Foram sete anos de espera na Fórmula 1 brasileira. Lembra-se desta frase? Ela foi proferida pelo locutor Galvão Bueno momentos após Rubens Barrichello ter atravessado a linha de chegada daquele chuvoso Grande Prêmio da Alemanha de 2000. Sim, faz quase doze anos.
Aquele domingo foi uma coisa especial para quem gosta e acompanha o automobilismo. Eu já soquei o sofá de felicidade e de raiva. Já verti algumas lágrimas. Já bati palmas para a televisão. Já mandei fulano e beltrano ao raio que o parta. Faz parte, não? Acompanhar uma corrida de carro da mesma maneira que se acompanha um documentário sobre drosófilas ou a explicação de um economista sobre a última alta dos juros não faz sentido para mim. Esporte é, acima de tudo, emoção. Imprevisibilidade. É uma perfeita ciência humana.
Faltavam umas três voltas para o fim daquele GP da Alemanha. Chovia torrencialmente, de formar poças nos boxes e spray nas retas. Rubens Barrichello, piloto da Ferrari número quatro, liderava com uns dez segundos de vantagem para o finlandês Mika Häkkinen. Rubinho estava com pneus para pista seca, que funcionavam muito bem nas longas retas e dificultavam absurdamente sua vida no trecho do Stadium, onde chovia mais forte. Häkkinen abdicou da liderança na volta 35 para colocar os pneus de chuva.
Não fosse a água e a vitória teria ficado com o finlandês, que pilotava um MP4/15 assombroso nas retas. Barrichello havia tido um bocado de problemas no treino classificatório do sábado e conseguiu apenas um deprimente 18º lugar no grid. Na corrida, ultrapassou quase todo mundo à sua frente. As intervenções do safety-car, que entrou na pista porque um furioso ex-funcionário da Mercedes invadiu a pista com o propósito de estragar a corrida da McLaren e também devido a um acidente entre Jean Alesi e Pedro Paulo Diniz, permitiram que Barrichello pudesse se aproximar dos líderes Häkkinen, David Coulthard e Jarno Trulli. A chuva só completou o serviço.
Esta é a descrição mais objetiva da corrida. Alguns milhares de quilômetros dali, eu devorava minhas unhas enquanto esperava pela vitória de Barrichello. Fazia quase sete anos que um brasileiro não vencia uma corrida de Fórmula 1. O último foi Ayrton Senna, no GP da Austrália de 1993. Desde então, Senna morreu e os brasileiros que precisam disso depositaram todas as suas esperanças patrióticas em Barrichello, que se tornou um Judas para os detratores e um Messias para os otimistas. Eu sempre estive do segundo lado. No fundo, nunca deixei de acreditar que ele poderia ter sido campeão do mundo. Fé desde a infância.
Faltavam três voltas para o fim. Galvão Bueno mergulhado em um êxtase somente visto no final daquela Copa de 1994, que eu dei a enorme sorte de ter visto e compreendido mesmo estando a alguns meses de completar seis anos de idade. Eu olho para a minha direita e vejo o Burti chorar, olho para a esquerda e vejo o Reginaldo chorar também, foi o que Galvão disse após a bandeirada. Você pode não gostar dele, mas puta que o pariu, como não se emocionar com isso?
Eu não chorei. Mas deixei a corrida de lado e fui respirar um pouco. Estava ansioso pra caralho, totalmente nervoso, sem conseguir respirar direito. Voltei para a sala. Barrichello estava no Stadium. O Brasil inteiro vibrando por você. Aí vem Rubens Barrichello. E nós vamos ouvir o tema da vitória. E assim por diante. De verdade, acho o Tema da Vitória uma coisa banalizada e até meio brega nos dias atuais. Ele fazia sentido nos anos oitenta dos arranjos eletrônicos, mas não no novo milênio. Mas naquela vitória de Rubens Barrichello, a musiquinha composta pelo Roupa Nova deixou sua temporalidade de lado e salpicou o trunfo com a mais pura emoção. Pensar em Ayrton Senna, naquele caso, não era ufanismo pateta global. Na verdade, era quase inevitável. Pois eu pensei. E fiquei pulando como um maluco pela casa. Um dos melhores domingos da minha vida, devo dizer.
Vindo de mim, parece estranho escrever um parágrafo como este aí em cima. No meu caso, Rubens Barrichello é o único piloto para quem torci sem considerar muito este negócio de racionalidade, números e a fria lógica. Não, não quero dizer que não há racionalidade em torcer por ele. A não ser que você seja um semianalfabeto, há de reconhecer méritos no brasileiro, mesmo ele tendo feito um monte de besteiras e sendo um voraz e insatisfeito leitor de autoajuda.
Rubens Barrichello ganhou onze corridas na Fórmula 1. Apenas vinte e cinco pessoas no planeta venceram mais do que ele. Ele fez catorze pole-positions. Apenas dezenove pessoas fizeram mais do que ele. Ele obteve dois vices. Apenas trinta e duas pessoas conseguiram o feito imediatamente superior, um título mundial. Muitos argumentam que ele só conseguiu todos estes números às custas de mais de trezentas corridas na carreira.
Mas venha cá, qual é o real demérito nisso? A insistência? Grande merda. Grandessíssima merda. Sorte a de Rubens Barrichello que haja otários como Ross Brawn e Frank Williams que ainda admirem seu trabalho mesmo com ele estando velho e sem um título mundial. Sorte a dele que ainda o remuneram razoavelmente bem por isso. Sorte a dele que há muita gente lamentando sua ausência no paddock, seja pelas suas qualidades técnicas ou por sua simpatia.
Além do mais, se Barrichello ainda gosta e se prepara bem para o que faz, quem diabos somos nós para contestarmos? Se fosse ele, teria aposentado no fim de 2009, coberto dos louros de uma boa temporada na Brawn. Como não sou, apenas observo. E vejo que ele fazia aquilo que, no fundo, causa inveja a muita gente: trabalhava no que gosta, ganhava bem e é reconhecido. Diante disso, quem não gostaria de permanecer na mesma vida por décadas? Se um Pedro de la Rosa ou um Jarno Trulli podem desejar estender suas carreiras, por que não Rubens Barrichello?
Caramba, Verde, quanto clichê, quanto argumento batido. Barrichello, para mim, ainda é um símbolo do fracasso, da derrota, da submissão, daquele Brasil que abaixa a cabeça para o dominador estrangeiro. Um pé de chinelo, como apontava aquele antigo programa global. Pois é. Acho engraçado quem observa as coisas desta maneira. Acho engraçado ver brasileiros que observam as coisas desta maneira.
Deixo claro que acho Rubens Barrichello um sujeito chato, chorão, inseguro e até imaturo. Era perceptível à distância que sua autoestima estava no chão, já que, no fundo, Rubens sempre concordou com o que grande parte de seus críticos exigiam, o cumprimento do inglório papel de “novo Ayrton Senna”. Além disso, suas largadas não eram boas e seu ritmo de corrida chamava a atenção por uma irritante irregularidade. Por fim, sua emotividade sempre era traduzida em declarações no mínimo inoportunas. Ou mesmo em atos que beiravam a infantilidade. Pensei seriamente em parar de torcer por Barrichello quando a imprensa divulgou que ele liderou um coro chamando o Michael Schumacher de viado em uma festinha por aí.
Enfim, como fã de Rubens Barrichello, não tenho problema em reconhecer sua lista de defeitos. O que sempre me incomodou, e me intrigou, é o jeito com que grande parte dos brasileiros, inclusive aqueles que entendem de corridas, lida com ele. A crítica se transforma em puro deboche. Em maldade. Que virou verdadeiro folclore nacional. Chega-se a um ponto em que a perseguição existe por si mesma, sem sequer um fundamento técnico, um verdadeiro fenômeno de manada. Como é que alguém realmente acredita que Rubens Barrichello bate em todas as corridas? Ou que ele sempre termina em último? Ou que, ao contrário do nosso divino, irrepreensível e incontestável Ayrton Senna, Rubens é um pusilânime para quem não vale a pena torcer pelo terrível pecado de ter sido vice-campeão duas vezes? Diagnóstico meu é curto e grosso: as pessoas tripudiam sobre Barrichello porque é legal e porque seus amigos fazem o mesmo. Se você não o fizer, é um do contra chato e socialmente inadequado.
Como disse lá em cima, acho absolutamente normal que alguém não goste dele. E que o critique duramente. Já li críticas tão pesadas quando irrepreensíveis sobre uma cagada sua ou uma declaração absurda. Estas coisas fazem parte da vida adulta. O que não é nem um pouco adulto é o nível do que é rabiscado ou vomitado sobre um sujeito que faz seu trabalho, não afeta negativamente a vida de ninguém e se esforça ao máximo para trazer um bom resultado para o país que o renega. Ah, mas você acha que ele desrespeitou o país naquele GP da Áustria de 2002? Você acha que ele envergonha a nação? Vá se tratar. Não é Rubens Barrichello o problema, definitivamente.
A realidade é que Rubens Barrichello é um piloto acima da média que sabe extrair o máximo de seu carro em uma volta rápida, consegue fazer uma boa leitura dos problemas de seu carro e anda como poucos em pista molhada. Admita: são poucos os pilotos que são melhores que ele. Michael Schumacher e Jenson Button seguramente estão entre estes poucos. Mas e daí? Rubens não pode ser crucificado por ter perdido para dois campeões mundiais. Mesmo que ele tenha prometido o título mundial em trocentas ocasiões. Não deu, nem todos os pilotos bons chegam lá. O problema é que ninguém aceita isso, nem mesmo o próprio Rubens Barrichello, o que explica a recorrência às promessas no ano seguinte.
Por fim, raciocine: você faria tudo diferente? Não seja mentalmente preguiçoso e deixe de lado o fato de você já conhecer a história e suas consequências. Você teria deixado de lado um contrato com a McLaren válido para 1995? Você teria abandonado uma boa proposta para correr na Indy em 1997 para abraçar um sonho de Jackie Stewart? Você teria deixado de aceitar ser o segundo piloto da Ferrari para ser o primeiro da Jaguar ou prostituta de luxo de Mika Häkkinen em 2000? Você teria aceitado renovar o contrato com a Ferrari em ao menos duas ocasiões, mesmo sob as mesmas condições? Você teria praticamente implorado para permanecer na Fórmula 1 em 2009? Acima de tudo, você teria dado passagem para Michael Schumacher na corrida austríaca? Não acredito nas respostas hipócritas. A esmagadora maioria das pessoas, e eu me incluo aí, tomaria as mesmas decisões escolhidas por Barrichello. Ou decisões até piores.
Neste 17 de janeiro de 2012, a Williams anunciou a contratação de Bruno Senna para a vaga de companheiro de Pastor Maldonado. Barrichello, que tinha remotas chances de permanecer na equipe, acabou sobrando. Devo reconhecer que a maioria das pessoas que escreveram sobre ele foi respeitosa e lamentou bastante o que pode ter sido o encerramento abrupto de sua carreira. Mas é óbvio que os comentários negativos apareceram. “Ainda bem!”, “ele poderia ter se aposentado logo de uma vez em Interlagos ao invés de ficar se humilhando para ficar na Fórmula 1” e “é um recalcado que quase acabou com a carreira do nosso Bruno Senna”, foram algumas das coisas muito inteligentes que li.
Enquanto esta gente que certamente entende muito de sucesso e felicidade faz comentários do tipo, eu, que só vejo corridas e palpito, digo que minha melhor homenagem a Rubens Barrichello é a sensação de vazio que irei sentir ao observar o grid do próximo Grande Prêmio da Austrália. Quando este filho da mãe estreou na Fórmula 1, eu tinha quatro anos de idade e Ayrton Senna ainda corria contra Alain Prost. De lá para cá, o garoto precocemente calvo se transformou em um patrimônio da categoria. Acumulou tristezas, felicidades, amigos, histórias e uma rotina calculada nos décimos de segundo. De repente, tudo acabou. A Fórmula 1 não tem mais espaço para ele. Hoje, tenho 23 anos e nunca consegui conceber uma corrida sem a participação de Barrichello. Por mais que a gente não queira aceitar, os personagens da nossa infância se aposentam um dia. O que sobra é o baque.
Que Rubens Barrichello tenha agora um pouco de paz e respeito em sua terra natal. Os brasileiros continuarão estúpidos e volúveis como sempre foram, mas o fato dele não ter de se expor mais certamente transformará o desrespeito em bajulação barata, como acontece com um ídolo que se retira. Já que Rubens realmente faz questão de ser aceito e respeitado, talvez isso até fará bem a ele.
Rubens, aproveite os elogios, aprenda com as críticas construtivas e vire a bunda para as destrutivas. Você fará falta para quem te admira e principalmente para quem te detesta. “A quem fala coisa sem pensar e a quem não respeita o talento, a luta, a batalha e o sofrimento dos outros, pensa duas vezes, tá?“, é a frase do mesmo Galvão Bueno que fecha o post de hoje.
18 de janeiro de 2012 at 0:33
Rubens (Rubinho é um pejorativo Galvânico), vá para a Indy e seja feliz por lá. A Fórmula 1 não tem lugar para piloto boa-praça, apenas marketing. E, não se afunde na Stock Car, você não merece isso. A síntese que você fez, Verde, demonstra que grandes pilotos nem sempre possuem resultados notáveis. Outros nomes que passaram muito tempo na categoria (Alesi, Berger, de Cesaris, Pattrese) não conseguiram os mesmos resultados.
18 de janeiro de 2012 at 0:45
Dia marcante pra F1. Todos respeitavam e gostavam dele no mundo da F1, não há porque duvidar do sucesso dele. Mas enfim, não acaba aqui. Espero que ele vá correr provas de Endurance, em vez de se sujeitar à esse lixo que é a Estoque.
18 de janeiro de 2012 at 0:49
Belo texto, Verde. Vou dar um exemplo para mostrar como muitas pessoas são alienadas sobre a participação de Barrichello na Fórmula 1.
Um dia eu estava conversando com a irmã da minha namorada sobre F1 e, consequentemente, o papo chegou ao Rubinho. Disse para a minha cunhada que torcia para o Rubinho, e ela disse: “Hahaha, vc torce para ele? O Rubinho nunca ganhou nada.” E eu respondi: “Vc sabia que ele já ganhou 11 vezes na F-1?”
A resposta dela mostra como a maioria das pessoas são influenciadas: “Ele já ganhou? Pensei que ele sempre chegava em segundo”
18 de janeiro de 2012 at 0:55
PQP!! Num dia é Pupo Moreno, no outro é Rubens…rs. Falou exatamente o que penso, mas que não saberia expor em palavras.
Será estranho o GP da Austrália sem ele. Mas talvez seja bom para irmos nos acostumando com corridas sem brasileiros. E digo isso sem pachequismo e ufanismo barato. Gosto de esporte, não de torcer simplesmente.
“Quando este filho da mãe estreou na Fórmula 1, eu tinha quatro anos de idade”. Pois é. É estranho começar a ver que os pilotos estão ficando mais jovens que eu – Alguersuari, Vettel. Quando era criança, via eles como algo tão distante, superiores. Putz, to ficando véio, hehehe.
18 de janeiro de 2012 at 3:15
Amigos !!! Tenho 41 anos, ví o surgimento de Ayrton, e os títulos do Piquet ! Mas todos esquecem o grave acidente que o Rubens sofreu. O massa sofreu um acidente e até hoje essa imprensa babaca de merda, defende um cara que só está na F1 numa equipe grande pelo seu empresário. Rubens foi o melhor de todos depois do Ayrton e Piquet, aqui no Brasil. O Cara é respeitado em vários paíse. Sobre o texto foi perfeito, e eu aformo: EU CHOREI DE EMOÇÃO.. Vá para a Indy Rubens… E lembro bem que vc era amigo de caras como o bola e o emilio do pânico, que sempre ficam querendo humilhá lo.. Seu único ” defeito ” é ser boa praça. Boa sorte RUBENS !!!
18 de janeiro de 2012 at 8:51
Olha, Verde, mais um belo texto.
Em parte, fico triste pela saída do Barrichello se dar desta forma, e tbm sentirei falta dele nos grids do ano que vem, mas tbm fico feliz por relembrar a grande carreira que ele teve, independente das críticas que muitos possam ter.
Vi Senna e Piquet correrem, mas acho que nenhuma vitória deles me emocionou tanto quanto a primeira da Barrichello.
Que ele se divirta bastante fora desse mundo sisudo da F1!
18 de janeiro de 2012 at 10:06
Verde, vc tem que disponibilizar o link desses textos para serem postados no facebook..
18 de janeiro de 2012 at 10:18
Tem um botão lá embaixo que permite algo assim, se não me engano.
Se bem que o WordPress tá reportando um razoável número de visitas vindas do Facebook.
18 de janeiro de 2012 at 10:14
Belíssimo texto, Verde!
Confesso que me emocionei lembrando de algumas passagens citadas no texto, meus parabéns!
18 de janeiro de 2012 at 10:16
É como li certa vez: heróis, quando se vão, são esquecidos; lendas vivem para sempre nos corações e almas daqueles que torciam por eles e os admiravam.
Barrichello será, para mim, uma lenda, que nos mostrou como ser um grande campeão. Não no número de títulos, mas no caráter.
18 de janeiro de 2012 at 11:37
Verde
Mais um belo texto .
Quanto a Barrichello…
Bom, pode ser a oportunidade de um recomeço.
Há vida fora da Fórmula 1…
Valeu
18 de janeiro de 2012 at 13:47
Nunca vi uma corrida de F1 sem o Rubens. Agora vou ver. Papai acha que ele devia ir para a Stock aqui no Brasil. Eu acho que podia ir para a Indy com o amigo Kanaan. Podem até formar uma equipe juntos.
Onde quer que o Barrichello esteja, tomare que ele esteja feliz.
18 de janeiro de 2012 at 15:46
Aquele GP de Hockenheim de 2000 ficará por muito tempo na memória de quem o assistiu. Eu tinha 14 anos e não consegui segurar o choro quando ele recebeu a bandeirada, foi a única vez que eu chorei vendo TV.Pra mim , o Rubinho de 1999 ao GP do Japão de 2002 era mais rápido que esse rubinho atual, mesmo que os carros de então não ajudaram, se ele tivesse a mesma velocidade de antes, conseguiria resultados sensivelmente melhores (embora com menos regularidade). Essa é a minha opinião.
18 de janeiro de 2012 at 15:49
Peraí, acho que estou no site errado. Verde, este texto realmente é seu? Me desculpe, mas nunca lí algo semelhante vindo de seu site, ainda mais com citações dos bordões do Galvão. Chega até ser irônico. É o que o Barrichello desperta nas pessoas, ou ódio ou amor incondicional. E faz que o Verde deixe de ser o Verde por um dia para fazer um texto diferenciado para um piloto mais que especial. Até agora, o Barrichello foi o único piloto que torci com fervor. Não sei se um dia torcerei para um piloto como torci por este. Aquele domingo de julho de 2000 foi uma das minhas melhores manhãs também, reconheço. Meu pai me disse que quando Fittipaldi aposentou, o público o tratava assim como trata o Barrichello hoje. No fim das contas, todos devem esquecer as piadas infames e mostrar um pouco mais de respeito e compaixão. Sinceramente, eu invejo o Barrichello, por todos estes anos viver pilotando e fazer o gosta.
18 de janeiro de 2012 at 16:36
Eu gosto do Galvão, de praia, de sol, de cerveja e sou feliz pacas com a minha namorada. Não sou tão sombrio assim, hahahahaha!
18 de janeiro de 2012 at 22:07
Eu olho para a minha direita e vejo o Burti chorar, olho para a esquerda e vejo o Reginaldo chorar também,
Nossa, uma das minhas “brincadeiras” é tentar decorar as falas do Galvão nos momentos históricos. Dos títulos mundiais do meu SPFC as grandes vitórias do Barrichello. Saudade apertando meu peito desde já…mas num sentimento de que foi fantástico enquanto durou. Não me importa o quanto chorei ou o quanto sofri (ok, a frase não é minha), mas só me importam as emoções vividas nesses mais de 300 GPs. E a sensação de que eu posso falar: tive e tenho um ídolo honesto, dedicado e boa pessoa, um autêntico vencedor.
19 de janeiro de 2012 at 0:50
Parabéns Verde, estou qse chorando aqui, me lembrando da primeira vitória dele. Eu estava assistindo c/meu pai (que faleceu fazem 5 meses),eu virei p/ ele e disse : – Barrichello ganhou!!! Nós sorrimos enquanto nossos olhos se enchiam de lágrimas e nós abraçamos, eu tinha 14 anos. Vem cada lembrança foda kra…
19 de janeiro de 2012 at 19:45
– 6 mil oitocentos e poucos metros (já não me lembro mais quanto…), agora um pouco menos (Barrichello completava a curva 1), 6500. Aos poucos, de maneira ainda tímida os mecânicos… (não me lembro mais…).
Tenho esta corrida em VHS até hoje, juntamente com a estréia do Barrichello na Ferrari na Austrália. Quase decorei a narração do Galvão acima. Foi com certeza a corrida em que eu mais me emocionei. Uma vitória “amazing”, segundo o Schumacher.
Nunca duvidei da capacidade do Barrichello, Suas 11 vitórias e dois vices não me deixam dúvidas. Não é um gênio,é um piloto competente na F-1, o que significa ser competente no mais alto nível do automobilismo. Se tiver carro bom fará corridas boas, se não tiver as corridas também não serão.
Porém, há uma diferença entre ser perdedor devido a maior capacidade de seu oponente e ser perdedor por opção. Aí o Barrichello (e o Massa também) caíram no meu conceito. A decisão era dele, o contrato com a Ferrari era dele e o dinheiro que ele recebeu (e que eu dificilmente terei um dia) deve ser dele ainda. Para mim sobrou minha opinião.
Obs.: belo texto Verde!
19 de janeiro de 2012 at 21:44
Belo texto sobre o Rubens, eu escrevi umas palavrinhas no facebook sobre ele, claro meu texto não tem o “selo Verde de qualidade”, mas é de um fã que vai sentir sua falta. A foto que pus era dele no pódio no Gp de Monza de 2009 tirada da tv. O texto é assim: Aproveitando este papo que o Bruno está indo pra Williams e blá, blá, blá, desejo muita sorte para ele e esta foto que estou colocando foi a última vitória do Rubens na Fórmula 1 e inclusive a única vitória brasileira na Fórmula 1 até agora. Foi o GP da Itália de 2009, em 13 de setembro de 2009, inclusive a última corrida que assisti na casa onde morei por mais de 12 anos antes de minhas sucessivas mudanças de residência.
Escolhi bem as palavras deste texto, já que se trata de uma pessoa na qual tem opiniões bem distintas: uns consideram perdedor, lixo, porque não conseguiu
um título mundial da Fórmula 1. Outros como eu, embora poucos, ainda tem admiração pelo cara. Muitos “torcedores” ficaram mal acostumados com a geração Fittipaldi/Piquet/Senna e assim que o Senna morreu, houve uma pressão por parte do público e da mídia em cima do jovem piloto da Jordan (fora sua autocoração de “sucessor do Senna”, não sabendo conviver com a pressão) e, não vindo resultados, começaram as piadinhas infelizes de programas medíocres de humor e pior,
o público formava sua opinião através deles, sem se quer ter assistido a uma corrida de Fórmula 1. Pode não ter sido o melhor piloto de todos os tempos. Estaria sendo cego se eu afirmasse isto. Pode ter falado um monte de promessas que não cumpriu à imprensa todos os anos e ter feito algumas escolhas erradas na sua carreira, mas continua sendo meu idolo. Como não vi o Senna correr (só em videos), ele
foi minha inspiração para gostar deste esporte e minhas alegrias nas suas 11 vitórias que obteve em sua carreira. Por azares do destino não quis que ganhasse um título. Paciência… Pelo menos conseguiu 2 vice-campeonatos, mas num país que não se valoriza nada além do primeiro lugar, é foda dar valor. Não aproveitou oportunidades
que teve na Brawn em 2009 e submeteu-se a carros de regulares a ruim em muitos anos. Respeitou a ordens de equipe (como o Massa) que desapontaram os torcedores, mas aquilo, quem em uma empresa ousa desrespeitar às ordens de um superior? Era muito triste assistir a corridas onde o carro o máximo que permitia era 13º, 14º lugar. Se é para se humilhar para a única equipe que resta (HRT) para chegar em 23º/24º
lugar, é melhor tomar outros ares, tentar novas oportunidades. Automobilismo não é só a Fórmula 1. O ideal mesmo era se aposentar enquanto estava na Brawn GP.
Só quero te agradecer as alegrias/tristezas que me proporcionou nestes 12 anos que acompanho o esporte. Continuarei vendo (ao contrário de muitas viúvas do Senna), mas pode ter certeza que passarei a torcer para estrangeiro (me simpatizei com o Hamilton, piloto bastante arrojado) ou para que o Bruno tenha um bom 2012. Não gosto do Massa. F1 não é Copa do Mundo, não se torce para nacionalidade e sim para piloto!
Obrigado por tudo, Rubens.
Espero que gostem do texto. Ele não foi feito para aqueles que só acompanharam a F1 pelos resultados no Globo Esporte de segunda/terça-feira ou por programas imbecis de humor de terça às noites.
19 de janeiro de 2012 at 23:47
Quantos pilotos, pilotando carro de equipe pequena, já deram X no Schumacher de Ferrari NA CHUVA?