar esteve presente em larga quantidade.
O grande problema do IR-05, e isso deve ser dito, é o enorme downforce. Como os senhores talvez saibam, um monoposto com aerofólios funciona de maneira análoga à asa de um avião, só que ao contrário. A aderência do carro é obtida graças à enorme pressão aplicada para baixo, obtida a partir de uma correta canalização do ar pelas partes aerodinâmicas. Essa artimanha depende muito de um fluxo de ar harmônico. Uma brisa mais forte que vem em direção ao carro pode levá-lo aos céus, como Manfred Winkelhock já provou para nós há quase trinta anos na Fórmula 2.
Esse tal de downforce funciona muito bem nos circuitos mistos, pois ajuda o carro a contornar as curvas mais fechadas na maior velocidade possível. Nos ovais, um efeito colateral de um carro com muito downforce surge a partir da total dependência de um fluxo de ar normal. Em altíssimas velocidades, qualquer coisa pode alterar este fluxo, até mesmo um maldito caco de carro. Vocês se lembram do vovô Andretti dando um monte de piruetas no ar após passar por cima dos destroços do carro do Kenny Brack em Indianápolis há oito anos? Ou do Sam Hornish Jr. dando um looping após passar por cima de uma pecinha do carro do Paul Dana em 2005? Consideremos também os casos em que um piloto é facilmente catapultado para o alto e avante após um toque, como aconteceu com Buddy Rice em 2005 e Dario Franchitti em duas corridas seguidas da temporada de 2007.
O grande problema do Dallara IR-05 era, portanto, o perigo de sair voando como um pombo desnorteado. Para atenuar este problema, seria necessário reduzir a sensibilidade do carro a qualquer alteração no fluxo do ar (imagino que uma diminuição do downforce resolva), proteger a roda traseira e construir laterais mais largas e longas. E, justiça seja feita, a Dallara executou ao menos duas destas três necessidades no novo DW01, que ganhou este nome em homenagem a Wheldon. O carro tem um sidepod grande e as rodas traseiras estão totalmente protegidas. Imagino eu que a manufatureira italiana tenha resolvido também a questão da sensibilidade aerodinâmica. Não dá para negar que o trabalho está sendo feito.
Tamanho do grid. Em Las Vegas, nada menos que 34 pilotos deram as caras. Nem mesmo as 500 Milhas de Indianápolis contam com um grid tão extenso. Na verdade, a famosa corrida teve 35 carros em uma edição do fim dos anos 90, como conta neste post Felipe Giacomelli, primeiro e único fã sul-americano do Robin Frijns. Aqueles higienistas que acham que as categorias maiores deveriam ser clubes maçons onde só os poderosos entram reclamam que um acidente como o de Las Vegas é a consequência de se abrigar 34 carros em uma pista de 1,5 milha. É melhor ter 26. Ou vinte, número mágico destes dias do novo milênio.
Menos, macacos. Quinze carros estiveram envolvidos no acidente. Pela sua dinâmica, um grid de míseros quinze carros poderia ter estrago quase tão grande quanto, considerando que quase todo mundo atrás de Wade Cunningham e James Hinchcliffe, que acenderam o pavio da tragédia, se envolveram no acidente. Se, em um pelotão de quinze carros, o primeiro e o segundo se tocassem em condições parecidas, o que poderia impedir o envolvimento de uns dez carros aí?
Você pode achar a lógica obtusa e argumentar que é evidente que a chance de um engavetamento aumenta conforme o número de carros na pista cresce. Pois observe que a maioria dos acidentes múltiplos em ovais envolvendo monopostos ocorre na Indy Lights, que raramente registra grids maiores do que quinze carros. Não é incomum ver três, quatro ou cinco carros se esborrachando em um bloco carnavalesco. A Indy, que sempre tem grids com mais de vinte carros, raramente registra um acidente em oval com mais de dois carros.
O problema, sim, é colocar 34 carros em um oval como Las Vegas. Esta pista foi feita para o capeta dar risada: passou por uma reforma que inclinou suas curvas em 20°, tem curta extensão e sua largura comporta três carros e nem um fio de cabelo a mais. Ela é bastante adequada para a NASCAR, que corre em Daytona e Talladega numa boa, mas pode ser muito perigosa para um monoposto. Para 34, nem se fala. Portanto, vamos a um problema real.
Ovais. Muita gente, de David Coulthard a Jimmie Johnson, pôs em cheque a segurança da Indy em ovais. Houve quem pedisse o fim das corridas neste tipo de pista e a cabeça de quem gosta dessas supostas “corridas entediantes e que não demandam talento”. Na boa, vão comer capim. É bom rememorar as manchetes dos jornais italianos no dia seguinte ao da morte de Ayrton Senna, coisas do tipo “parem o circo sanguinário” ou “um milhão não vale uma vida”. Gente daquele tipo que para de consumir cenoura depois que algum pesquisador lunático de Cambridge encontra uma associação entre ela e câncer no saco escrotal. Que acha que ir a um estádio de futebol é coisa de bandido unicamente por causa das torcidas organizadas. Que defende o fim do circo por causa dos animais, que são apenas uma parte das atrações. Resumindo: gente chata e de mente fraca.
São poucos os ovais que são realmente perigosos. Texas é um deles. Fontana também. Michigan também. Chicagoland também. Indianápolis, talvez. Talladega e Daytona dispensam comentários. São todos velozes, e isso por si só representa perigo. Las Vegas, que eu não conhecia, entra neste grupo. Na época da Champ Car, era um oval sem inclinação, quase inofensivo. As inclinações de 20° são recentes, portanto.
Mas dá para correr em algumas destas pistas numa boa. Michigan e Fontana são largas, extensas e não tão inclinadas (a primeira tem 18° de inclinação máxima, a segunda tem 14°). As pancadas são realmente dolorosas, mas uma reação em cadeia é bem mais improvável. Michigan chegou a ter um engavetamento em uma corrida da CART em 1996, mas ninguém saiu ferido. Indianápolis não permite mais do que dois carros por linha, o que reduz drasticamente a possibilidade de engavetamentos. Talladega e Daytona passam longe da Indy, e nada indica que elas farão parte do calendário em algum momento, já que ninguém é doido de pedra. Chicagoland ainda é a mais perigosa das pistas aptas para a Indy, mas ainda não é tão estreita e inclinada como Las Vegas.
Eu sou um fã ordinário de automobilismo, pois gosto de acidentes, de velocidade pura e de disputas banais em ovais. Mas reconheço que há limites. Tem lugar que não dá para um carro da Indy correr. Las Vegas, infelizmente, é um deles. A organização da Indy, se cultivar um mínimo de sensatez, riscará seu oval do calendário do ano que vem. Por mais néons, grana e índios apaches que a cidade possa proporcionar a todos, é um lugar inseguro demais para uma corrida de monopostos.
A organização da Indy. Ela ainda está muito longe do ideal, mas não fecha os olhos para os acontecimentos. Após o anúncio da morte de Dan Wheldon, ao contrário de alguns velhacos britânicos que comandam outras categorias importantes, o presidente Randy Bernard anunciou que os pilotos que sobraram andariam por cinco voltas em homenagem ao falecido inglês. Foi uma medida simbólica que mostrou que sua categoria pode até ser perigosa, mas não trata seus astros como meros bonecos descartáveis de crash-test. Uma vida foi perdida ali, afinal.
Além disso, a categoria trabalha ativamente pela segurança. Se não me engano, todos os ovais da categoria contam com aquela SAFER barrier, a barreira de aço e poliestireno que reduz consideravelmente a intensidade da batida. E o novo carro, como já falei lá em cima, possui várias melhorias. O crime da Indy, para muitos, é não sofrer com a paranoia que afeta a Fórmula 1. Dirigentes, pilotos e fãs, que acreditam na perfeição do certame euroasiático, ficam aterrorizados quando uma morte acontece. Para essa gente, que acha que o automobilismo deve ser isento de riscos, a Indy é coisa de selvagens sociopatas. Pois me levem para a jaula, porque eu estou do lado dos americanos.
Resumindo este falatório, considero que os dois grandes erros da Indy foram permitir que o Dallara IR-05 fosse tão propenso a voos e realizar uma corrida em uma pista como Las Vegas. Junta tudo isso com um pouco de azar e perde-se uma vida. Choremos, tentemos aprender alguma coisa e consertamos o que está errado. É assim que devem funcionar as coisas.
Espero que a Indy não diminua seus grids ou acabe com suas corridas em ovais. Conto com a sensatez de Randy Bernard, que tem sido bastante competente até aqui. Quem costuma resolver os calos do pé com amputações é a Fórmula 1.
19 de outubro de 2011 at 20:18
Esse negócio de acontecer um acidente grave e botar um zilhão de mudanças no carro é ridículo.As mortes no automobilismo sempre irão acontecer.
E a propósito,não seria Kinder Joy ao invés de Kinder Ovo(interrogação)
19 de outubro de 2011 at 21:35
Enfim um pouco de sensatez sobre este assunto.
Quando ocorreu a morte do Greg Moore, passei a ver a Cart/Indy com mais receio, pois foi a primeira vez que em que vi a morte de um piloto de ponta numa grande categoria. Depois com o Zanardi, apesar de não ter sido fatal, foi um choque ver aquela amputação ao vivo. Mas mesmo assim, nunca perdi o gosto pelas categorias norte-americanas.
Concordo com seu ponto de vista sobre as decolagens, desde o acidente com o Buddy Rice achei absurda a facilidade com que os Dallara decolavam. Enfim, acredito também que medidas de segurança como estas que você citou são as mais realistas para auxiliar na segurança da Indy.
19 de outubro de 2011 at 21:42
Automobilismo é um esporte propenso a morte, por mais que seja mais seguro, alguem sempre morrera pilotando. Mas fazer uma corrida de Indy em Las Vegas não foi uma boa ideia, poderiam ter mantido Homestead (que era o ciricuito que foi substituido no calendario por Las Vegas).
19 de outubro de 2011 at 22:33
Mais um excelente texto Verde, concordo com tudo o que você disse.
A perda do Dan Wheldon foi muito triste. Desde que eu me entendo por gente assisto tudo quanto é corrida que eu posso, e não me lembro de ver um acidente tão horrível assim, ao vivo. Logo que eu vi o acidente, falei com o meu pai que com certeza ia morrer alguém ali, e infelizmente isso ocorreu. Esse é um momento em que todos procuram culpados, mas ninguém enxerga que o acidente poderia ter sido uma verdadeira carnificina. A Pippa Mann, o Will Power e o Hildebrand nasceram de novo ali. Durante todo o ano, quando eu via imagens desse carro novo que o Dan estava testando eu pensava “que carro horrível”. Ainda mais porque acho essa configuração de superovais do Dallara 2003 linda. Confesso até que tinha perdido o interesse em assistir a Indy em 2012, só pra não ver aquelas tranqueiras horríveis na pista. Mas, preferiria um bilhão de vezes ver aqueles carros horrorosos na pista com o Dan vivo, do que o que eu vi no domingo.
Apenas uma observação: Sem querer ser presunçoso, até porque não tenho 100% de certeza na minha afirmação, mas eu acho que o Paul Dana e o Tony Renna morreram usando chassis Panoz G-Force. A Rahal usava os G-Force em 2006 com certeza, e como a Ganassi foi uma das últimas equipes a passar para os Dallaras, acredito que o Renna devia estar usando um Panoz. Mas por ser um teste privado, não tenho certeza. Se isso que eu disse proceder, o Dan Wheldon vai ter sido o único piloto a ter morrido a bordo do Dallara 2003.
19 de outubro de 2011 at 23:01
É verdade. A Ganassi usou o G-Force em 2003 e a Rahal-Letterman foi a última cliente relevante da marca.
No fim, os “Merdallaras assassinos” mataram “apenas” um. E na sua última corrida.
19 de outubro de 2011 at 23:58
boa Verde, onde eu assino?
eu sempre achei que Las Vegas não era legal pra uma corrida de Indy. só fica legal pras “bolhas” de Nascar, onde o carro hj em dia parte no meio e o carinha tá lá, de boas… a Nascar teve uma paranóia com a morte do velho Dale, mas tudo melhorou quanto à segurança.
o carro ficou feio? pra caralho. mas pelo menos os caras vão reclamar menos sobre segurança, assim espero.
20 de outubro de 2011 at 0:40
Até que enfim alguém com argumentos decentes. Esses dias andei usando as mesmas idéias num post do Tazio que falava sobre a Indy e a insegurança, e muita gente concordou. Deveriam ter tido melhorias nessas decolagens surpresa dos dallara há muito tempo, isso é fato. Mas nenhum carro salvaria wheldon daquele acidente e das coicidencias do destino(mesmo eu não acreditando nele). O que o matou foi a desaceleração brusca. Nem mesmo uma bolha criada por deus seria capaz de evitar a morte dele naquelas circunstancias, ponto.
20 de outubro de 2011 at 9:35
A morte do Greg Moore pra mim foi a pior. Me lembro mais da batida dele do que a do Senna. Me chocou porque eu tinha uma simpatia por ele e pelos caras daquela época (eu sabia quase todo grid): Unser Jr., Herta, Rahal, Andretti, Vasser, Papis.
Ontem eu tava lendo um artigo da wiki, sobre a corrida Paris-Madrid, em 1906. E desde aquela maldita época esse esporte mata gente. O risco é inerente ao ser humano que pilota, ele deve curtir muito aquilo. Caramba, Nurburgring (a versão gigante) mata uma pessoa a cada dois anos ou três anos e ninguém fecha aquela porra e agora vem com frescurite com a Indy?
Eu gostei do design estúpido do novo carro.
20 de outubro de 2011 at 9:38
Ainda estou mal, mas como vc disse a vida segue.
Honestamente não tinha a menor idéia de como era o circuito de Las Vegas por não ter assistido uma volta sequer de qualquer corrida disputada por lá. Mas a exemplo do que já disseram acima, assim que as primeiras voltas aconteceram eu pensei “a merda tá feita….”. E em mínutos as imagens que vimos provaram da pior forma possível que eu e a torcida do Flamengo não estavamos errados. Achei que o caso mais sério tinha sido da Pipa Mann pela demora em tirá-la do carro. Tudo certo. tudo rasolvido tiraram ela do carro desnorteada mas aparentemente sem maiores problemas. Abro um parentese aqui: não tem muito a ver com esse assunto mas eu penso o seguinte. Todo mundo desce a lenha na Globo, que o Galvão fala muita bobagem (e fala mesmo), que eles isso e aquilo mas a dona Bandeirantes chega a ser patética com esse negócio de transmitir as corridas da Indy nas coxas. Compactos (isso quando eles acontecem), o Téo José ainda vá lá mas o Luciano do Vale… (gostava mais do Celso Miranda), e o pior de tudo os intervalos comerciais durante a transmissão são um chute no meu saco… Mas enfim, voltando ao caos, eu só acho que o que aconteceu foi um caso isolado e se nada tivesse acontecido tudo seria lindo e maravilhoso. Se a Indy agora é essa carnificina toda vamos então sair enfiando chicanes nos ovais ao invés de criar um carro que por mais seguro que seja não vai adiantar de nada quando um outro acidente de dinamica idêntica acontecer. E digo mais, só na curva do Café morreram 2 nos nos últimos quatro anos em carros onde o piloto está “totalmente protegido”. Concordo que deve-se repensar na continuidade do circuito no calendário mas também não vai adiantar. Cabe aí uma analogia: e se o Perez estivesse a 30 km/h mais rápido e tivesse sucumbido ao acidente em Mônaco? E se o Kubica tivesse morrido no acidente que teve no início do ano? Em nenhum dos dois casos a velocidade era tão grande quanto aos grandes desastres da Indy. Agora todo mundo acha que entende de automobilismo e fica falando asneira. Vamos pensar em melhorar a segurança, ok mãos a obra! Em nome dessa tragédia vamos criar um carro feio pra burro, porém mais seguro, palmas pra iniciativa! Condenar o circuito de Las Vegas por ser lembrado pelo triste ocorrido, injusto mas plausivel. Rotular a categoria como circo dos horrores e banir os ovais patético, hipócrita e inaceitável.
Sem mais.
20 de outubro de 2011 at 10:50
sobre corridas em ovais acho que o problema da indy é o amor pelos tri-ovais de 1,5 milhas, varias pistas desse tipo já foram usadas na indy, ano passado foram 4 (Kansas, chicago, texas e Kentucky),nesse ano das 7 etapas em ovais foram 3 nesse tipo de pista (las vegas, texas e Kentucky), 2 em ovais de 1 milha (new Hempshire e millwaukee), 1 em tri-oval de 1 milha (iowa) e indianapolis (que é diferente de tudo), ou seja usaram apenas 4 tipos de ovais em 7 etapas. A indy esportivamente não precisava de Las Vegas (mas financeiramente….) precisa de Homestead, Neshville, Fontana, Pocono, Nazareth (que podiam recuperar).
Sobre os carros a Indy já vinha trabalhando nesses aspectos que o verde aponta no texto antes do acidetne fatal, então eles já faziam alguma coisa para evitar o pior, mas no ultimo “suspiro” dos “merdallaras” o pior acontece, e o Dan sempre q terminava um treino com o carro de 2012 dizia que eles eram mais modernos e seguros. A indy já corria atras antes desse acidente, imagina agora!
21 de outubro de 2011 at 1:07
Excelente verde. Eu pego pesado quando ao fato dos carros “sairem voando” assim, nunca vi isso numa categoria…mas que são extremamente seguros, isso eu não tenho dúvida. Muito mais seguros que os carros de alguns anos atrás.