FERNANDO ALONSO – 10 – Quem poderia imaginar que este filho da mãe deste espanhol rabudo ganharia o GP da Malásia com um carro tão ruim? Mas ganhou e ainda assumiu a liderança do campeonato, para deleite dos ferraristas mais pessimistas. Nem ele deve ter acreditado no resultado final, ainda mais após ter partido da oitava posição. Mas largou muito bem e enfiou seu carro na quinta posição antes da bandeira vermelha. Na relargada, foi aos boxes e ganhou todas as posições à sua frente sem esforço. Dali para frente, teve de segurar um Sergio Pérez em estado de graça e conseguiu impedir as ameaças do mexicano. Cruzou a linha de chegada em primeiro e me deu mais um motivo para acreditar que é o melhor piloto do grid atualmente.
SERGIO PÉREZ – 10 – Como é bom ver um piloto ainda novato levando um carro apenas mediano a uma posição tão boa. Com o resultado de ontem, o jovem Pérez pode ter garantido até mesmo uma vaga na Ferrari no ano que vem. Já começou o fim de semana muito bem ao ir para o Q3 da classificação e deixar o companheiro Kamui Kobayashi lá para trás. No começo da corrida, foi muito mais esperto que o resto ao colocar pneus para chuva forte e voltar para a pista muito mais rápido que qualquer outro, assumindo a terceira posição antes da bandeira vermelha. Na relargada, ainda conseguiu subir para segundo após os pit-stops. A partir dali, deu show ao pressionar Alonso tanto com pneus intermediários como com pneus slick. Poderia ter vencido, mas errou no final e teve de se contentar com a segunda posição. Contentar? O mexicano dificilmente terá um fim de semana mais feliz do que este.
LEWIS HAMILTON – 8 – Em tese, fracassar ao tentar converter uma pole-position em vitória pela segunda vez consecutiva deveria ser uma boa razão para dar uma nota bem menor. Mas não vejo justiça em fazê-lo, considerando a loucura que foi esta corrida. Ele poderia ter vencido a corrida sem maiores problemas, mas foi bastante prejudicado no segundo pit-stop e acabou perdendo a liderança para Fernando Alonso. No último pit-stop, também perdeu um pouco mais tempo. E ainda não contava com o desempenho inacreditável de Alonso e Sergio Pérez. Apesar de tudo, o terceiro lugar não lhe caiu mal.
MARK WEBBER – 7,5 – Não apareceu muito, mas obteve um resultado bastante razoável. Bateu Sebastian Vettel pela segunda vez consecutiva em treinos oficiais e apareceu muito bem nas primeiras voltas, mas sua participação perdeu bastante brilho após a relargada. Tomou ultrapassagens de Vettel e Fernando Alonso, mas conseguiu fazer uma sobre Rosberg. No final da prova, foi o primeiro dos ponteiros a apostar em pneus pra pista seca, mas não conseguiu mudar muito sua fortuna. De qualquer jeito, foi o único piloto da Red Bull a ter algum motivo para ficar satisfeito.
KIMI RÄIKKÖNEN – 7 – Não foi mal, mas deu a impressão de ter obtido a quinta posição mais pelo acaso do que por demonstração de talento. Largou atrás de Romain Grosjean novamente, mas graças a uma penalização por troca de câmbio. No primeiro pit-stop, perdeu bastante tempo e várias posições. Conseguiu recuperá-las logo após a relargada, quando foi um dos primeiros a apostar em pneus intermediários. Na verdade, ele até abocanhou alguns carros a mais e estabilizou-se em quinto. Fez sua 975ª volta mais rápida na vida.
BRUNO SENNA – 9 – Brilhante atuação, talvez a melhor de um piloto brasileiro nos últimos anos. Seu resultado apenas mediano nos treinos e seu azarado início foram compensados por um espetacular desenrolar de corrida. Na primeira volta, largou mal de novo, bateu no companheiro de equipe e teve de ir aos boxes na primeira volta. As coisas começaram a melhorar na relargada, quando Bruno foi um dos primeiros a colocar pneus intermediários. Decisão acertadíssima e ele pôde ultrapassar muitos que estavam à sua frente. No final, ainda foi um dos primeiros a colocar pneus slick. Sexta posição altamente merecida. Lá de cima, o tio gostou.
PAUL DI RESTA – 6,5 – Obteve um ótimo resultado, mas não sei como. Parece padecer de certa falta de ritmo em treinos – problema compartilhado com o companheiro Nico Hülkenberg neste fim de semana. Na corrida, entretanto, as coisas melhoram. No início, o primo de Dario Franchitti foi tocado por trás por Pastor Maldonado e perdeu algumas posições. Após a bandeira vermelha, ele colocou pneus intermediários e se deu bem, ganhando algumas posições. Não fez muito mais coisa, mas salvou pontos importantes.
JEAN-ERIC VERGNE – 7,5 – Foi um doido ao tentar insistir em correr com pneus intermediários naquelas voltas diluvianas que precederam a bandeira vermelha, mas acabou premiado pela ousadia. Muito mal no treino oficial, o francês preferiu partir para uma estratégia arriscada para recuperar posições. Conseguiu e se garantiu na décima posição após a segunda rodada de paradas. Com a queda brusca de desempenho de Felipe Massa e Nico Rosberg, deu para subir para a oitava posição. Primeiros pontos na Fórmula 1.
NICO HÜLKENBERG – 5,5 – Não foi bem nos treinos e não brilhou na corrida, mas salvou seus primeiros pontos no ano. Conservador, adotou estratégias parecidas com a de Paul di Resta, esteve à frente dele durante o safety-car, mas não conseguiu superá-lo no final. Após o segundo pit-stop, ainda ficou atrás de Jean-Eric Vergne. Nono lugar honesto, mas discreto.
MICHAEL SCHUMACHER – 7 – Está muito azarado, caramba. Foi um dos grandes destaques do treino oficial ao assinalar a terceira posição no grid, mas foi atingido por Romain Grosjean nas primeiras curvas e caiu para o meio do pelotão. Sem apostar em estratégias muito diferenciadas e sem ter um carro excepcional em uma pista que secava gradativamente, não deu para se recuperar muito. Mesmo assim, herdou um pontinho na última volta e saiu na frente na lamentável briga interna da Mercedes.
SEBASTIAN VETTEL – 3 – Fim de semana horrível como não era visto havia muito tempo. Teve dificuldades para ir para o Q3 do treino oficial e levou de Mark Webber pelo segundo GP consecutivo. Na corrida, pareceu vir melhor e pulou para as primeiras posições. Após a bandeira vermelha, parou nos boxes e tentou ganhar posições na parada, mas não conseguiu. Com o DRS, conseguiu passar Rosberg, assumindo a quarta posição. Vinha para terminar nesta posição, mas cometeu um erro idiota e bateu no HRT de Narain Karthikeyan, arrebentando o pneu traseiro esquerdo. Na última volta, foi lhe pedido para que abandonasse a corrida, mas um problema de rádio impediu que a ordem fosse cumprida. Terminar a corrida fora dos pontos não é o que costuma fazer um bicampeão mundial feliz.
DANIEL RICCIARDO – 3 – Não teve um fim de semana fácil. No treino oficial, superou Vergne, mas não deve ter ficado muito feliz com o 15º lugar. Na corrida, perdeu tempo na primeira volta e caiu para 17º. Não conseguiu subir para as dez primeiras posições em momento algum, mesmo tendo sido o primeiro a apostar em pneus slick no final da corrida, o que lhe rendeu a volta mais rápida da prova por alguns momentos. Ter feito quatro pit-stops definitivamente não ajudou. O problema maior é ter saído da prova atrás de Jean-Eric Vergne no campeonato.
NICO ROSBERG – 2,5 – Vive uma fase terrível. Largou bem atrás de Michael Schumacher novamente, o que poderia denotar uma melhor adaptação ao W03 por parte do heptacampeão. Ganhou posições na largada e parecia vir rumo a uma boa corrida, mas o destino mudou de humor após a bandeira vermelha. Ao ser um dos primeiros a apostar nos pneus intermediários, Nico esperava ganhar algumas posições por ser mais esperto. Mas aconteceu o contrário devido ao rápido desgaste dos pneus e ele foi ultrapassado várias vezes. No fim das contas, foi obrigado a fazer uma parada a mais que os outros e terminou bem longe da pontuação.
JENSON BUTTON – 4 – Contrariando o senso comum, cometeu um erro primário e desperdiçou o que poderia ter sido uma bela corrida. Mas não foi de todo mal. Embora não tenha superado Lewis Hamilton na briga pela pole-position, assegurou uma confortável primeira fila. Nas primeiras voltas da corrida, esteve sempre muito próximo do companheiro e chegou a ameaçar sua liderança em alguns momentos. Logo após a bandeira vermelha, foi o primeiro a entrar nos boxes para colocar pneus intermediários e estava em posição boa para ganhar a corrida. Mas um toque besta em Narain Karthikeyan (sem a menor culpa do indiano) acabou quebrando seu bico e estragando sua corrida. Preso no meio do pelotão, Button ficou por lá mesmo.
FELIPE MASSA – 1 – Pois é… No treino classificatório, só não ficou no Q1 porque teve de apelar ao pneu mais macio para poder se garantir. Mesmo assim, largou apenas em 12º. No início da corrida, até esboçou uma reação e chegou a estar em uma sólida oitava posição, mas seu gravíssimo problema com o desgaste de pneus voltou a se manifestar e o brasileiro perdeu posições como se estivesse dirigindo um Ford T. Em seu pior momento, teve dificuldades para acompanhar a Caterham de Vitaly Petrov. Definitivamente, precisará de um milagre para conseguir reverter sua imagem.
VITALY PETROV – 6 – Não esteve mal, não. Em dois dos treinos livres, superou o companheiro Heikki Kovalainen. No treino oficial, aproveitou-se da punição imposta ao finlandês para largar em 19º. O domingo foi bem interessante. Embora tenha sido superado por Kovalainen nas primeiras voltas, foi perspicaz o suficiente para colocar pneus intermediários logo no recomeço da corrida e ganhou várias posições com isso. O ponto alto do dia foi ter andado tranquilamente à frente de Felipe Massa por várias voltas. Não terminou muito atrás da Ferrari, uma proeza para um piloto da Caterham.
TIMO GLOCK – 5 – Não apareceu em momento algum, mas foi um tremendo felizardo ao ter conseguido terminar à frente do Caterham de Heikki Kovalainen. Andou no patamar de sempre tanto nos treinos como na corrida, mas teve alguns duelos com pilotos de equipes melhores, como Felipe Massa e Jenson Button. Trabalho honesto.
HEIKKI KOVALAINEN – 3 – Já teve fins de semana bem mais interessantes na equipe de Tony Fernandes. Começou perdendo cinco posições no grid de largada por uma punição referente à corrida australiana e acabou obrigado a largar da última posição. A primeira volta, ao menos, foi excelente e ele conseguiu subir para 15º. Foi seu melhor momento, já que sua primeira parada o fez retornar à sua dura realidade. Durante um bom tempo, andou atrás dos dois pilotos da Marussia, algo negativo para um piloto como ele. Pelo menos, chegou ao fim pela primeira vez no ano.
PASTOR MALDONADO – 5,5 – Além de não ser o piloto mais inteligente do grid, ainda é um tremendo azarado. Dessa vez, seu desempenho no treino oficial não foi tão espetacular como na Austrália, mas ele ainda foi mais veloz que Bruno Senna. Largou muito bem e chegou a andar em quinto, mas acabou cometendo um erro bizarro ao errar a entrada dos boxes durante um dos pit-stops. No final da corrida, estava recuperando algumas posições e vinha para marcar seu primeiro ponto no ano, mas o motor quebrou na última volta. Pela segunda vez seguida, o venezuelano perde um bom resultado nos últimos instantes.
CHARLES PIC – 3,5 – Fez o trabalho dele e terminou mais uma corrida. Chegou a ocupar a improvável oitava posição na volta 15, mas sua atuação foi bem mais discreta que isso. Como menção positiva, andou à frente de Heikki Kovalainen durante algum tempo. Não fez besteiras e também não sofreu demais. O problema é repetir a falta de brilho de seus antecessores Lucas di Grassi e Jerome D’Ambrosio.
NARAIN KARTHIKEYAN – 4,5 – Não só largou e chegou ao fim como também chamou a atenção em alguns momentos pontuais na corrida. Um dos poucos pilotos a terem largado com pneus para pista molhada, o indiano não precisou parar nas primeiras voltas e chegou a ocupar a nona posição, fazendo a HRT andar entre os dez primeiros pela primeira vez em sua história. Na volta 16, foi atingido por Jenson Button, mas seguiu em frente sem problemas. No final da prova, voltou a ser acertado por outro piloto lá da frente, Sebastian Vettel. Mais uma vez, não teve culpa e foi dirigindo até o fim.
PEDRO DE LA ROSA – 4 – Também largou e terminou a prova. Diz ele que chegou a andar entre os dez primeiros por alguns instantes, mas não consegui checar esta informação em lugar algum. Não duvidaria, no entanto, já que ele também foi um dos poucos que largaram com pneus de chuva. Cometeu um pequeno erro na curva 9 em uma volta qualquer aí, mas não cometeu mais nada de absurdo.
KAMUI KOBAYASHI – 3,5 – Deve ter sido duro para o nipônico ver o companheiro de equipe quase ganhando a corrida enquanto ele ficava nos boxes lamuriando sobre os freios que pararam de funcionar. Mas a verdade é que ele, que derrotou Sergio Pérez nos três treinos livres, apanhou feio no treino oficial e por pouco não ficou no Q1. O domingo prometia e Kamui fez uma bela largada, pulando para oitavo. As coisas boas acabaram aí. Ele caiu para o meio do grid após seu pit-stop e não conseguiu recuperar muito após a relargada. Quando abandonou, estava fora da zona de pontuação.
ROMAIN GROSJEAN – 5 – Não que ele mereça as críticas abobalhadas que o narrador brasileiro fez durante a transmissão, mas um pouco mais de voltas completadas faria muito bem a ele, certamente. O franco-suíço andou bem novamente nos treinos e conseguiu a sexta posição no grid após a punição ao seu companheiro de equipe Kimi Räikkönen. Na largada, ganhou algumas posições e pulou para uma excelente terceira posição. De repente, um erro permitiu que Mark Webber o ultrapassasse e Michael Schumacher viesse logo atrás. Mas Romain não quis saber e tentou dividir uma curva com o alemão, o que resultou num toque e em ambos rodopiando. Mas a corrida só terminou para o piloto da Lotus.

26 de março de 2012 at 20:05
Verde, o Massa não ganhou 1 ponto a mais do que deveria? Não vi a menor diferença entre a performance dele na Malásia e a do Badoer em Valência 2009…
26 de março de 2012 at 20:08
PS: Kartkeyan merecia mais que a nota 4,5 hein…se fosse o Alonso andando em 9º com Hispania falariam “eeeeeeeeeesse é o Alonso, bicampeão do mundo”
26 de março de 2012 at 20:11
Ah, mais um comentário: Acho que vi a melhor corrida do Alonso, do Perez (épico, me lembrou algumas do Panis em 2007, algumas de Barrichello com Stewart ou de Frentzen com a Jordan, pra falar nos melhores pilotos de equipes médias/pequenas que já tivemos), do Bruno Senna e da Hispania em todos os tempos!
Se fosse fosse reescrever aquele top-cinq de GPs da Malásia, 2012 entraria…e no top-3!
26 de março de 2012 at 21:08
Pelo menos Maldonado acertou a entrada dos boxes. Melhor que o Ricardo Teixeira indo pro traçado errado da pista.
Karthikeyan e Pic chegaram a estar em sexto e quinto em uma volta da corrida.
Bizarrices desse tipo só podem acontecer em Sepang.
26 de março de 2012 at 21:14
Puta.. Verde dando 9 para o Bruno???
Fudeu, ainda bem que Imola saiu do calendário.
Em tempo: O sobrinho já fez mais que o tio na Williams
26 de março de 2012 at 23:21
Eu torço contra, mas seria hipocrisia minha não reconhecer o Alonso como melhor piloto do grid. E isso de 2006 pra cá…
Em relação ao sobrinho famoso, com certeza foi a melhor corrida da carreira dele, levando em consideração tanto F1 quanto as categorias de base que disputou. Ele só precisa parar de se envolver em acidentes na primeira volta. Parece eu jogando Rfactor, sempre acerta alguém nas primeiras curvas…
27 de março de 2012 at 12:16
Ou como eu no Grand Prix 3. Como o Sergio Lago do Fox Sports diz nas transmissões da NASCAR: “Quem sempre bate e abandona é piloto de videogame, porque no videogame, você pode reiniciar a corrida”
27 de março de 2012 at 0:06
Quanto mais Galvão torcer contra Grosjean, mais eu torcerei pelo francês. Pacheco chato da porra.
E Alonso é o melhor piloto do mundo.
27 de março de 2012 at 13:22
Somos 2. O Massa hoje é o pior piloto do grid e ele ímplica com o Grosjean, é foda.
27 de março de 2012 at 20:40
Considero como pior, o De La Rosa.
27 de março de 2012 at 10:58
Concordo com as notas, mas acho que o Perez não merece essa nota toda. Afinal, ele tinha a corrida nas mãos, com um carro muito mais rapido, e mesmo assim perdeu. Não foi o Alonso que ganhou a corrida e sim o Perez que a perdeu.
Se na próxima corrida, ele volta lá pelo meio do pelotão e faz um ano apagado, pode ser que em 2013 fique na Sauber, e em tese sem maiores chances de vitoria.
Um grande campeão qdo vê a vitoria no seu alcance, jamais desiste. Perez desistiu ou foi tímido, se contentando com o segundo lugar. Teoria da conspiração da Ferrari? Pode ser, mas aí é “Se” e fica difícil julgar.
Com relação ao Massa, como já esta perdido mesmo a vaga na ferrari, ele poderia em toda corrida ser ousado, largar com estrategias ousadas e fazer corridas o menos terrível possível. Como diz o ditado, “um peid….para quem esta cag… não é nada!” Pelo menos para conseguir uma equipe mediana ano que vem.
27 de março de 2012 at 17:19
Verde, você não possui RSS aqui no blog??