MERCEDES – 9 – Veja só. Há apenas alguns dias, vazou uma informação de que alguns acionistas da Daimler estavam muito insatisfeitos com o desempenho da equipe e queriam tirá-la da Fórmula 1 para economizar um pouco. De repente, Nico Rosberg e Michael Schumacher voam nos treinos, abocanham a primeira fila e ganham a primeira corrida desta nova era da Mercedes. Nico, que obteve seu primeiro sucesso na Fórmula 1, liderou quase que de ponta a ponta e não teve problemas com desgaste de pneus. A escuderia só não leva dez porque seu mecânico não conseguiu colocar corretamente uma roda no carro de Schumacher, que acabou abandonando a prova. Graças a isso, não houve dobradinha. Mas Stuttgart foi dormir feliz.
MCLAREN – 9 – Ainda é a equipe do ano até aqui. Lewis Hamilton poderia ter vencido se não tivesse tido de trocar a caixa de câmbio ainda antes da sexta-feira. Mesmo assim, andou o mais rápido que podia e terminou em terceiro. Jenson Button, sempre sortudo e sempre muito eficiente, largou em quinto e terminou em segundo. Com exceção do próprio Rosberg, todos os que largaram à frente do Sr. Michibata se deram mal – é um verdadeiro iluminado. O carro continua exemplar e somente um problema no terceiro pit-stop de Button conta negativamente para a equipe de Woking.
RED BULL – 6,5 – Precisará melhorar um bocado se quiser ao menos retornar ao patamar de 2009. Sebastian Vettel e Mark Webber utilizaram escapamentos e estratégias diferentes durante o fim de semana, mas os resultados foram parecidos: um terminou em quarto e o outro em quinto, tendo perdido um pódio certo nas últimas voltas. Webber andou constantemente mais rápido que Vettel, mas pode não ter se dado bem por causa da parada a mais e também graças aos seus instintos de piloto de avião. Vettel apostou em duas paradas para se recuperar do péssimo primeiro lugar do sábado e passou perto do segundo lugar. O RB8 definitivamente não é o melhor carro. Quiçá, nem o segundo melhor.
LOTUS – 7 – Na sexta-feira, estava usando um carro da HRT. No sábado, percebeu a cagada, arrendou dois carros da Mercedes e os pintou de preto e dourado. Qual outra explicação seria mais razoável para o desempenho tão diferente de um dia para outro. Kimi Räikkönen pôs fim a uma desagradável tendência de largar atrás do companheiro Romain Grosjean e fez um ótimo quarto tempo no treino oficial. Na corrida, o finlandês vinha andando em segundo até seu pneu virar fóssil e todo mundo passar tranquilamente pelo seu Lotus. O outro carro, de Grosjean, se comportou melhor e chegou em sexto, dando ao cara seus primeiros pontos na Fórmula 1. O carro é muito bom, mas que tal um fim de semana sem encrencas?
WILLIAMS – 7,5 – Ainda bem que a sombra de 2011 ficou para trás. O FW34 é um carro muito bonito e ainda é muito constante. Faltou, sim, ser mais ligeiro no treino oficial, porque monopolizar a sétima fila nunca é algo animador. Mas Pastor Maldonado e Bruno Senna se recuperaram aproveitando da regularidade do bólido para fazer duas paradas sem perder tanto terreno. Os dois subiram um bocado de posições e marcaram pontos. Nem me lembro qual foi a última vez que dois Williams terminaram na zona de pontuação. A propósito, já falei que o carro é muito bonito?
FERRARI – 2,5 – Nossa Senhora das Astúrias… Ninguém esperava bulhufas de Felipe Massa, que simplesmente perdeu qualquer traço da competitividade que ele tinha até 2009. O problema é ver Fernando Alonso, até então líder do campeonato, sofrendo no treino classificatório e na corrida. Ele até tentou as estripulias de sempre, mas não conseguiu recuperar posições mesmo tendo pneus bons por mais tempo e ficou apenas em nono. Massa fez sua não-corrida de sempre e terminou o dia como o único piloto das equipes normais a não ter marcado pontos ainda. O que a Ferrari está esperando para tomar uma atitude?
SAUBER – 3,5 – Com essa montoeira de pit-stop, eu costumo me perder na hora de analisar as estratégias dos pilotos. Mas fica claro que a Sauber complicou a vida de seus dois pilotos sabe-se lá como. Não que Kamui Kobayashi e sua largada deprimente tenham ajudado, mas sair de Shanghai tendo marcado apenas um ponto com o japonês é muito pouco. O novo astro Sergio Pérez até largou melhor, mas teve problemas com os pneus e com o tráfego e terminou fora dos pontos. Os dois ainda protagonizaram o momento mais arrepiante da prova, com Pérez fechando Kobayashi a trezentos e tantos por hora na grande reta. Depois do céu malaio, Shanghai foi uma verdadeira estadia no purgatório.
FORCE INDIA – 2,5 – Sabe de uma coisa? Eu achava que Paul di Resta e Nico Hülkenberg formavam uma dupla muito promissora, mas o que vi até aqui foi uma equipe conservadora e até meio chata de se ver. O burocrático Di Resta, que não entusiasma nem os britânicos, foi o melhor neste fim de semana, mas não marcou pontos. Hülkenberg, a meu ver mais promissor, foi ainda pior e mal conseguiu andar entre os quinze primeiros. Fica claro, também, que o carro não é aquela maravilha. Não é feio, mas briga com a Toro Rosso pelo posto de pior bólido das equipes normais.
TORO ROSSO – 2 – Esta é outra que parece ter errado a mão no carro. Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne são dois pilotos interessantes, mas nenhum deles conseguiu fazer o STR7 andar na China. Ricciardo ainda andou melhor no treino, mas Vergne deu um banho na corrida, com direito a ter marcado a segunda melhor volta da prova. No fim, tudo isso significou o 16º e o 17º lugares na classificação final.
CATERHAM – 3 – Segue na sua vida medíocre de sempre. Na verdade, o resultado final não foi muito diferente do de Sepang. Heikki Kovalainen e Vitaly Petrov continuaram naquela de andar muito à frente de HRT e Marussia e muito atrás do resto. Petrov voltou a terminar à frente, mas unicamente porque não teve os problemas do companheiro de equipe. Kovalainen até vinha fazendo um papel bacana, andando no meio do pelotão durante alguns instantes, mas o carro teve todos os problemas de pneus do planeta e restou a ele ficar atrás até mesmo da HRT. Isso mesmo, dos dois carros da HRT!
MARUSSIA – 4 – Confesso que a Marussia vem me agradando mais que a Caterham neste início de temporada. Dentro de suas enormes limitações, a equipe russa vem fazendo aquilo que se espera dela: quase nada, isto é, andar à frente da HRT sem problemas e incomodar a Caterham vez ou outra. Na corrida, isso chegou a acontecer, mas não por muito tempo. De qualquer jeito, Timo Glock e Charles Pic não tiveram grandes pepinos e terminaram em 19º e 20º. Não foi o resultado dos sonhos, é claro, mas foi o melhor que deu para entregar.
HRT – 4 – Não consigo pensar em outra nota. Avanço houve, pois nem mesmo o dalit Narain Karthikeyan sofreu para se qualificar. Os problemas patéticos que afetaram os F112 nas duas primeiras corridas não retornaram e tanto Narain como Pedro de la Rosa tiveram um fim de semana sem sobressaltos. As novidades aerodinâmicas apareceram, mas fizeram alguma diferença a olho nu? No mais, os dois largaram, não incomodaram ninguém e terminaram. É a HRT calando a boca de quem achava que ela nem participaria das provas pelo terceiro ano seguido.
TRANSMISSÃO – AVIÕES DO FORRÓ – O melhor momento da transmissão brasileira foi no sábado, definitivamente. Após um infográfico deixar claro aos espectadores o que era exatamente aquela solução aerodinâmica da Mercedes que havia deixado toda a Fórmula 1 de cabelo em pé, o locutor não titubeou em louvar aquilo que havia feito “um avião voar para trás”. É isso mesmo: Ross Brawn gastou horas e mais horas bolando um negócio simples porém muito engenhoso para a asa traseira para chegar um e dizer que ele fazia o avião voar para trás! A aerodinâmica global agradece. No domingo, sem a companhia do ex-piloto brasileiro, a dupla narrou sem grandes sobressaltos – afinal, isso é coisa do Mark Webber. Talvez a vitória de Keke Rosberg, a primeira desde 1985, tenha emocionado muita gente. E não, não vai batê, não vai batê, não vai batê: nem sempre Lewis Hamilton e Felipe Massa juntos resultam em merda.
CORRIDA – UM LUXO – Apesar da pista de Shanghai continuar sendo uma porcaria sonolenta, as corridas que acontecem por lá estão sendo muito divertidas e sou obrigado a dar o braço a torcer. Mesmo que o resultado tenha me irritado profundamente (Rosberg, Vettel e Button andando bem; Schumacher, Kobayashi, Grosjean e Maldonado só nos apuros), não vou dizer que deixei de gostar da prova. Ultrapassagens aconteceram, fechadas aconteceram, disputas roda a roda aconteceram, decolagens aconteceram e a vitória da Mercedes, uma equipe que respeito pra caramba, aconteceu também, embora com o piloto errado. Não dá para reclamar da Fórmula 1 neste início de temporada, convenhamos. O problema é que a diversão vai minguar a partir das próximas etapas, a começar pelo Grande Prêmio de semana que vem, que será realizado em Granada e terá as participações de Timo Glock, Olivier Beretta e Miguel Angel Guerra.


17 de abril de 2012 at 16:57
Miguel Angel Guerra é um dos sujeitos que nunca conseguiu completar uma volta na Fórmula 1?
17 de abril de 2012 at 22:34
Sim.
Um pobre hermano coitado…
17 de abril de 2012 at 17:02
Tendo em conta que são 12 equipas no total, só algumas estão a fazer um bom trabalho… e há demasiados “carros-vassoura”… Sinceramente, ter equipas com $200M e outras com $40M dá nestas coisas… e mesmo com rios de dinheiro a Ferrari anda perdida no meio da tabela com os seus 2 pilotos, o “simpático” e o “cadê”!
Na minha opinião, o teto orçamental é uma das poucas formas de reduzir esta situação triste e pobre… mas como os “senhores” da FIA e F1 são autistas (nada contra os portadores do autismo) e só ligam para os valores monetários (direitos televisivos e grandes prémios em países ética e moralmente pouco recomendáveis), acho que apenas nos resta ficar a ver a situação piorar a cada época…
17 de abril de 2012 at 22:49
Eu SABIA que essa seria a dupla mais escrota do grid!!
S-A-B-I-A!!!
Sr. Vijay fez a maior merda do mundo ao mandar o porradeiro embora.
di Resta é extremamente conservador.Sutil era o cara que “tirava o coelho da cartola”,como diria o narrador Gavião…
Hulkenberg só tem marra…
Levou uma coça do Barrichello e está conseguindo levar outra do di Resta…
O carro também é conservador.
Parece ultrapassado.
Todos os carros do grid tem a traseira baixa,até a Marussia.Só o VJM05 tem aquela velha traseira robusta…
Dava pena ao ver o Vettel perseguindo o di Resta.O escocês não tinha nenhuma aderência em curvas rápidas,longas,médias e em freadas…
Tá feio.
Pelo jeito não teremos dancinha esse ano…
17 de abril de 2012 at 23:43
Epa, essa eu não saquei: “O problema é que a diversão vai minguar a partir das próximas etapas, a começar pelo Grande Prêmio de semana que vem, que será realizado em Granada e terá as participações de Timo Glock, Olivier Beretta e Miguel Angel Guerra.”
18 de abril de 2012 at 20:09
É um trocadilho.
Glock e Beretta são armas e Guerra é guerra…
20 de abril de 2012 at 21:33
Está cada dia mais difícil acompanhar a narração global, com um narrador que acha que sabe tudo e a eterna blindagem ao Felipe Massa, aliás, acho esse pretenso nacionalismo do GB, muito destrutivo para a F1 no Brasil, pois parece ser proibido para nós gostarmos de qualquer outro piloto e, na falta de nenhum brasileiro em grande fase, o interesse pelo esporte vai a zero…