Como alguns sabem, Bruno Senna figura lá no final da minha lista de 5000 pilotos brasileiros de Fórmula 1 favoritos. Abaixo dele, só Pedro Paulo Diniz e seu dinheiro do império varejista da família. As pessoas não se conformam com isso. Elas tendem a pensar que faço isso porque eu supostamente não teria o menor apreço pelo seu tio. Calúnia das bravas, é claro. A única coisa que realmente me incomoda em Ayrton Senna é todo esse messianismo onipresente e onipotente que o ronda. E o mesmo vale para o Bruno, piloto de qualidade e sujeito gente fina, talvez o mais entre os quatro brasileiros que correram no ano passado. Mas qual é o problema?
O problema é com as circunstâncias que o levaram a competir pelo lugar de primeiro piloto da Renault com o alemão Nick Heidfeld. Eu sei que muitos aqui vão pensar que estou empreendendo uma cruzada a favor de Heidfeld, meu piloto preferido, mas acreditem: não é. Por mais oportuna que seja a situação, não vou falar no alemão hoje. Só quero fazer com que reflitam um pouco sobre o que é a carreira de Bruno Senna.
Em linhas gerais, Senna é um cara de carreira rápida e relativamente expressiva. Seu início no kart se deu em 1989, aos cinco anos de idade. Fez bons campeonatos em São Paulo, mas nada que chamasse muito a atenção. Em fins de semana de férias, ele se mandava com seu famoso tio para se divertir no kartódromo do sítio da família. Ayrton, cuja opinião era inegavelmente respeitável, costumava dizer que “se vocês me acham bom, esperem só para ver meu sobrinho”…
Vindo de quem vem, não sou eu quem vai representar opinião dissonante. O problema começa a partir daquele primeiro de maio de 1994. Morto Ayrton Senna, o automobilismo se tornou uma espécie de tabu na família. Bruno ainda gostava do negócio, mas ninguém mais queria ver um segundo Senna morrendo dentro de um carro de corrida. E sua carreira foi interrompida ali. A morte do pai Flavio, dois anos depois, só enterrou de vez a ideia. Por muitos anos, Bruno Senna não passou de um adolescente normal. Rico e de sobrenome nobre, mas normal.
Um piloto de corrida é uma pessoa que desde cedo se dispõe a sacrificar seus fins de semana para dar voltas e mais voltas ao redor de um trecho asfaltado em forma de ameba dentro de um troço motorizado. Há toda uma preparação física, mental e emocional para construir a melhor trajetória possível. A família se empenha no sonho do garoto (ou garota, dependendo do caso), vendendo bens e sacrificando sua rotina. O dinheiro, sempre escasso e incerto, é utilizado com toda a cautela. A concorrência, no geral, é fortíssima. E muitos garotos com muito mais talento do que um Senna ou Schumacher simplesmente desaparecem porque não conseguem recursos para seguir em frente. Ou porque aquele moleque menos talentoso é filho de gente influente e tem um kart fora do regulamento, algo muito mais comum do que vocês imaginam.
Por isso, imagine você a reação de um jovem piloto do tipo Roberto Moreno quando vê que o sobrinho de um dos maiores pilotos de todos os tempos simplesmente passou por cima do kartismo e encontrou portas abertas e amigos com a maior facilidade do mundo unicamente por ser o sobrinho de um dos maiores. Continuo.
Ouvi falar de Bruno Senna pela primeira vez no início de 2004, quando, por acaso, assisti a uma reportagem do Globo Esporte sobre ele. Desnecessário dizer que a reportagem intercalava trechos com as grandes corridas de seu tio. Naquele momento, Bruno Senna havia acabado de fazer um teste com um Fórmula Renault em Interlagos. O repórter, cujo nome confesso não me lembrar agora, disse algo como “Bruno foi bem para alguém que ficou de fora durante tanto tempo”. Após assistir à reportagem, que durou uns bons cinco minutos, concluí que haveria uma espécie de esforço geral para emplacar um segundo Senna no automobilismo.
Em 2004, havia bem mais pilotos brasileiros com potencial do que agora. Na Fórmula 3 britânica, Danilo Dirani surpreendia os ingleses e desafiava Nelsinho Piquet, o favorito franco ao título daquele ano. Na Indy Lights, Thiago Medeiros era a bola da vez. Havia outros nomes no exterior, como o próprio Lucas di Grassi, Allam Khodair e Fernando Rees. No Brasil, a Fórmula Renault e a Fórmula 3 apresentavam revelações como Daniel Serra, Alan Hellmeister, Alexander Foizer, Xandinho Negrão, Carlos Iaconelli e Alberto Valério. No kart, havia ainda Sérgio Jimenez e Pedro Bianchini, dois dos melhores nomes que já competiram na história do kartismo brasileiro. Reflita: será que Bruno Senna era tão melhor do que todos eles a ponto de merecer tanta atenção assim? Nem Nelsinho Piquet, piloto que eu sempre achei absolutamente superestimado, mereceu o mesmo nível de atenção.
O argumento é óbvio: nenhum deles é um Senna. E aí que vem a constatação mais cruel: as pessoas estão pouco se fodendo com o Bruno. O que importa é o sobrenome. Pelo bem ou pelo mal, é simplesmente impossível dissociá-lo da figura do Ayrton. É até chato para Bruno Senna, que se vê obrigado a escorar sua carreira nessa ligação. Poucos são os que prestam atenção no seu talento de forma crítica e isenta. A boa vontade da imensa maioria faz com que um resultado seu seja superestimado. Bruno é bom piloto, talvez bem melhor do que a maior parte dos seus concorrentes no automobilismo de base. Mas é evidente, se analisar os pormenores, que ele não é um sujeito diferenciado. E que o sobrenome ajuda bem mais do que deveria.
Enquanto muitos kartistas com muito mais talento do que dinheiro ou amigos sofrem para tentar um teste com um carro da Fórmula 3 sul-americana, Bruno conseguiu fazer sua reestreia no automobilismo diretamente na Fórmula BMW inglesa. Graças aos bons contatos com Gerhard Berger, ele conseguiu um terceiro carro da poderosa Carlin para fazer as seis últimas corridas da temporada de 2004. Em um grid de 22 carros, ele se destacou nos treinos de classificação, chegando a largar na primeira fila das duas etapas de Donington. Seus resultados em corrida não foram tão bons: um sexto lugar na primeira prova de Donington foi o melhor resultado. Nada mal. Um segundo ano na Fórmula BMW faria muito bem, mas…
Mas graças ao sobrenome, aos bons patrocinadores e aos ótimos contatos, ele descolou um carro na poderosa Double R para correr na Fórmula 3 britânica! Como pode um cara que não havia completado sequer seis meses nessa nova fase da carreira descolar um carro tão bom, enquanto que um Danilo Dirani, piloto excelente que mostrou muito talento nas Fórmula 3 sul-americana e britânica, era obrigado a correr pela fraca P1? Não é pro Dirani chegar e mandar todo mundo para o inferno?
Senna terminou o ano em décimo, cinco posições atrás de seu companheiro Dan Clarke, que também fazia a estreia na categoria. No ano seguinte, ele permaneceu na equipe e ganhou dois novos companheiros: Mike Conway e Stephen Jelley. Os três tinham um ano de experiência.
Senna não foi mal, vencendo as três primeiras etapas e mais outras duas durante o ano. Terminou o ano em terceiro, atrás de Conway e Oliver Jarvis, sempre demonstrando mais talento na chuva do que no seco. Foi um ano bom, o de 2006. Mas como Conway e Jarvis tiveram tanta dificuldade a mais para encontrar emprego para 2007 do que Senna, que migraria para a GP2? Conway ainda conseguiu uma vaga na Supernova, enquanto que Jarvis foi obrigado a emigrar para o Japão. Senna, disputado por várias equipes, assinou com a Arden, equipe que ainda tinha alguma moral, após ser vice-campeã com Heikki Kovalainen em 2005.
Não vou me estender muito mais. Senna fez um razoável 2007, vencendo uma prova e terminando o ano em oitavo. Apesar de ter feito 24 pontos a mais que o companheiro, Adrian Zaugg, deu bem menos azar do que ele e chegou a andar atrás em várias ocasiões. No ano seguinte, ele descolou uma vaga na então melhor equipe do grid, a iSport. Apesar de ter vencido duas etapas e de ter se sagrado vice-campeão, foi um caso de carro que carregou o piloto nas costas. Senna fez boas apresentações em pista molhada, mas esteve apagado em várias ocasiões e não foi páreo para o campeão Giorgio Pantano. Lucas di Grassi, o terceiro colocado, fez seis corridas a menos e terminou um único ponto atrás. Independente do fato de Di Grassi ter vantagem prévia pelo fato de ter conhecido o carro antes dos seus concorrentes, não foi tão bom Senna ter ficado apenas um ponto à sua frente.
A partir daí, vocês sabem da história. Uma sessão de testes na Honda, um ano na LMS, a Hispania e o vestibular da Renault. Enquanto isso, onde estão os nomes que o bateram em algum momento? Onde estão aqueles pilotos que demonstraram talento puro nas categorias de base?
Há quem diga que seus resultados de base são bons o suficiente para credenciá-lo à uma vaga na Renault. Que base? Ele caiu de paraquedas na melhor equipe da Fórmula BMW e arranjou uma boa vaga na equipe que chegou a ser campeã de Fórmula 3 britânica sem ter qualquer retrospecto. Na GP2, teve poucas dificuldades em arranjar lugares na razoável Arden e na poderosa iSport, desempregando gente com mais talento. Com equipes tão boas e apoio geral, não é difícil obter bons resultados.
Há quem siga pelo outro lado, apontando que resultados em categorias de base não contam e o que importa é impressionar na Fórmula 1. Então vamos fechar as categorias de base. E que as equipes de Fórmula 1 só contratem quem convier. É pra contratar pelo dinheiro? Coloquem o Bill Gates e o Eike Baptista. Uns três anos de treinos e voilà!, temos um piloto. É pra contratar pelo nome? Bota a Paris Hilton ou o Justin Bieber aí. É óbvio que isso é um exagero, mas se as pessoas se dispõem a “perdoar” o passado do Bruno Senna, por que não perdoariam qualquer outro piloto?
Deixo claro: acho Bruno Senna um piloto com qualidades e considero que, nas condições atuais, ele tem lugar na Fórmula 1. O que me incomoda é que ele recebe muito mais oportunidades do que seu talento, que está longe de ser inexistente, permitiria. E não adianta: seu sobrenome conta muito. Inconscientemente, as pessoas querem um Senna ali, ainda mais naquela Renault preta e dourada. Eu fico do lado de gente como Danilo Dirani e Roberto Moreno: trabalhar a vida inteira e mostrar resultados para colher menos frutos do que um sujeito de sobrenome nobre deve ser frustrante pra cacete.
10 de fevereiro de 2011 at 13:42
Belo texto, Verde! Aí está o que eu sempre pensei também: a ascenção de Senna se deu principalmente pelo sobrenome. Infelizmente a mídia irracional e o público em sua maior parte discordam, vêem o nome como garantia de habilidade. Habilidade que Bruno Senna não tem. A meu ver, nem na F1 ele não deveria estar.
14 de outubro de 2011 at 19:16
Compare com o Damon Hill, que demorou o dobro do tempo nas categorias de acesso e não ganhou nem uma corrida na F3000, a GP2 da altura.
O Bruno foi vice-campeão de GP2, ganhou três corridas e esteve muito bem no teste com a Honda, ficando a 0,3 de Button apesar de não ter experiência nenhuma. No teste com a Renault alcançou tempos idênticos aos de Heidfeld com o mesmo tipo de pneu e na estreia em Spa foi sétimo na qualificação, na frente de Alonso, Perez e Petrov, praticamente sem rodagem nenhuma. Em Monza pontuou e fez a quarta volta mais rápida da prova, sendo mais veloz que Massa, Alonso e Schumacher.
Tendo a possibilidade de fazer os testes de pré-época e particpar na sua primeira temporada com um carro decente, em 2012, já estará em condições de igualdade com os outros e fará certamente ainda melhor. O seu potencial é inequívoco, só não vê quem não quer.
1 de maio de 2014 at 21:21
Realmente. Vc estava certo né???? kkkkk…
Eu passei todos os anos que Senna esteve na F1 cornetando-o. Ele foi inferior a TODOS os seus companheiros de equipe.
5 de maio de 2015 at 19:18
Inferior a todos os companheiros na F1? Isso não é verdade. Na HRT foi melhor que Chandhok, fez jogo igual com Petrov entrando apenas no 12.º GP de 2011 e perdeu para Maldonado em 2012 apenas por causa das más qualificações, mas em condições de nítida inferioridade, perdendo 15 treinos livres enquanto o colega estava sempre no carro. Nas corridas ele melhorou muito relativamente a 2011, nunca falhando uma largada e pontuando em 10 GP contra apenas 5 do venezuelano. Foi também superior ao Maldonado na maior parte das provas da segunda metade da temporada, tendo um ritmo melhor e cometendo menos erros.
No WEC, em 2013, fez um trabalho melhor do que o Kobayashi, fazendo poles e ganhando provas com a equipa vice-campeã enquanto o japonês nada conseguiu com a equipa campeã da classe. Não fosse o despiste do colega Makowiecki em Le Mans e teria sido campeão nesse ano. Portanto mostrou o que podia fazer com condições justas, bem melhores do que aquelas que teve na F1. Nesta tudo depende muito da sorte, estar no lugar certo na altura certa. Muitos pilotos talentosos acabam por ser sub aproveitados, não foi só o Bruno. Alguns até mais talentosos do que ele nem sequer lá chegam. A vida é assim mesmo.
10 de fevereiro de 2011 at 14:47
Caramba cara
Seus textos são grandes e tediosos. Chegam até a ser enjoativos.
Eu juro q tento ler tudo mas desisto no segundo paragrafo. É tudo muito chato.
10 de fevereiro de 2011 at 14:49
Leia o Twitter, então.
10 de fevereiro de 2011 at 15:30
Boa… ahaha esse povo novo não quer mais saber de ler.
Eu concordo de você que Bruno Senna teve mais chances do que mereceria, claro, por seu nome.
Concordo que ele tem talento, talvez com alguns anos na F1 consiga até títulos.
Esse é o tipo de texto que dá gosto de ler, é normal pessoas agrediram a ótima pessoa que o Bruno Senna é simplesmente por ter tido mais opções que normalmente se tem, o cara não tem culpa, aliás, quem não aproveitaria a chance?
Bom piloto, excelente pessoa, sim teve muita ajuda na carreira, mais do que a maioria, agora só precisa provar que mereceu tudo que ele recebeu até hoje, vamos ver o que o futuro guarda para ele.
12 de agosto de 2012 at 20:06
Ah, sabe, na verdade eu sou homem, não sou a samantha nada, eu vim pra ver uma foto daquele porra loka do pedro paulo diniz (q por sinal ja me comeu numa baladinha em campos com aquela rola pequena e gostosa dele) e daih vem um playboyzinho me falar de automobilismo? cara, vc jah pilotou? vai se fuder, eu tentei pilotar pq sou rico pra cacete, tentei ateh nos EUA, naquela merda de laguna seca, nem o Salo me ajudou, não deu. pilotei sulamericana e foi uma bosta, kart e quebrei meu nariz em guará. se o bruno fez o q fez, eh pq eh bom. (bom e gostoso). e outra, se aqueles favelados nao tem dinheiro, foda-se eles, o mundo eh d quem pode. na mamica da vaca de uma teta mama o mais poderoso (o boi tem so uma teta, gays são poderosos). Mas sério, o pior eh meu amigo q eh gay e nao conseguiu entrar na f3 européia pq nao gostaram de ver o jeito dele comigo. isso pq ele era soh um amigo. ou meu colega samu q foi arrancado pelo bernardinho da seleção de volei. Jah vi filho de famoso, mulher, negro, pobre e rico ir parar na f1, mas biba, nunca vi. pelo menos os assumidos. agora me deixa q eu vou fazer um fio terra bem gostoso, bjo.
12 de agosto de 2012 at 22:16
Isso, divirta-se com seu fio terra.
13 de agosto de 2012 at 11:52
Obrigado gato.
10 de fevereiro de 2011 at 15:17
Verde
Concordo em parte com você.
Sim, o sobrenomeajudou bastante, mas, como você mesmo disse, ele tem talento também. O nome, ao meu ver,mais atrapalha do que ajuda, uma vez que as pessoas cobram em demasia(pois esperam o novo Ayrton), e se esquecem de avaliar o Bruno.
Sobre ir para as equipes melhores, então você acha que a carreira do Hamilton também não teve mérito, pois ele sempre correu nas melhores equipes?
10 de fevereiro de 2011 at 15:22
Lewis demonstrou muito talento no kart. Em 1995, Ron Dennis ficou interessado nele e assinou um contrato de longa duração.
Nas categorias de base, ele venceu seus adversários de maneira humilhante. F-Renault, F3, GP2… esse foi um caso de piloto que sempre andou em equipe grande pelo mérito apresentado lá no começo. E ganhou com folga. Estrear pela McLaren era absolutamente merecido.
Há outros casos assim. Vettel, Ricciardo…
10 de fevereiro de 2011 at 20:03
Ok Verde, Hamilton estraçalhou, mas ele estava nas melhores equipes de fato naquela época.
Você disse que o Bruno entrou pra F-BMW direto, quando muitos kartistas suam pra conseguir vaga na F3 Sulamericana. Mas o Bruno tem dinheiro, então é normal ele ir direto pra uma categoria assim. Pedro Bianchini fez o mesmo caminho. Normal pra quem tem dinheiro e pode/quer ir pra uma categoria mais organizada.
Depois você disse que ele foi pra poderosa Double R. Mas a Raikkonen-Robertson só foi criada em fins de 2004, ou seja, o Bruno foi um de seus primeiros pilotos. Ele já começou tarde no automobilismo, e não poderia ficar perdendo tempo na F-BMW, se ele poderia ir aprendendo na F3 inglesa. Tanto foi escola o primeiro ano, que o seu desempenho melhorou muito no segundo ano. Eu me lembro que ele tirou o Dirani numa largada em 2005, batendo na traseira dele.
Nos primeiros treinos na GP2, no fim de 2006, ele foi muito bem na iSport, e a equipe gostou tb do que viu. Mas queria um cara experiente. Assim, foi natural que ele fosse contratado pela equipe depois de adquirir um ano de experiência.
Verde, concordo em partes com o que você escreveu, só que acho que ele não teve tanta ajuda externa assim. Pior foi o Nelsinho, que sempre teve equipe própria e quando não estava sob a asa do pai mostrou-se fraco psicologicamente.
10 de fevereiro de 2011 at 15:30
Eu entendo seu ponto. No entanto, não entendi pra quem vai o recado. Pra imprensa, pras equipes, pra Bruno Senna?
10 de fevereiro de 2011 at 15:33
Deixo claro: não é culpa do Bruno Senna. Se eu estivesse na posição dele, faria exatamente o mesmo.
É pra esse oba-oba que move mídia, torcida e pessoas do automobilismo que acaba superdimensionando um piloto que não é tão genial como gostariam. E que o fazem principalmente por causa do sobrenome.
11 de fevereiro de 2011 at 9:55
E será que ele não é genial mesmo? Por mais que tenha pulado etapas, e interrompido a carreira?? Será que o talento que ele tinha quando criança foi perdido em alguns anos??
Você assumiu que se fosse ele, faria o mesmo. E se trabalhasse na globo? Não iria querer chamar atenção com o nome dele???
10 de fevereiro de 2011 at 15:31
Poxa, uma pena que o sobrenome passe o talento!! enfim vamos esperar o final desta história!!
Ótimo texto ..
Parabéns.
10 de fevereiro de 2011 at 16:07
Bom, concordo em tudo que escreveu. Entretanto, vou fazer um comentário usando analogias como o autor:
Na nossa humilde, simples e “normal” vida também não é assim?
Usando o Eike também, você acha que o filho dele não tem vaga pra trabalhar em qualquer empresa? Aproveitadora do jeito que é, aposto que até dar uns pegas na gostosa da Nicole Bals ser filho dele influenciou.
Muitas vezes, por mais que você mostre serviço e todos da sua empresa até reconheçam que você é bom, não quer dizer que um dia será o presidente dela.
Resumindo: Vejo tudo isso com muita normalidade. Inclusive o oba-oba. É o papel da imprensa, muitas vezes exagerada, suja e cruel.
Abraços.
10 de fevereiro de 2011 at 17:17
Vou ser bem direto, concordo com o oba-oba da imprensa, o di grassi as vezes fica de lado numa entrevista com dois or exemplo. Concordo com o fato dele ter conseguido chegar rapido mas naum taum cedo gracas a fatalidade ja sabida. Naum axo que categorias de base sejam parametro para f1, entretanto, saum necessarias, isso pq pode haver uma evolucao do piloto ou uma involucao dependendo de diversas situacoe. Ja vi pilotos sem talento nenhum serem campeoes de outras categorias, o proprio Giorgio Pantano levou voltas e mais voltas do brasileiro Pizzonia, que sempre sofreu com a situacao inversa a do Senna, falta de bons contatos e sofre ate hoje na stock car por isso e mesmo assim ainda consegue fazer terceiro ou quarto lugares em treinos oficias em uma equipe pekena. Caso naum lembram um dos seus maiores fans era o Reginaldo Leme que tem uma opiniao isenta pra mim, ao contrario do galvao, mas chegrando a formula 1 sucumbiu diante de um mark webber com muito mais facilidade de contatos e hoje webber decide campeonatos, jah pensou se Pizzonia tivesse as mesmas facilidades. O senninha tem talentos sim, devemos torcer para ele, mesmo que tenha a chance em um aciedente do KUBICA, que para mim eh melhor piloto da atualidade, o que ele fez na renault ano passo, eu soh me lembro que ter visto um piloto fazer em uma equipe pior que as lideres, Ayrton Senna. O que o polones faz com um carro inferior e isso jah tem tempo, naum sei pq ele ainda naum foi para um equipe grande da f1, nenhum piloto faria atualmente.
Bom texto o seu.
10 de fevereiro de 2011 at 18:05
Pessoal,
Acho que devem colocar um pouco de amor no coração, pois o cara é do bem e faz a parte dele.
Pior são caras como o Rubinho e o Massa que nunca ganharam e nunca ganharão nada.
10 de fevereiro de 2011 at 18:16
O Sobrenome parece que já perdeu a vaga na Renault.
Ele tem 19 gps nas costas, o concorrente 175.
Ele fará 28 anos, nem jovem é. Aliás, deve ser mais velho do que meio pelotão. Nunca fez nada de outro mundo na base.
Como achar que este cara merece uma vaga como primeiro piloto em equipe boa ???
Só sonhando.
Grande texto sobre o Sobronome Verde !!
15 de outubro de 2011 at 7:51
Fez mais do que o Damon Hill, que chegou à F1 apenas aos 31 anos. Tal como o Bruno começou tarde mas demorou o dobro do tempo a chegar à F1 (comecou nos automóveis em 1982 e entrou na F1 em 1992). O Bruno mostrou rapidez bastante mais cedo e com as condições e oportunidades que o Hill teve faria certamente melhor também na F1. O Hill só mostrou um bom nível na GP2 da altura (a F3000) e mesmo assim não ganhou nenhuma corrida. O Bruno ganhou 3 corridas na GP2 e foi vice-campeão. No primeiro teste na F1 esteve também bem melhor. Merecia a vaga na Brawn tanto ou mais do que o Hill mereceu a vaga na imbatível Williams de 1993. A diferença é que nessa altura os testes eram quase ilimitados, enquanto o Bruno não fez mais nenhum teste depois do abandono da Honda. Por isso perdeu a vaga na Brawn para um compatriota mais experiente, ao contrário de Hill, que ganhou essa vaga ao mais experiente Martin Brundle, que foi o seu concorrente da altura ao lugar ao lado de Alain Prost.
10 de fevereiro de 2011 at 18:24
Verde, grande texto!
Torço pelo Bruno, mais por ele, sem o ufanismo brasil-sil-sil.
Aliás, até que ponto é possível traçar um paralelo entre os Sennas e os Fittipaldis?
10 de fevereiro de 2011 at 20:22
Texto sensato…mas Moreno? O que esse cara fez durante sua carreira?
10 de fevereiro de 2011 at 20:52
Belo texto, você conseguiu ser cirúrgico ao dissociar sua preferência ao Heidfeld do fato venéreo do texto.
Mas minha opinião é diferente
A f1 atualmente é mais soberba do que antes, os pilotos são subestimados quando antes eram decisivos. Assim o marketing passa a valer mais que talento.
Em muitas empresas o filho do dono é um, babaca drogado mas já entra como diretor, mas há casos em que em que o parente é eficiente. A f1 é assim também.
…. Ovo é a alegria do povo, e quando comecei a ver f1, o Galvão nos forçava a torcer por um milagre do Tarso Marques, do Pizzonia ou que o Schumacher morresse para o rubinho virar n°1, então é quase instintivo a minha torcida pelo “????? Senna”.
Prefiro torcer por um brasileiro mediócre do que um bom alemão.
A culpa não é minha, mas sim de quem me ensinou…..
10 de fevereiro de 2011 at 23:53
Excelente análise, nem 8 e nem 80. Senna é o menos experiente do grid em se tratando de “horas de vôo antes da F1” e já demonstrou muito talento e ainda está em evolução, mas a vaga na Renault é um salto grande demais.
Acho que a “raiva” não deve cair no Bruno Senna, que é muito mais espontâneo e inteligente que um fantoche, e sim naqueles que querem ganhar as custas do sucesso de seu sobrenome.
25 de março de 2011 at 7:49
Bom, Senna (O Bruno) tem um nome maior que seu talento mas na minha opinião sua habilidade somada a cagada de cair de pára-quedas nas boas equipes de base são o suficiente para lhe garantir uma vaga na F1. Teve um aí que falou mau do Rubinho… Faz isso não meu jovem! Ele errou sim mas errar é humano e na minha opinião o erro dele não foi nem na Ferrari mas sim não ter corrido atrás da Williams na época pré Ferrari. Mas ainda assim prefiro torcer por Bruno do que torcer pra um Piquet Jr. da vida… Esse sim é o cúmulo da grana Vs. Talento. O cara não pilota nada na F1, faz cagada, bota a culpa nos outros por atos que teve a opção de não fazer e ainda consegue ir pros EUA e posar de gatinho na NASCAR (que pra mim é o Top do automobilismo). Bruno não é lá um Ayrton mas ainda assim prefiro ver ele na TV a bordo de um F1 a ver Piquet-Boy-Jr. ou ainda pior… Cacá Bueno rsrsrsrs… Reclama não galera rsrsrs Um abraço a todos!
28 de agosto de 2011 at 6:03
A melhor resposta para todo esse texto sobre injustiças, etc…é o que Senna fez hoje em Spa….ele e do ramo e merece estar onde está, a sorte é o encontro da competência com a oportunidade, e ele sem dúvida tem AS DUAS COISAS.
17 de setembro de 2011 at 18:55
Verde,
para um cara que prefere o Heidfeld que nunca fez nada, ao inves do Bruno que além de ser brasileiro, sobrinho do maior piloto de todos os tempos, sua opinião é de um revoltado. Quem sabe você acha que o Burrinho e o são paulino da ferrari são bons pilotos.
17 de setembro de 2011 at 21:18
Eu sou um revoltado e tu é um idiota. Vaza e leva gente que pensa igual a você bem longe daqui.
24 de setembro de 2011 at 0:04
Nada como um dia após o outro pro cara mostrar NA PISTA, que mereceu a oportunidade na Renault. Bruno quase sempre andando mais rápido que o Petrov e debancando de primeira 2 “Q3” consecutivos. O Heidfeld tava indo de mal a pior na Renault. É, pilotos com uma base mais sólida e supostamente “mais talento” que ele estão comendo poeira nessa “estréia” de meio de ano do Senna. Sem contar que precisa de MUITO talento e habilidade pra pegar um carro no meio de um campeonato pegando fogo sem ao menos ter treinado no mesmo durante o ano.
Utilizou de grana e patrocinadores pra ganhar a vaga? Sim, usou. Méritos pra ele que tá calando a boca de MUITA gente com suas performances recentes.
15 de outubro de 2011 at 7:59
Ayrton Senna disse um dia: “Se acham que eu sou bom, esperem para ver meu sobrinho Bruno daqui a alguns anos”. Claro que esperava continuar a ajudá-lo. Mas o que diria o Ayrton se pudesse prever o futuro e soubesse que o Bruno iria ficar sem competir durante uma década? O que diria se soubesse que depois de quatro anos nas categorias de acesso ainda iria ficar mais dois anos e meio na prateleira da F1, alternando dois períodos de inatividade com uma época ao volante de um carro indigno para os padrões da categoria? Provavelmente diria que, face a circunstâncias tão adversas, o sobrinho dificilmente teria futuro na F1. Mas o Bruno continua a lutar pelo seu sonho e é quase como se o Ayrton estivesse a observá-lo através dos nossos olhos.
Spa, Monza e provas seguintes
Bruno Senna começou bastante mal a sua estreia na Lotus Renault, em Spa, errando na pista molhada e danificando a traseira do carro logo na primeiras voltas do primeiro treino livre. Ao tentar andar desde cedo no ritmo de pilotos muito mais rodados acabou por pisar o corretor interno da segunda Rivage e o carro só parou nos rails. No entanto, para quem pensava que isso poderia afetar a sua confiança no resto do fim de semana, a prestação do brasileiro na segunda sessão desfez essas dúvidas. Senna mostrou de que fibra é feito quando esteve entre os mais rápidos na altura em que a pista esteve mais molhada. O seu primeiro tempo competitivo colocou-o em terceiro e depois chegou a liderar a sessão ao bater o tempo de Mark Webber, pouco antes de Vettel melhorar. No entanto, a pista foi secando, o que deu vantagem a quem tinha os carros mais rápidos.
No sábado de manhã a chuva continuou e Senna ficou com o 9.º melhor tempo, na frente de pilotos como Michael Schumacher, Paul di Resta ou o seu colega Petrov, apesar de ter muito poucos quilómetros em comparação com os seus adversários. Na qualificação o brasileiro mostrou todo o seu potencial, terminando sempre entre os 10 mais rápidos no Q1, Q2 e Q3. No Q1 e Q2 teve alguns problemas com o KERS, o que não o impediu de bater Petrov na primeira qualificação. Na segunda conseguiu a proeza de chegar ao Q3, apesar de enfrentar pilotos com muito mais ritmo e conhecimento dos respetivos carros, isto no circuito mais desafiante do mundo e sob condições atmosféricas instáveis e traiçoeiras. No Q3 conseguiu bater o colega Petrov por mais de um segundo, batendo também Fernando Alonso apesar de pilotar um Renault claramente inferior ao Ferrari do espanhol. Terminou a qualificação com o sétimo melhor tempo, enfrentando uma pista com linhas de trajetória já bastante secas, permitindo já a utilização de pneus slick, o que era uma desvantagem, pois ainda não tinha quase andado no carro com pista seca.
No entanto, sabia-se que seria sempre bem mais difícil para Senna manter o mesmo desempenho na corrida, sobretudo confirmando-se que esta seria disputada com pista seca, como veio a suceder. Uma coisa é ser-se rápido numa só volta, outra é ter a consistência suficiente para se ser rápido numa corrida inteira, quando se esteve parado e os outros vão já no 12.º GP do ano. Mais importante ainda, no molhado um piloto tem mais possibilidades de atenuar qualquer desvantagem, seja de material, seja de falta de ritmo de competição, até porque Senna sempre andou bem no molhado e estava na sua pista favorita, onde o talento do piloto mais pode fazer a diferença. Além disso, o brasileiro praticamente ainda só tinha andado com pista molhada durante o fim de semana, por isso mal conhecia o comportamento do carro com pista seca, penalizando-o face a pilotos já com muitos milhares de quilómetros feitos desde o início do ano.
Na partida foi surpreendido com o peso do carro, na sua primeira largada do ano nessas condições. Até por este motivo devia ter sido mais prudente, mas terá sido traído pelo excesso de ambição, tentando surpreender por dentro um Mark Webber que falhara completamente o arranque. Na parte suja da pista acabou por retardar demasiado a travagem e ficou sem ângulo para evitar o embate em Jaime Alguersuari, levando o jovem espanhol à desistência, por ter sido atirado contra o Ferrari de Alonso.
Era difícil imaginar pior início de corrida, mas felizmente o seu carro não sofreu muito, tendo apenas de parar na box para colocar uma nova asa da frente. Foi pena ter ficado afastado da luta pelos pontos, mesmo se ficou a dúvida se teria ritmo para pontuar. A inevitável penalização não teve efeitos práticos, pois uma situação de Safety Car a meio da corrida reagrupou todo o pelotão. Senna recuperou até ao 13.º lugar e acabou por mostrar um ritmo bastante aceitável na segunda metade da prova, quando já tinha mais confiança no carro. Talvez o seu ritmo fosse superior se não tivesse errado na primeira curva (até porque o Renault pode ter ficado ligeiramente danificado – ou o seu equilíbrio ligeiramente alterado – após o embate no Toro Rosso), mas provavelmente não o suficiente para acabar a corrida na frente do seu colega Petrov, que marcou 2 pontos ao terminar na nona posição.
Em Monza o Bruno enfrentou o desafio criado por uma pista que requer muito pouco apoio aerodinâmico. Teve uma abordagem mais cautelosa no primeiro treino livre e conseguiu terminar na frente de Petrov nos dois seguintes. No entanto, uma coisa são treinos livres e outra bem diferente é a qualificação. Aqui Petrov fez valer a sua maior experiência e rodagem, enquanto o Bruno reconheceu não ter ainda a mesma capacidade para tirar o máximo dos pneus, na sua primeira qualificação com a pista completamente seca. Mesmo assim chegou novamente ao Q3, optando depois por poupar pneus para a corrida, onde alcançaria os seus primeiros pontos na F1 ao terminar em nono lugar.
Após a confusão da primeira curva, onde Liuzzi eliminou Petrov e Rosberg, Bruno Senna perdeu muitos lugares, sendo quase obrigado a parar e tendo de meter o carro por fora, enquanto outros cortaram a chicane e ganharam muitas posições. Depois parou durante o SC para colocar pneus macios e voltou em 18.º. Foi a partir desta posição (penúltimo lugar) que começou a recuperar, ultrapassando na pista Sutil, Kobayashi, Maldonado e Buemi. Como trocou os médios pelos macios nas primeiras voltas, teve de fazer mais uma paragem do que muitos outros. No final, com mais uma ou duas voltas teria ultrapassado o di Resta, que tal como o Buemi estava com os médios na parte final da prova. Caso não tivesse perdido tantos lugares no início talvez terminasse em sétimo, na frente de Alguersuari. O certo é que o Bruno fez a quarta volta mais rápida da prova, ficando a 7 décimos do autor da volta mais rápida, Lewis Hamilton, e apenas a 3 décimos da melhor volta de Vettel. Seja como for, foi pena (mesmo para o Bruno) o que aconteceu com Petrov, pois este seria a sua melhor referência durante a corrida.
Mas os maiores desafios ainda estão por vir. Bruno Senna fez as suas primeiras provas na Lotus Renault em pistas que conhece bem e onde já andara com carros competitivos e equilibrados, no GP2. A partir de agora vai enfrentar os tilkódromos asiáticos, onde terá certamente mais dificuldades, pois nunca lá andou com um carro minimamente competitivo.
Podemos dividir as provas que faltam em três grupos, representando cada um deles um grau de dificuldade diferente para Bruno Senna. Num primeiro grupo temos Suzuka e Interlagos. Num segundo grupo temos o novo GP da Índia e Abu Dhabi. Por fim, no grupo das pistas mais complicadas para o piloto, temos Singapura e Yeongam, na Coreia do Sul.
Pelas suas características, Suzuka e Interlagos serão os circuitos onde o jovem brasileiro deverá sentir-se mais à vontade. Em Suzuka porque tem semelhanças com Spa, sendo ambas duas das pistas mais desafiantes do mundo. Senna sempre andou bem em Spa e certamente andará bem também em Suzuka, apesar de só lá ter corrido o ano passado, com um carro que nada tem a ver com o Lotus Renault. Em Interlagos terá a vantagem acrescida de ter muito mais conhecimento sobre o carro e muito mais ritmo, pois será a última prova de 2011. Terá também a vantagem extra de correr em casa numa pista que, depois de Suzuka, parece ser aquela que lhe é mais favorável entre as seis onde irá correr neste final de época.
O GP da Índia é uma grande incógnita mas o certo é que nunca ninguém lá correu, o que atenua a desvantagem de um piloto que entra a meio da época. Pelo menos nenhum dos seus adversários conhece o circuito, nesse aspeto é igual para todos. Quanto a Abu Dhabi, trata-se de um circuito onde o Bruno não se deu nada mal com um carro tão difícil como o HRT, pelo que é de esperar um bom desempenho ao volante do Lotus Renault. Os circuitos citadinos de Herman Tilke não são a especialidade do Bruno, que precisa de mais experiência nesse tipo de pista. Mas esta parece ser aquela onde se sente mais à vontade, apesar de tudo.
Singapura será assim o circuito onde o Bruno deverá ter mais dificuldades, mais até do que em Yeongam, até porque na Coreia terá mais ritmo e conhecimento sobre o carro, por ser já a sua quinta prova com o Lotus Renault. Em Singapura terá o desafio acrescido de enfrentar um circuito muito exigente do ponto de vista físico, com uma pista cheia de ondulações e muitas travagens fortes. Singapura é uma das pistas do Mundial com mais curvas, sendo bastante extensa para um circuito citadino. É provável que no piso seco a vantagem de Petrov numa volta seja superior a meio segundo e cabe ao Bruno concentrar-se depois em fazer uma boa corrida, sem erros, por forma a ter um fim de semana positivo em termos competitivos, se possível voltando a marcar pontos.
Caso a corrida seja disputada à chuva, algo que nunca aconteceu e será até perigoso para uma corrida noturna, todos os dados se alteram. O Bruno é forte no piso molhado e veremos se consegue tirar partido dessa sua característica num circuito que não lhe é favorável. Por outro lado, creio que o pior cenário para ele seria chover em todos os treinos menos na corrida, tal como aconteceu em Spa.
Portanto, convém não elevar muito as expectativas relativamente ao desempenho de Bruno Senna no resto do ano. Um piloto que entra no início tem todas as condições para aprender muito, ganhar ritmo e conhecer bem o carro até nos testes de pré-época. Depois vai-se evoluíndo sempre um pouco mais em cada fim de semana de GP. Um piloto que esteve parado e entra apenas no 12.º GP está sempre em nítida desvantagem, sobretudo num ano em que temos o KERS, o DRS e pneus Pirelli que necessitam de tempo para se tirar o melhor partido deles.
No caso do Bruno temos ainda a agravante de se tratar de um piloto com poucos anos de competição e que passou por dois longos períodos de inatividade nos últimos dois anos e meio. Por isso, faça o que fizer na parte final de 2011, Bruno Senna terá sempre condições para fazer muito melhor se for titular em 2012, treinando na pré-época (como os outros) e correndo em todos os GP.s. Só desta forma poderá ganhar a experiência que traz consigo mais confiança e consistência. Só assim poderá vir a ser um dos melhores.
15 de outubro de 2011 at 8:41
Singapura, Japão e Coreia…
Relativamente ao que se esperava, tendo em conta a sua desvantagem relativamente aos outros (que correm desde o início da época), o Bruno superou as expectativas em Singapura (a Renault esteve muito mal mas bateu Petrov na qualificação e na corrida) e esteve abaixo do esperado no Japão e até agora na Coreia. No Japão o Petrov tirou partido de uma atualização que já conhecia do treino livre de Singapura. Depois o Bruno fez um tempo quase igual ao do russo na qualificação com menos tempo de pista (por erro no terceiro treino livre) mas comprometeu a sua corrida na segunda curva (toque com Petrov danificou a asa da frente e contribuiu para o grande desgaste dos pneus. Na Coreia precisava de encontrar um bom acerto na sexta-feira mas a chuva estragou-lhe os planos e a maior experiência do colega deixou-o a mais de 6 décimos. A diferença devia ter sido bem menor, mas tendo apenas o terceiro treino livre para encontrar o acerto ideal não o conseguiu.
Até agora podemos dizer que o Bruno mostrou velocidade (Petrov corre desde o início do ano e já perdeu duas qualificações para o Bruno por mais de 1 segundo, empatando outra e fazendo 0,6 melhor em Monza e na Coreia – em Monza porque era a primeira qualicação do Bruno com pista seca, na Coreia porque o russo é melhor nesta pista e conseguiu um acerto melhor.)
O Bruno tem é de melhorar na consistência em corrida, pois só em Monza não viu a sua prova prejudicada por um erro. Mas tem a corrida de amanhã e sobretudo os 3 últimos GP.s (Índia, AbuDhabi e Brasil) para melhorar nesse aspeto.
É preciso lembrar que este é o ano mais complicado para se entrar a meio (há o KERS, o DRS e sobretudo pneus Pirelli que necessitam de tempo para se tirar o melhor partido deles). Não sabemos se nas mesmas circunstâncias do Bruno (meio ano parados e entrando apenas no 12.º GP) um Perez ou di Resta fariam melhor do que ele está a fazer. O certo é que fazendo os testes de pré-época e toda a temporada (como os outros) o Bruno estará em condições de igualdade com os seus adversários e terá por isso condições para fazer bastante melhor. Ele merece a oportunidade de fazer uma temporada completa com um F1 razoavelmente competitivo como é o Renault. Não esquecer que sem o abndono da Honda ele teria entrado com um carro competitivo em 2009 por mérito próprio, sem precisar de grandes apoios, pois tinha resultados para isso na GP2 e tinha feito um teste excelente na Honda, sendo quase tão rápido como o Button (ficou a 3 décimos) na primeira vez que pilotou um F1 a sério.
Portanto, uma vez que ele não teve a sorte de entrar na altura certa, já tem 28 anos e na F1 atual o talento não chega e é essencial ter grandes patrocínios, esperemos que o dinheiro continue a ajudar, para que o Brasil não perca um piloto que pode vir a ser muito bom no futuro. Por enquanto ainda só tem nome e talento, falta-lhe a consistência que só vem com a experiência.
1 de maio de 2014 at 21:26
Caí nesse artigo hoje. que benção. Cornetei o cara em todo o tempo que esteve na F1. É fraco. Ele nao é nem nunca foi talentoso. Perdeu pra TODOS os companheiros, Chandok, Heidfeld, Maldonado.
É muita presunção que alguém pudesse achar crível ou mesmo aceitável que um cara pudesse cair de paraquedas, sem ter uma vida dedicada a atividade, e ir adiante. Não é possível. Pra entrar na F1, sim até é, como ele provou ser possível.
Mas passar daí, impossível. Ele esteve enquanto teve patrocinio atrás dele pra bancá-lo. Equipe nenhuma ia pagar pra ele correr pra ela.
5 de maio de 2015 at 19:01
O Damon Hill não era mais talentoso mas com as condições que teve provou que era possível ir longe na F1, mesmo começando bem tarde e sem fazer carreira no karting. Bruno Senna podia fazer o mesmo, ou parecido, se tivesse as mesmas condições. O que lhe faltou foi um acompanhamento adequado desde final de 2008, por causa da crise financeira. A Honda iria dar-lhe uma oportunidade na altura em que ele estava na sua melhor forma, com a motivação e confiança no máximo. Infelizmente saiu da F1 nessa altura e isso acabou por fazer toda a diferença. Mais ainda do que ter começado tarde, sem ter uma vida dedicada à atividade, como você bem disse. Tanto assim é que o Bruno nunca mais voltou sequer à forma que chegou a alcançar em 2008, altura em que era bom quer em qualificação, quer em corrida. Entrando em 2009 com um bom carro podia até ter ganho corridas. Mas com as paragens que teve a partir de 2009 a confiança nunca mais foi a mesma. Isso vê-se agora na FE: é bom nas corridas mas falta-lhe a confiança necessária para ser bom nas voltas lançadas. E claro, falta-lhe estar numa equipa de topo. Em 2008 estava na iSport e até ganhou no Mónaco, enquanto agora está numa Mahindra que ultimamente tem sido talvez a sétima ou oitava melhor equipa da FE. Ou seja, ele quase precisa de um milagre para conseguir repetir na FE a vitória que conseguiu no Mónaco na GP2.