Você me pergunta: o que há de especial nessa foto? Eu respondo: nada de especial além de um horrendo Arrows A1 e um piloto italiano até então considerado promissor o conduzindo. Mas há quem considere esse Grande Prêmio da Itália o benchmark da carreira de Riccardo Patrese.
Aos 24 anos, Patrese estava em seu primeiro ano completo na Fórmula 1. Com seu Arrows, vinha fazendo um ótimo campeonato a ponto de ter conseguido liderar o GP da África do Sul e de ter obtido um brilhante segundo lugar na Suécia. Na pista, o italiano era caracterizado pelo estilo bastante agressivo e até mesmo perigoso segundo alguns. Porém, era um período no qual competiam nomes como Ronnie Peterson, Jody Scheckter e Gilles Villeneuve. Patrese, portanto, não era nenhuma aberração nesse sentido.
Em Monza, o piloto italiano largaria em um razoável 12º lugar. Seu companheiro, o alemão Rolf Stommelen, sequer se pré-classificou. Até aí, tudo bem. No dia seguinte, porém, Riccardo se envolveria em um acidente que, no mínimo, afetaria sua carreira por um bom tempo, se não para sempre.
Deu tudo errado no procedimento de largada. O diretor de prova Gianni Restelli erroneamente não esperou os últimos pilotos do grid de 24 carros se posicionarem no grid e deu sinal verde para a partida. Os pilotos que vinham atrás, que não haviam sequer parado, aproveitaram o fato de estarem em movimento e apenas aceleraram, enquanto que os ponteiros começavam a se mover. Ao mesmo tempo, Riccardo Patrese tentou uma manobra diferente ao utilizar a parte externa asfaltada à direita para ganhar posições fora da pista. A atitude até que vinha funcionando, mas havia um problema: esta parte externa se tornanva cada vez mais estreita e Patrese precisava voltar para a pista mais cedo ou mais tarde.
Ele tentou voltar no momento em que o McLaren de James Hunt estava ao seu lado. Hunt não quis dar passagem, mas esterçou o carro ligeiramente para a esquerda. A medida não foi suficiente e Patrese acabou atingindo o McLaren, que perdeu o controle e acertou o Lotus de Ronnie Peterson. O Lotus foi direto ao muro e todos nós conhecemos o resto da história.
Patrese? O sempre polêmico James Hunt iniciou um movimento de crucificação e boicote contra o italiano, alegando que ele era muito perigoso e por isso não deveria estar no grid. Como Hunt era o rei da lábia, vários pilotos se uniram a ele, como Lauda, Emerson e Scheckter. A GPDA se reuniu e decidiu pelo banimento de Riccardo Patrese na corrida seguinte, em Watkins Glen.
Riccardo voltou em Montreal e ainda conseguiu um bom quarto lugar. Mas o piloto, apesar de estar consciente da sua ausência de culpa, estava bastante deprimido e chegou até a reconsiderar sua carreira. Fora das pistas, foi aberto um inquérito contra Patrese e o diretor de prova. O caso legal se prolongou até 1981, quando ambos foram absolvidos. Até Jody Scheckter veio ao piloto para se desculpar. Terminava aí a via crucis de Riccardo Patrese.
No entanto, todos começaram a perceber que a pilotagem de Riccardo Patrese havia mudado. A agressividade deu lugar a uma passividade quase covarde. Nos mais de 200 grandes prêmios que se seguiram, Patrese obteve apenas seis vitórias, um vice-campeonato com um carro impecável em 1992, algumas atuações boas e muitas discretas em equipes como Brabham, Alfa Romeo, Williams e Benetton. Deixou a Fórmula 1 aos 39 anos acusado de arrogante, amargurado e picareta. Para mim, fica difícil entender como um piloto poderia agir de outra maneira depois de tudo o que aconteceu.
E você? Acha que Patrese deveria ser culpado ou foi apenas um acidente de corrida?

29 de abril de 2010 at 14:16
Belo post, Verde.
Sobre o acidente, sempre acheicompletamente injusto culparem Patrese por esse acidente.
Foram muitos os elementos que contribuiram, não só para a batida, mas para a morte do Ronnie.
Já li que ele estava usando um chassi anterior da Lotus, pois tinha batido o mais novo e o reserva era exclusivo de Mario Andretti (algo assim). E por isso teria se classificado lá no meio do pelotão.
Tem também a bagunça na largada, desde a formação do grid até o sinal de partida.
Tem o atendimento médico, que, reza a lenda foi uma várzea, e contribuiu para a embolia que veio a matar o sueco.
E o Hunt, bom, muita gente admira o estila “devil may care” dele, que até era legal. Mas ele tinha mania de acusar, ofender, insultar outros pilotos, tanto como companheiros como quando tornou-se comentarista.
Era mais fácil colocar a culpa num jovem piloto quase-estreante do que aceitar que todos eles, pilotos e organização, tinham culpa nessa morte.
E assim o brilhante Patrese da Arrows tornou-se o burocrático italiano da Alfa, da Brabham e da Williams.
29 de abril de 2010 at 20:50
Lindo esse carro
Iai Verde beleza? velho, vc deve saber que eu sou o daniel dono do blog f1ontemehoje.blogspot.com e to aqui querendo saber se vc nao estaria interessado numa parceiria de blogs? vc deve saber o que é com certeza, e queria saber se nao te interessa fazer isso até pq eu sempre acompanho seu blog també… bom a ideia esta aqui dada por mim ve ai se tu quiser ou não ae me fala oq pensa sobre isso
flw
29 de abril de 2010 at 22:48
Isto foi um mero incidente de corrida. A haver um culpado, deveria ter sido Hunt, por ter tocado no Lotus do sueco. Patrese foi até um dos menos culpados, na minha opinião.
Mas claro, houve demasiados factores para o desastre. Desde um sistema novo que foi muito mau usado, até o facto de Colin Chapman usar chassis antigos como carros de reserva (algo que usou nos anos seguintes), tudo contribuiu para a carambola da primeira chicane, naquele já distante 10 de Setembro de 1978.
30 de abril de 2010 at 12:04
Colin Chapman e seu conhecido cuidado para com os seus pilotos.
30 de abril de 2010 at 11:33
Verde, teu texto mostra com exatidão o que aconteceu. Exceto, creio eu e corrija-me se eu estiver enganado, por um detalhe. Scheckter, até onde sei, não entrou na onda histérica de acusar Patrese. Na época, em seu depoimento para a Quatro Rodas (reproduzido da Autosport inglesa), ele declarou “estúpidas e irresponsáveis” as tentativas de responsabilizar “este ou aquele piloto”.
Carlos, Peterson usou o Lotus 79 para se classificar – estava em quinto ou sexto no grid. O acidente que destruiu seu carro titular aconteceu no warm-up. Peterson largou com um carro no qual sequer havia se sentado durante os treinos. Abraços. (LAP)
30 de abril de 2010 at 12:02
Fala, Panda!
O Scheckter realmente chegou a integrar o grupo dos insatisfeitos com o Patrese. Porém, ele mudou de idéia rapidamente tanto que, como eu escrevi acima, foi o único a pedir desculpas para o italiano.
Abraço!
30 de abril de 2010 at 12:16
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5 de junho de 2019 at 10:40
Não nego que sempre fui fã de Patrese, mesmo sendo brasileiro, tanto é que mandei fazer uma replica de seu casco (capacete) é foi justamente quando vi esse capacete em 81 dirigindo uma Brabahan que passei ali a gostar como fã de Patrese, porem como fã sempre procuramos buscar informações de nossos ídolos é apos varias buscas da para saber perfeitamente que ele nunca teve culpa no acidente com esta linda Arrows o qual acabou vitimizando Ronni, pois seu carro inclusive já estava a frente do carro do falastrão do James Hunter vindo esse sim a bater na Lotus de Ronni, isto sem contar que ele o falastrão estava espremendo Patrese na parede, quem não se lembra o que Shumi vez com Rubinho, pois bem foi exatamente o que James fez com Patrese, porem como já dito foi uma variação de fatos que acabou ocasionando a morte se Ronni, mais dai a querer colocar na conta de Patrese, somente um falastrão como James Hunter para fazer isto, pena pois como disse o amigo no comentário de cima, Ricardo Patrese nunca mais foi o mesmo piloto.
30 de abril de 2010 at 15:11
O que também é interessante é que parece que essa foi a primeira corrida que foi dada a largada com as luzes não é? parece que foi, até pq o cara que fico responsavel deu a largada cedo demais e quem vinha la de trás e estava em movimento aproveitava pra passar muita gente e o resultado foi isso. Pra mim, uma das mortes mais sentidas com certeza da F1
1 de maio de 2010 at 13:14
Gostei do blog cara! Parabéns! Dá uma olhada no meu, vc pode gostar e até fazer uma parceria, haha: http://trindadef1team.blogspot.com/
26 de agosto de 2012 at 0:20
na minha opinião riccardo patrese não teve nenhuma culpa da morte de ronnie peterson mas infelismente isto ficou marcado na carreira desse grande piloto italiano que se não fosse a acusação contra ele a itália não estaria vivendo este jejum de quase 60 anos sem ter um piloto de sua terra campeão de formula-1
13 de janeiro de 2015 at 2:17
inadmicível culpa o ricardo patrese pela tragédia que ocorreu a morte do sueco ronnie Peterson diversos fatores contribuiram pela fatalidade o grande premio da Itália 1978 de 10 Setembro.primeira vez um grande premio teria largada com luzes verde e vermelha antes a corrida era iniciada com uma bandeira(de preferência país onde acontecia grande premio)até onde sei o responsável aciona as luzes acionou antes do carros estarem posicionados em suas posições os que vieram atrás largaram causando terrível lambança,as imagens mostram quem tocou na Lotus do Sueco foi James Hunt da Mclaren mesmo assim Hunt não foi culpado.Culpados mesmo foram os organizadores por não terem feito simulação antes de utilizar na corrida.