
As pessoas que estão por trás da Fórmula E, a primeira categoria feita para gente que não gosta de automobilismo
Que negócio é esse de Fórmula E? Você também nunca tinha ouvido falar? Pois é. Eu acabei de ler sobre a confirmação deste troço aí. Se o caro leitor ainda está perdido, dou uma canja.
Hoje, a Federação Internacional do Automóvel anunciou a criação de uma categoria de monopostos movidos apenas a eletricidade, a Fórmula E. O presidente da federação, o nanico Jean Todt, viajou ao Rio de Janeiro na semana passada e se encontrou com o governador Sérgio Cabral e o alcaide Eduardo Paes para discutir sobre amenidades. Os três aproveitaram e iniciaram algumas tratativas sobre a realização de uma corrida de carros elétricos nas ruas cariocas. Após as devidas negociações terem sido feitas, Todt aproveitou o climão de euforia e anunciou de uma só vez o surgimento da Fórmula E e a confirmação da etapa do Rio de Janeiro em 2014.
Hoje em dia, as novas categorias são sempre trazidas ao público com pompa e serpentinas. Além de Todt, Cabral e Paes, estavam presentes no anúncio o piloto brasileiro Lucas di Grassi e os empresários espanhóis Alejandro Agag e Enrique Bañuelos. Di Grassi será o cara que testará os carrinhos eletrizados antes deles estarem prontos para desfilar. Agag, que é o dono da equipe Addax na GP2, será o CEO da holding promotora do certame. Bañuelos será um dos padrinhos do projeto. Este monte de gente de peso se reuniu para levar adiante o sonho de realizar o primeiro campeonato ecologicamente sustentável da história do automobilismo.
A Fórmula E terá um conceito totalmente diferente de qualquer outra categoria que existe hoje em dia. Seu objetivo é o de promover o uso de veículos que não agridem o meio ambiente e também funcionar como um laboratório para novas tecnologias que possam favorecer o desenvolvimento de carros de rua sustentáveis. É o mesmo papo de sempre. Vamos proteger a natureza! Troquemos nosso Hummer por um Chevy Volt! Deixar o carro em casa e andar a pé ou de bicicleta, ninguém quer. É a cultura sustentável do novo século.
Alguns detalhes sobre a Fórmula E já foram revelados. A FIA já divulgou um esboço de regulamento para a categoria. Um texto enorme que, sinceramente, não interessa a quem não está diretamente ligado ao esporte. Dá para compreender, no entanto, algumas informações preliminares sobre o carro que será utilizado. Ele será um monoposto não muito diferente de um Fórmula Atlantic que pesará 780kg (contando aí o peso do piloto e da bateria) e terá controle de tração. Aparentemente, a FIA estará disposta a dar asas à criatividade das manufatureiras: o desenvolvimento aerodinâmico e das baterias será livre. Isso é bom.
A Fórmula E terá sua primeira temporada em 2014. Para um primeiro instante, a organização espera poder contar com dez equipes e vinte carros. Nos dois anos seguintes, se for do agrado de todos, poderiam ser admitidos 22 ou até mesmo 24 carros. Assim como ocorre em quase todas as categorias europeias atualmente, as equipes aceitas teriam de cumprir contratos de três anos. Quem participasse da temporada de 2014 teria de disputar também as de 2015 e 2016.
Complicado, para mim, foi entender a dinâmica das provas. Aparentemente, todas as corridas de uma etapa da Fórmula E seriam realizadas num único dia. Seriam quatro, cada uma com duração de quinze minutos. A bateria dos carros seria recarregada nos intervalos entre uma corrida e outra. Curioso, no entanto, é a palhinha que Alejandro Agag antecipou em entrevista a um site inglês. “No pit-stop, o piloto não trocará de pneus ou de bateria, mas de carro”, afirmou o empolgado empresário espanhol. Pit-stops em corridas de quinze minutos? Fico à espera de melhores explicações.
Neste momento, a FIA está aberta a inscrições. Você aí, que me lê e que é dono de uma grande fábrica que constrói monopostos: não perca seu tempo. Elabore um plano de negócios que comprove que seus carros são melhores, mais bonitos, cheirosos e agradáveis que os da concorrência, mande a papelada lá para o Palácio da Concórdia e espere até ser chamado. Uma coisa bacana da Fórmula E é que existe a possibilidade de liberar a entrada para vários fornecedores de carros. Poderíamos ter um campeonato com várias construtoras consagradas no automobilismo, como Rayovac e Duracell.
Outra ideia nova da Fórmula E seria realizar corridas apenas nos grandes centros das cidades grandes. O Rio de Janeiro faria companhia, portanto, a lugares como Los Angeles, Mumbai e Cidade do México. A intenção da categoria é realizar provas nos cinco continentes, mas é evidente que a atenção maior será destinada à Ásia, a dona do dinheiro neste exato instante. As corridas de carros ecologicamente corretos sendo realizadas nas maiores metrópoles do planeta trariam à tona inúmeras vantagens: excelente divulgação dos carros elétricos, estímulo sustentável a estas cidades, maior aproximação do público, fomento do turismo, grana rolando aqui e acolá. Tudo está lindo e você está babando.
Bobagem pura. Esta Fórmula E, assim como quase tudo que é relacionado a esse mercado de badulaques sustentáveis, é apenas um engodo politicamente incorreto que será promovido apenas para atrair gente boboca. A Fórmula E será a primeira categoria feita para pessoas que não gostam de corridas. Como é?
Faça um teste. Pergunte a algumas pessoas conhecidas se elas gostam de automobilismo ou não. Algumas delas responderão que sim. Outras dirão que não, pois ficou chato desde a morte do Senna, os brasileiros não ganham nada, é pura perda de tempo e mais um monte de abobrinhas. Repare em uma coisa. As pessoas mais idiotas, sem a menor dúvida, serão aquelas que responderão que “as corridas de carro poluem o ar”. Esta é a pior resposta que uma pessoa poderia dar. Uma réplica como “eu prefiro passar a manhã de domingo me masturbando com fotos de velhos mortos” soaria mais agradável aos ouvidos.
Um carro de Fórmula 1 emite, em média, algo em torno de 1,5 quilo de dióxido de carbono por quilômetro, cerca de nove vezes mais que um carro comum. Na pré-temporada deste ano, as doze equipes completaram exatos 49.987 quilômetros em quinze dias. Não consegui fazer a conta total para a quilometragem para a temporada, mas posso estimar tranquilamente que um piloto está fazendo cerca de 5 mil quilômetros por ano. Se multiplicarmos pelos 24 pilotos que fazem a temporada, chegamos ao total de 120 mil quilômetros percorridos.
120 mil quilômetros percorridos significam 180 mil quilos de dióxido de carbono emitidos pela Fórmula 1 durante um ano. Sabe quantos carros de rua andando os mesmos 5 mil quilômetros anuais de um bólido de Fórmula 1 seriam necessários para emitir os mesmos 180 mil quilos de dióxido de carbono? Sente-se na cadeira, pois o número é gigantesco! Duzentos e quinze.
Isso mesmo: a Fórmula 1 polui tanto quanto míseros 215 carros de rua. Note, porém, que é muito difícil para uma pessoa que usa o carro diariamente fazer apenas 5 mil quilômetros anuais. Eu, por exemplo, não completo menos que uns 10 mil quilômetros anuais. Ou seja: os mesmíssimos 180 mil quilos de dióxido de carbono da Fórmula 1 seriam emitidos por cerca de cem carros com motoristas como o dono deste blog.
Vamos moderar a burrice. A Fórmula 1 representa uma parcela ínfima, verdadeiramente mixuruca, do montante de poluição que é gerado pela humanidade. Podemos atribuir uma culpa muito maior, por exemplos, aos otários que adquirem carros 1.0 a torto e direito, como se estivessem na padaria comprando pão e cigarro. Só em São Paulo, nada menos que 328 novos carros são colocados às ruas diariamente. Segundo o DENATRAN, existiam no mês de julho 4.806.460 automóveis licenciados rodando pelas abarrotadas ruas e avenidas da capital paulista. Sei lá eu quanta poluição todos esses amontoados de aço geram anualmente. Um pouco mais que a Fórmula 1, eu imagino.
O argumento da sustentabilidade é típico das pessoas mais imbecilizadas e alienadas que podemos conhecer. Antes que alguém venha me aborrecer com acusações de ser contra a natureza e tal, eu gosto de árvores, de bicicletas, de animais, de mato, odeio o calor cada vez mais forte da bosta da minha cidade e, se fosse bilionário, faria de tudo para tentar reverter um pouco a poluição generalizada. Dito isto, as pedradas a quem merece.
Você tem medo do aquecimento global? Incomoda-se com aquelas manchas enormes de petróleo nos mares setentrionais? Gostaria de ver um mundo mais verde? Saiba que trocar a sacolinha de plástico por uma de algum material produzido por uma tribo isolada do norte do Mato Grosso não fará a menor diferença. Aliás, fará, sim. Fará diferença ao sujeito pra lá de perspicaz que decidiu vender sacolas biodegradáveis e, agora, ri da sua cara enquanto torra um baita dinheiro com um iate ou prostitutas em Gibraltar.
Governos, midiáticos e grandes empresas adoram esse negócio de assustar os outros para vender um pouco mais. Isso se chama criação de necessidades. A partir do momento em que alguém te conta que o mundo vai acabar porque o ar está irrespirável e o chão todo sujo, o desespero toma conta do indivíduo mais ingênuo. Ele acaba se sentindo responsabilizado e culpado pelo mau estado do planeta e se dispõe a mudar todo o seu consumo. Saem os alimentos enlatados, entram as alfaces orgânicas.
Não vejo nada contra o consumo ecologicamente correto em si. Se houver um produto que polui ou maltrata menos o ambiente, que seja lançado e utilizado por todos. O problema é vender este produto como a salvação do planeta sem comprovar seus benefícios a longo prazo, contrapondo um outro produto que é tido como ruim e maléfico igualmente sem comprovações. Então você compra alimentos orgânicos e demoniza aqueles cultivados com agrotóxicos, mas não tem a menor ideia sobre benefícios e malefícios de alimentos orgânicos e “inorgânicos” e também não imagina como sua compra mísera ajudará o mundo e os coelhinhos. A única coisa que você sabe é que o bonequinho do comercial, a atriz descolada da Zona Sul carioca e o Al Gore disseram que é pra você comprar porque é “sustentável”.
Aí ninguém chega ao ponto correto, que é o do consumo em si. Só idiotas acham que trocar A por A sustentável fará grande diferença, pois a maior parte das etapas da produção continuará poluidora, o processo logístico continuará poluidor e o filho da puta do consumidor ainda poderá acabar jogando a embalagem na rua. A única coisa que realmente reduz a poluição é a redução do consumo. Se você realmente quer reduzir a poluição e os supostos grandes problemas climáticos, então pare de comprar carros e celulares o tempo todo! Mas quem é que vai falar isso pra você? A redução do consumo não interessa a ninguém porque políticos e empresários não encheriam seus cofres. O bonequinho do comercial não existiria, a atriz descolada da Zona Sul carioca não faria seu merchandising na novela e o Al Gore ficaria lamentando a decadência da indústria automobilística de Detroit.
O que todo este compêndio tem a ver com o automobilismo? Simples. A ideia da Fórmula E parte do pressuposto de que as corridas de carro são um esporte altamente danoso para o meio ambiente. Da mesma maneira, parte-se do princípio que o perfil do povão mudou bastante de uns dez anos para cá e algumas coisas se tornaram inaceitáveis, como um esporte onde 180 mil quilos de dióxido de carbono são despejados no ar anualmente. O primeiro pressuposto é falso. O segundo, infelizmente, não é.
Assim como o churrasco e o boxe, as corridas de carro se tornaram os grandes alvos daqueles politicamente chatos que militam por ideias que nem conseguem compreender. O sonho mais intrínseco desta gente é exterminar algumas coisas que não a agradam e substitui-las por outras, digamos, mais convenientes. São, em seu íntimo, tiranos. Olham torto a você por qualquer atitude considerada “incorreta”. Põem em xeque seu caráter devido a alguma preferência sua que não siga o mainstream. Nutrem o desejo de convencê-lo do quão equivocado você está por simplesmente gostar de algo, atropelando qualquer traço de individualidade e personalidade. Se alcançassem o poder, seriam os primeiros a proibir isso e aquilo. É o verdadeiro duplipensar do século XXI.
A FIA compreendeu esta mudança comportamental há muito tempo. Ela sabe que se o esporte a motor dependesse apenas de seus fãs antigos, ele já teria falido há algum tempo. É hora de deixar os velhotes para trás e conquistar a carteira dos novos personagens, aqueles que gastam mais e que são os capitães da nova economia: o homem moderno, consciente e fragilizado, a mulher que acha que vive em Sex and the City, o adolescente mimado, o chinês deslumbrado, o xeique exibicionista, a mocinha que vive eternamente na TPM. São eles que têm o dinheiro e o poder de consumo. Logo, o automobilismo pertence a eles.
Isso significa, é claro, que algumas mudanças deverão ser feitas e velhas características do automobilismo terão de ser extirpadas. Carros com motores grandes são poluidores e gastões. Acidentes fortes são inaceitáveis. Corridas na chuva são uma loucura. Circuitos muito velozes representam um enorme perigo e serão riscados dos calendários. Autódromos sem aquela infraestrutura faraônica de Yas Marina são anacrônicos e devem ser demolidos. Pilotos agressivos são sociopatas incapazes de saudável convívio com a humanidade e deverão ser corrigidos no melhor estilo Laranja Mecânica. Blogueiros fanfarrões como este aqui são apenas resmungões retrógrados que deveriam ter nascido no século III.
Não ache que uma corrida de carros elétricos é apenas uma corrida de carros elétricos. Se esta ideia agradar aos chefões do automobilismo, ela será utilizada em todas as demais categorias, assim como ocorre com o DRS hoje em dia. Lentamente, o esporte a motor como conhecemos está sendo dilacerado e o que restará lá na frente será somente um invólucro.
Um invólucro biodegradável.
27 de agosto de 2012 at 22:27
Certamente rolam acusações ao caráter poluidor do automobilismo, mas elas são mesmo. Se não me engano, uma viagem de um Boeing 747 polui mais que uma temporada inteira de F1 – sem falar que a FIA reverte as emissões com plantio em florestas na Bélgica e México.
Honestamente, eu não acho que o automobilismo deva ignorar as preocupações do mundo, e às vezes me incomoda como o automobilismo parece parado no tempo. Mas é evidente que existe um espírito ambientalista cego – a eletricidade que move os motores também tem um custo ambiental grande, não dá pra ignorar – muitas vezes motivado por interesses de poucos, mais atrapalha que ajuda.
Enfim, é mais uma categoria. E eu prefiro olhar pelo lado da FIA ligada no mundo. Acho positivo.
27 de agosto de 2012 at 22:46
Já viram o vídeo do treco andando?
Desesperador….
29 de agosto de 2012 at 3:13
Que lixo…
28 de março de 2013 at 1:18
Roubaram o motor elétrico do aparelho da minha dentista! Chamem a polícia!
27 de agosto de 2012 at 22:58
Então, se houver um abandono, o piloto vai poder dizer que acabou a pilha?
Ah, vão pra putaquepariu!
Fora que o carro tem barulho de motor de dentista.
28 de agosto de 2012 at 7:46
Auhauhssh chega a ser engraçado. Onde foi esse teste?
13 de setembro de 2012 at 15:33
Foi em Moscow
27 de agosto de 2012 at 23:10
Ah, a ironia da vida!
O Verde reclamando de uma categoria com proposta verde!
28 de agosto de 2012 at 0:13
A vida é uma caixinha de surpresas.
28 de agosto de 2012 at 5:56
A vida é um Fractal de Mandelbrot de surpresas.
27 de agosto de 2012 at 23:12
Automobilismo é alvo da patrulha políticamente correta, mas isso é ignorância. Uma viagem de Boeing 747 polui mais que uma temporada inteira, e a FIA neutraliza as emissões com plantio em florestas. Ou seja, condenar o automobilismo é uma visão ignorante, sem falar que se formos condenar tudo aquilo que é “supérfluo” sobra um mundo inteiro para a gente…. trabalhar e trabalhar.
Por um lado eu não sou fã da onda politicamente correta. Acho que a campanha pela sustentabilidade é empurrada por interesses de poucos em muitos casos. Mas isso não significa que a gente não deva repensar nossos hábitos.
E aí eu acho que a tal Fórmula E tem seu sentido. O custo ambiental da eletricidade que move os carros é grande também e pensar que isso é a solução mágica dos problemas da humanidade é burrice. Mas é bom pensar em alternativas. Até porque petróleo um dia acaba e aí como fica o nosso esporte sem combustível?
Acima de tudo, o que mais me conforta na Formula E é o esforço de mostrar uma imagem da FIA mais ligada no mundo, com carros movidos a eletricidade, correndo em cidades, dando a tônica do que deve ser o futuro. Acho que vale a pena. Até porque a liberdade de desenvolvimento que a categoria deve ter não é em nada anacrônica com a essência do automobilismo.
Entre o invólucro biodegradável e um charuto com pneus de bicicleta, eu prefiro a primeira alternativa.
27 de agosto de 2012 at 23:42
Concordo com tudo que foi dito, mas ainda acho que a FE – nem dá pra abreviar isso de um jeito legal – vai ser um sucesso.
28 de agosto de 2012 at 0:56
Eu já acho que essa categoria duraria no maximo 3 anos,por força do contrato.Até porque no começo as pessoas terão curiosidade devido a (provavel)maciça divulgação da mídia,atraindo principalmente aqueles que não são muito chegados ao esporte.Duvido que esse cidadão que não entende e assiste só porque o esporte espetacular passa,se interessaria em acompanhar etapas em horários estranhos.
Se for ruim( e deve ser) nada sobrevive a um longo prazo.
28 de agosto de 2012 at 0:37
Essa Formula E está me parecendo mais uma isca para investidores que acreditam serem sustentáveis. Deve atrair diversos tipos, desde fabricantes de automóveis, de eletrônicos e até pessoal do mundo pop, dessas que se gabam de ter um Toyota Prius (um excelente carro, diga-se) ou um Tesla ou qualquer outra máquina sustentável (e cara).
Não me espantaria se essa categoria virar de fato, afinal já vai ter a etiqueta da sustentabilidade colada e bem grande. Te cuida, F1.
Se as empresas quisessem mesmo diminuir a poluição no mundo, não lançariam a cada 6 meses (ou menos) um novo produto, onde mal se percebem melhorias (melhorias, não simplesmente um plástico moldado e pintado de forma diferente) ou teriam fábricas somente para reciclagem dos produtos “velhos”. Afinal, grande parte de consumidores não resiste a tentação de trocar o modelo atual por um mais recente.
Enfim, é um tema complexo esse pois mexe com a questão cultural das pessoas. Alguns acham uma baita tolice a questão das sacolinhas; sinceramente achei interessante e já praticava essa iniciativa muito antes de serem divulgadas na grande midia. Mas, imagino que por razões monetárias, voltaram atrás e lá estão as sacolinhas de volta.
28 de agosto de 2012 at 1:09
Onde assino?
28 de agosto de 2012 at 2:38
Espetacular esse texto, parabéns!! Eu sempre soube que eliminar as sacolas plásticas não adianta, mas mesmo assim isso não vai fazer com que a sociedade “burra” acorde, pois tentam minimizar o aquecimento global, então fazem qualquer coisa pra, pelo menos, “ajudar” o meio-ambiente,. Pois então que ajudem direito!
Sobre o carro, é o pesadelo virando realidade…
28 de agosto de 2012 at 3:18
Verde,
apenas uns pitacos…
* “Seu objetivo é o de promover o uso de veículos que não agridem o meio ambiente e também funcionar como um laboratório para novas tecnologias que possam favorecer o desenvolvimento de carros de rua sustentáveis.”
UAI!!!! Por que não fazer, então, uma categoria nos moldes do WTCC??? Carros como os que andam nas ruas… Formula??!!!
* “No pit-stop, o piloto não trocará de pneus ou de bateria, mas de carro”
Talvez seja por que a recarga da bateria demoraria muito… se for, ridículo!
* Só não entendo uma coisa. O pessoal da FIA não ouviu falar das ’24 Horas de Le Mans’ e a disputa, na edição deste ano, entre a Audi e a Toyota, com seus carros elétricos/híbridos!! Já tem gente – Audi e Toyota pelo menos! – bem avançada nessa pesquisa…
Aliás este vídeo com o Audi em Nürburgring é sensacional!
Quanto ao som (ou ausência dele) nos carros elétricos, imagino que maravilha seria uma cidade com todos seus veículos elétricos. A poluição sonora diminuiria drasticamente… uma beleza!!
Quanto à quilometragem na F1, ai vão meus números:
1) “pré-temporada” – Jerez, Catalunya (2x) e Mugello: 62.583,893 km
2) Temporada (até Hungria) – Treino livres 1, 2, 3, Qualificação e a Corrida: 170.040,134 km
3) TOTAL de: 232.624,027 km
um abraço!
28 de agosto de 2012 at 9:16
Pô Verde, que texto mais indignado! Assino contigo, meu irmão, é um mundo besta esse que a gente vive…
28 de agosto de 2012 at 9:58
Verde texto fantástico como sempre…
Teço os seguintes comentários… ao olhar a foto atestei que existem duas pessoas que destruíram o autódromo do Rio… o ex-chefe de equipe da Ferrari que acabou com a competição na F1 em sua época obrigando segundos pilotos a perderem de propósito para o principal por contrato estragando a competição saudável na categoria, por isso a F1 perdeu a credibilidade no mercado e fez os espectadores engolir uma falsa “hegemonia” criando uma mentira, um falso mito embasado mais por números do que por sua capacidade… dois bilionários desocupados que pensam que o mundo é seu brinquedo particular… e um filhinho de papai chorão duble de piloto que nunca venceu um campeonato de nada na vida… o resultado é a Fórmula E
Apoio o que voce disse… se os animais irracionais, essa massa igorante chamada carinhosamente de “nova classe média” e os seus amigos inseparáveis “os novos ricos”, esses yuppies imbecis que precisam ser orientados por governos e pela mídia sobre que decisão tomar pois não conseguem pensar por si próprios parassem de comprar televisores 3D cada vez que sai um novo, se não comprassem o novo Ipad e o novo Iphone assim que ele fosse lançado, se não trocassem de carros todo mes por que saiu um com acessorio novo… enfim se tivessem consciencia real do impacto ambiental… não precisariamos de uma Formula E…
E completo citando meu velho e sábio avô uma vez que ele foi trocar a lampada comentou comigo o seguinte…
“…lembro que no passado, uma lampada virava mais de dois anos sem queimar, não precisava ficar trocando toda hora, agora se ela passa de seis meses a gente já fica surpreso, tudo hoje em dia é descartável para poder criar um mercado de consumo…”
Para fechar, o pedaço em que voce fala da menina que pensa que vive no seriado Sex and the City… excelente cara…!!!
Assino em baixo
28 de agosto de 2012 at 10:18
Verde, gosto muito do seu blog mas tenho que te alertar que em alguns pontos das suas criticas, principalmente contra a “Onda Verde” e carros elétricos, parece ter faltado informações.
O mais interessante desta atitude da FIA foi o apoio a novos combustíveis, neste caso a eletricidade. Fazem cerca de 100 que o primeiro carro elétrico andou pelo mundo, na mesma época em que os carros de motores a explosão começaram a aparecer. Mas por questões econômica e tecnológica foi adotada mundialmente a segunda saída. Hoje, devido a pouca evolução das baterias, os veículos elétricos ainda são pouco viáveis mas com toda certeza será o futuro dos carros de ruas. Agora com o apoio da FIA, se esta categoria der certo, muita coisa pode ser desenvolvida e finalmente os veículos elétricos vão decolar.
As vantagens de um carro elétrico contra um convencional são:
Baixo custo de manutenção (motores elétricos custam pouco, são simples, necessitam de poucas peças);
Custo da eletricidade é baixo quase no mundo inteiro, exceto no Brasil;
Maior eficiência na conversão de energia em movimento;
Entre outros.
As desvantagens estão ainda no armazenamento das baterias, para se ter uma ideia no último século tivemos um hiato no desenvolvimento de baterias de cerca de 60 anos. Os motores a combustão evoluíram, mas devido aos seu funcionamento jamais converterão mais que 33% da energia contida na gasolina. Já carros elétricos passam dos 85% de eficiência!!
Hoje os carros elétricos já tem autonomia para satisfazer as necessidades de locomoção das pessoas em 80% dos casos, em 10 anos no máximo já estará no mercado baterias com até 10 vezes mais capacidades que as atuais, devendo suprir a demanda de locomoção de mais de 95% dos motoristas. Alguns carros conseguem recarregar 100% da bateria em 30 minutos e tendo autonomia de mais de 150km! Muito provável que em 30 anos você tenha um carro elétrico!
A Fórmula 1 pode nem causar muitos danos ao meio ambiente, afinal não serão muito mais que 1 milhão de km durante uma temporada, se chegar a tudo isso, mas o conjunto de carros rodando mundo a fora causam impacto.
E isso só vai mudar a hora que tiver algum laboratório para testar novas soluções. Infelizmente, devido ao estágio tecnologia atual a melhor solução ainda é uma competição de carros de formula do que turismo, assim não precisa de tanta energia para ter uma performance grande, tudo devido a uma curva de torque invejável que te dá máximo torque desde da partida!!!
Agora, concordo que esse barulho é irritante. Tem que ver isto daí… vai ser impossível ir num autódromo e acompanhar um pega de 3 carros se perseguindo sem ter os tímpanos estourados…
28 de agosto de 2012 at 11:06
Bruno não quero defender o Verde, mesmo por que ele não precisa, mas creio que ele quis salientar no texto a enorme hipocrisia da FIA, dos apoiadores, dos governos, ao criar essa categoria…
Existem meios e decisões que surtiriam um efeito muito maior e mais benéfico do que criar uma competição de carros elétricos de fórmula ainda… como disse o Renato Breder em post acima, se fosse uma competição de carros de rua, o WTCC seria uma ótima ideia com o Prius, o Tesla e outros carros, faria sentido… mas uma competição de fórmula pra que ??? Com que finalidade ???
A finalidade é monetária, criando um mercado novo para mais consumismo que ao invés de atenuar os maus efeitos causados pela industrialização em nosso planeta, vai aumentá-los exponencialmente…
Ou seja, isso é ecobullshit…
28 de agosto de 2012 at 12:56
Matou a pau!
E já que é pra por uma porra estranha para correr em uma categoria mais estranha ainda, que seja os carros da Deltawing e boa!
28 de agosto de 2012 at 14:34
Deltawings elétricos seriam uma boa… Por mais “ecobullshit” que essa categoria seja, ela seria muito mais inovadora com propulsores E chassis totalmente “Fora da Caixa”.
28 de agosto de 2012 at 14:00
Só não devem deixar de continuar pesquisando e fazendo experiências. E não dá para chegar pronto. Tem que passar por esta fase pré-histórica. Enquanto não acham um solução, os motores devem continuar roncando alto.
28 de agosto de 2012 at 21:05
Eu acho que essa categoria pode vingar sim, mas não por ser ecológicamente correta (até porque os carros não são ecologicamente corretos, são só carros elétricos), mas sim por me parecer uma categoria com uma tônica no Futuro do automobilismo.
Carros elétricos (com o combustível bem mais acessível que petróleo, gás, ou que sabe até água no futuro), corridas em cidades (pelo visto é bem mais conveniente fechar cinco quilômetros de ruas de vez em quando e improvisar um padoque; do que gastar milhões em um autódromo no meio do nada, com manutenção, rede hoteleira, etc), e regulamento bem aberto para aerodinâmica; ao meu ver, vai ser a tônica no automobilismo de longo prazo (longuíssimo prazo, no mínimo daqui a uns vinte anos).
28 de agosto de 2012 at 22:20
Categoria com carros que tem ronco do motor de um autorama, que tem que ter de trocar de carro 3 vezes numa só corrida! Oh God, onde eu me meti
29 de agosto de 2012 at 3:08
A gente vive num mundinho de merda, cheio de gente de merda. Eles nos consideram retrógrados, mas não passam de um bando de hippie imundo que ainda vive com a cabeça nos anos 60. Na boa, eu odeio essa gentalha, odeio esse discursinho, odeio esse idealismo barato, esse pseudo intelectualismo. Isso tudo, pra mim, é coisa de vagabundo, de gente que não tem que trabalhar pra viver, e vive no mundo encantado, achando que tudo se resolve com ar, flor, amor, poesia e cenouras cultivadas com estrume de vaca. Pois eles que peguem as cenouras e enfiem nos seus respectivos cus, comam o estrume, e deixem o automobilismo em paz!
PS: Me desculpe o desabafo, mas toda vez que eu ouço falar nessa historinha de “sustentabilidade”, o ódio me sobe à cabeça…
29 de agosto de 2012 at 3:32
Eu queria que todas as pessoas eco-chatas fake de NY lessem esse post.
29 de agosto de 2012 at 5:09
Onde assino embaixo? Resumidamente isso se resume em: estratégia economica. O pior é ver que nem 10% da população consegue enxergar isso com a clareza que eu, você, e mais alguns veem.
29 de agosto de 2012 at 12:18
É isso mesmo, as pessoas são tão bitoladas hoje em dia pela informação que mídia fornece a conta gotas, que não conseguem pensar e raciocinar por si próprios…
Eles estão vendo a F1 e outras categorias perdendo prestigio depois de um monte de merdas que fizeram com elas, com anos de mandos e desmandos, criando falsos mitos e outros absurdos e querem agora criar uma ilusão de são pessoas responsáveis, que olham para o futuro…
A verdade é que é só mais uma maneira de arrancar dinheiro de espectadores desavisados, a massa de intelecto adormecido que se emocionada com qualquer “novidade tecnologica”